sexta-feira, 24 de abril de 2020

aepl.estetempo 24.abril.2020


Querido diário,

Eu nunca tinha escrito um diário até a minha professora de matemática ter sugerido como uma “boa maneira de olharmos o nosso dia e deixarmos ressoar o que, realmente, foi importante. Sensações. Sentimentos. Factos.”, já que íamos iniciar um tempos difícil e diferente. Eu aceitei esta proposta e tem sido uma experiência bastante desafiadora e benéfica para mim e, quem sabe, para aqueles que o leem todos os dias no jornal da escola “Preto no Branco”. 
Mas hoje lembrei-me que há anos, uma menina alemã de origem judaica vítima do Holocausto, enquanto vivia escondida num quarto oculto durante a invasão alemã nos Países Baixos, escreveu as suas experiências em documentos. Ela chamava-se Anne Frank e o seu diário foi publicado anos depois da sua morte. Atualmente, este livro está acessível a todos e a história desta jovem sobre uma “situação inaudita” é inspiradora para muitos. Infelizmente, nunca tive o interesse em lê-la, mas, depois desta reflexão e talvez da aproximação entre os contextos, eu quero ler atentamente o Diário de Anne Frank.

Marina Peixoto (11ºD)




Querido Diário,
Garfe, 24 de abril de 2020

O dia do meu aniversário foi há dois dias. Celebrei os meus 18 anos de idade. A transição tão esperada pela maioria dos adolescentes, a “mudança” para adulto.
Infelizmente, não passei este dia como queria. Mas acabei por ter um dia não muito diferente do que teria na dita situação normal… passei a minha manhã em aulas. De tarde, foi um pouco diferente. Passei o tempo todo em casa em vez de passar uma tarde com os meus amigos. A dor maior foi a de não poder estar com a minha família e, principalmente, com a minha mãe o que me entristece ainda mais.
Apesar de saber que nunca mais me vou esquecer como passei o dia do meu aniversário dos 18 anos, sigo de cabeça erguida, ainda que um bocado triste, mas não faltarão oportunidades de festejar e o que me importa mais neste momento é que todas as pessoas que amo estejam seguras e saudáveis.
Adeus, querido ouvinte,

Diogo Ferreira (12.ºC)



Sexta-feira, 24 de abril de 2020
Querido diário,

Estamos, hoje, no quadragésimo dia de quarentena. É verdade: aquilo que parecia, no início, algo que duraria bastante pouco, já dura há quarenta dias. E é nestas alturas que temos de recorrer, mais ainda, a formas de entretenimento.
Por muito que estejamos numa fase em que tudo o que vemos nos traz ondas de pessimismo, há sempre formas de melhorar o nosso dia – uma delas é o entretenimento. Como é óbvio, este tem sempre grande importância mas, por vezes, no meio de tantos afazeres, não nos resta tempo para que possamos abstrair-nos um pouco. Agora, ainda que surjam sempre tarefas para fazer, temos mais tempo para aproveitar as várias fontes de entretenimento.
Portanto, nos últimos tempos, o entretenimento tem sido extremamente valorizado, até porque se torna difícil produzi-lo quando não se pode sair de casa. Permite-nos esquecer todos estes problemas, quer retirando o nosso pensamento deles, quer humorizando-os – sempre considerei que encarar os nossos problemas de forma mais divertida nos ajuda a ultrapassá-los.
Pode ser que, a partir de agora, as diversas formas de entretenimento sejam mais valorizadas, porque entretenimento, para além de fazer o que a própria palavra o diz – entreter – também nos ajuda a viver “melhor” e, muitas vezes, torna-nos mais cultos.

Maria João Fontão (11ºC)