terça-feira, 31 de março de 2020

aepl.estetempo 31.março.2020



Terça-feira, 31 de março de 2020

Querido diário,
Estamos, hoje, no décimo sexto dia de quarentena e resolvi escrever-te sobre o que se tem vivido nestes últimos dias do mês, que terminou da pior forma possível.
O tempo tem estado chuvoso e muito frio e o dia de hoje não escapou à regra. O vento assobia violentamente e, em alguns locais, até nevou. Parece que tudo se combina para que os dias fiquem cada vez mais melancólicos e as ruas cada vez mais vazias. Pessoalmente, não sinto essa melancolia como muitas pessoas dizem sentir – não gosto da ideia de estar constantemente fechada em casa, sem poder contactar fisicamente com ninguém, mas já encaro esta rotina como normal e tento adaptar-me ao máximo a ela.
As ruas estão, de facto, muito silenciosas - já não se ouvem os gritos e risos das crianças lá fora, nem as conversas das pessoas que passam pela minha rua. Ouvem-se apenas os automóveis a passar e, ocasionalmente, um carro com altifalantes, que “pedem” às pessoas para se manterem em casa, protegidas. E não são só os altifalantes desse carro que o fazem: em todas as redes sociais, há anúncios que nos pedem para que fiquemos em casa, havendo, ainda, os avisos da comunicação social ou da Direção Geral de Saúde, por exemplo. Nas últimas 24 horas, registaram-se mais 1 015 infetados e 20 mortos, por isso, estes números justificam os alertas que nos são constantemente feitos.
Todos nós queremos voltar aos hábitos da nossa rotina que, até aqui, desvalorizávamos. Eu mantenho-me na esperança de que tudo voltará a ser como antes.

Maria João Fontão (11ºC)




Dia 18 da quarentena, 31/03/2020 

No início, ter um diário pareceu-me uma boa ideia por estarmos numa situação que não tínhamos nunca antes vivido. 
Hoje, continuo a achar que é uma atividade interessante, mas não só pela singularidade dos eventos, mas também porque me faz refletir e ajuda-me a exprimir o que estou a sentir. 
Por vezes, sinto dificuldade em pôr por palavras aquilo que estou a pensar embora os pensamentos sejam eles próprios palavras. 
Vejo-me, muitas vezes, a pensar em algo que gostaria de simplesmente esquecer ou ultrapassar, mas, infelizmente, parece que me persegue. Não importa o quão rápido eu tente correr, nunca chego à meta antes de ser parado por esta ideia que tanto me faz sentir feliz como destroçado. Desculpa teres de me ouvir a deprimir, mas por vezes é mesmo o que tenho para te dar. 
Espero que amanhã tenha menos nuvens a pairar pela minha cabeça. 
Até lá. 

Pedro Carvalho (11ºC)



31 março 2020

Querido diário,

É a primeira semana de férias da Páscoa. Se não fosse pela quarentena, por esta altura, já estaria a passear por Lisboa com a minha irmã a aproveitar este tempo de interrupção letiva. Infelizmente, a epidemia veio atrapalhar os planos de toda a gente e nós só temos de esperar que as coisas melhorem.
Tenho aproveitado as minhas férias a descansar bastante e a fazer atividades em família. Cá por casa, temos estado um pouco preocupados com a minha madrinha, pois um elemento da sua equipa no hospital de Braga foi diagnosticado com COVID-19. Por este motivo, tem de ficar em isolamento profilático até chegar o resultado do seu teste. Estamos diariamente em contacto com ela através de vídeo chamadas para lhe dar apoio. Sinto uma grande revolta com esta situação uma vez que algumas profissões lutam para que tudo corra bem enquanto outras pessoas continuam com a sua vida normal, como temos assistido nos noticiários.
Bem, por hoje é tudo…

Matilde Carvalho (11ºC)




31/03/2020

Querido diário,

É a minha primeira vez a escrever-te assim publicamente embora já faça tempo que escrevo num. Já se passam muitos dias de quarentena (perdi-me na conta de dias), mas há sempre algo de diferente/novo a cada dia que passa. Acabei por descobrir paixões e certas coisas que me vi a gostar mais do que pensei, como observar as estrelas no meu jardim enquanto ouço música, ou até mesmo ler sob a “luz” lunar. Hoje comecei por acordar tarde e não tinha muita vontade de fazer nada, mas, mesmo assim, fui comer e ler um pouco. Vi que o dia ia ser frio e nublado o que não ajuda muito para melhorar o ânimo. Dei um jeito à casa e fui-me entreter no telemóvel vendo algumas notícias sobre o coronavírus, navegar na internet e ouvir algumas músicas, pois descobri que são a minha fonte de relaxamento. À tarde não fiz grande coisa, fui para o computador assistir alguns vídeos e preparei-me para o meu treino diário. É neste tempo onde eu penso, reflito sobre o que se passa no mundo, comigo e com os meus pensamentos e problemas, deparo-me a fazer a mesma pergunta de todos os dias, “Porquê?”, e nunca consigo obter a minha resposta. Penso, penso e penso e nunca chego a uma sólida conclusão. A minha pergunta é bastante abrangente, para mim, não sendo só um problema e sim vários. Cada acontecimento acontece por uma razão e é esse o meu enigma todos os dias (Porquê?) de algumas coisas acontecerem. Agora à noite, enquanto te escrevo, estou a ouvir e a ver um dos filmes da minha saga favorita. É tudo por hoje....

Carolina Nogueira (10ºA)



Este tempo… dia 18
31.março.2020

Hoje, começaram a chegar vários pedidos. Fazer o almoço para uma família na qual todos estão doentes. Um apoio monetário para aquele Lar. Alguns bens alimentares para outro lado. Distribuir algumas refeições.
Com o avançar do tempo, as coisas tornar-se-ão ainda mais difíceis para muita gente. A cada pedido respondi, com alegria: estou aqui. Vamos lá!

Margarida Corsino da Silva

segunda-feira, 30 de março de 2020

aepl.estetempo 30.março.2020


30 de março 2020    

Querido Diário!

 Hoje o céu está nublado com muito vento e frio.

Eu, por essa razão, vou ficar em casa a estudar e brincar…

No período da manhã estive a construir um puzzle de 1500 peças que foi oferecido pela minha tia Anabela e representa uma imagem de uma paisagem de inverno.

No período da tarde estive a estudar Matemática e Ciências Naturais.

No final do dia ainda deu para brincar um pouco com a minha avó… estivemos a cantar karaoke com músicas antigas.

E assim passou a minha segunda-feira.      



Maria Francisca Antunes (5ºA)



30/03/2020

O mês está a 1 dia do seu término. 
E que mês bom... que mês bom para tentar apagar da memória. 
Se há 3 meses dizíamos que 2020 ia ser o ano, que tudo ia correr bem e os nossos problemas seriam deixados para trás, março veio e atirou-nos um balde de água fria. 
Mas não vamos culpar só março, janeiro e fevereiro foram na minha opinião os meses que mais colaboraram para a situação onde estamos, agora estamos apenas a levar com as consequências. 
Vivemos uma época em que tomar as melhores decisões é o mais importante e, mesmo sendo eu a escrever isto, continuo a decidir coisas que, às vezes, me pergunto o que me passava pela cabeça naquele momento. 
Até amanhã. 
Pedro Carvalho (11ºC)


Querido diário,

Hoje foi um dia um pouco mais frio, nublado e bastante ventoso. Aqui, que moro à beira de floresta, foi mais notório, pelo que as árvores abanavam imenso.
Pela manhã, apenas vi a minha nova série, Elite. Estou muito entusiasmada com o enredo e está a surpreender-me imenso.
De tarde, li mais um pouco do livro Os Maias, que cada vez se torna mais interessante e cativante. No início, a história é um pouco aborrecida, para ser sincera, mas depois começamos a ficar contagiados com ela e queremos saber mais e mais. Estou a adorar.
Claro que não esqueci de fazer um pouco de exercício físico. É algo de que gosto muito e, por isso, sempre pratico com alegria. Considero uma forma de libertação.
Quanto ao coronavírus, hoje a subida foi um pouco menor e isso é bom sinal pois temos vindo a adiar o pico e a fazer com que a curva de contágio não suba bruscamente, não sobrecarregando, deste modo, os hospitais (SNS).
Amanhã trarei novas atualizações. 
  Marina Peixoto (11ºD)



Segunda-feira, 30 de março de 2020

Querido diário,
Estamos, hoje, no décimo quinto dia de quarentena e resolvi falar-te da arte.
Cada vez mais, a arte tem sido desvalorizada e substituída pela ciência, que tem vindo a ganhar mais e mais importância. Um exemplo disso é a escola: são priorizadas disciplinas de índole científica, sendo que as que despertam o nosso lado artístico são, de certa forma, desprezadas.
Por muito que, por vezes, a arte nos pareça ser desinteressante e sem importância, isso não é assim – a arte, em todas as suas formas, permite expressar sentimentos e emoções, servindo, frequentemente, como um meio de o artista escapar da realidade e aliviar a negatividade que possa existir no seu pensamento. E quais são as formas de arte? Consideram-se sete principais artes (existindo, porém, várias outras): a pintura, a escultura, a música, a literatura, a dança, a arquitetura e o cinema; e, a meu ver, todos nós apreciamos, pelo menos, uma delas.
Associando, mais uma vez, este tema ao da pandemia: como te contei no passado sábado, «na Holanda, um grupo de médicos, separado pelas portas do isolamento, cantou a música “You Will Never Walk Alone” (hino do Liverpool)». Esta forma de arte permitiu aos médicos terem um momento de união e, portanto, esquecerem, por breves momentos, a situação exaustiva pela qual estamos a passar.
A arte está presente em tudo o que nos rodeia e, sem ela, a sociedade humana não existiria tal como a conhecemos – como tal, é importante que, no futuro, desenvolvamos formas de esta ser mais valorizada.

Maria João Fontão (11ºC) 


Este tempo… dia 17
30.março.2020

Passei um bom pedaço de tempo da hora do almoço a tentar desenvencilhar os fios de uns auriculares de que precisava. É indescritível a forma como estavam. Por três ou quatro vezes, pensei em pô-los de lado e desistir da ideia, mas, desistir, não seria solução.
Assim, puxando de um lado, tirando um nó aqui e outro acolá, passando agora um fio e depois outro, tudo se foi resolvendo. Finalmente, alguns minutos depois, sorri-lhes com aquele som triunfante humm…hummm…Tinha conseguido. Engraçado foi que, depois, acabei por não os usar. Mas não dei o tempo por perdido. Enquanto o fazia, dei por mim a pensar em quantos gestos de paciência tenho de ter para com os outros. E outros tantos que os outros têm comigo.
Recordei quantas coisas nas nossas vidas se emaranham e precisam de tempo e delicadeza para voltar a ser vida. Qual obra de filigrana que é arte e beleza. Como a nossa vida.

Margarida Corsino da Silva

domingo, 29 de março de 2020


29 de março 2020
                              
Querido Diário,

Hoje é domingo, dia que por norma costumo sair em passeio de família.
Não posso sair de casa, porque tenho de respeitar as ordens da Direção Geral de Saúde com muito cuidado para que ninguém do meu agregado familiar fique infetado com o tal maldito vírus covid 19.
Em casa tenho tomado todas as precauções e acompanhado todos os dias as notícias através das redes sociais ou da televisão.
É triste ver as imagens diariamente dos números de mortos e infetados que aumentam a um ritmo assustador.
Fiquem em casa que eu também fico!   


Maria Francisca Antunes (5ºA)



Dia 16 da quarentena, 29/03/2020 

O mundo parece que está em pausa. 
Já muitos eventos foram adiados ou cancelados e muitos mais terão o mesmo destino. 
É tudo uma incógnita, mas, como sabemos, para descobrir o real valor de uma incógnita, podemos usar uma equação. O único problema aqui é que para chegar a uma resposta com esta equação, precisamos de trabalhar em conjunto, e todos têm que fazer a sua parte. Não importa se é X ou Y, cada um tem um papel a cumprir. 
E acredito que, um dia, iremos todos estar em reunião no mesmo intervalo e ultrapassar este problema que nos mantém afastados num intervalo que preferia que não fosse real. 

Pedro Carvalho (11ºC)

Domingo, 29 de março de 2020
Querido diário,
estamos, hoje, no décimo quarto dia de quarentena e, como em todos os últimos dias, estive a ver as estatísticas do vírus em Portugal (número de mulheres / homens infetados, taxa de mortalidade, óbitos por faixa etária, entre outros dados). Sempre que as vejo, penso no quão importante tem sido a Matemática no controlo da pandemia e, como tal, resolvi escolher a Matemática como tema de hoje.
Até ao quinto ano, odiava Matemática. E porquê? Bem, eu era péssima na resolução de problemas, então, enquanto tinha sempre “Excelente” a Português e Estudo do Meio, a Matemática tinha “Satisfaz Bastante”; como a nota de Matemática destoava e era a única área onde apresentava dificuldades, não era uma disciplina que me interessasse propriamente. Porém, desde que iniciei o ensino básico, comecei a gostar cada vez mais da disciplina e, agora, é uma das minhas preferidas.
Do meu ponto de vista, a Matemática é bastante útil no nosso quotidiano e, agora, temos mais uma prova disso: como já te disse, as estatísticas do desenvolvimento do coronavírus (quer em Portugal, quer no resto do Mundo) têm sido cruciais para entendermos como este se propaga, quem tem mais probabilidade de não resistir, etc., por isso, a Matemática é indispensável no combate ao Covid-19. Como já deves saber, existem várias outras utilidades da Matemática, presentes em coisas tão simples como ver as horas ou a data, numerar um exercício, pagar as contas e muito mais.
É certo que a Matemática não é das disciplinas mais fáceis mas, com esforço e dedicação, traz-nos bastantes mais utilidades que dores de cabeça.

Maria João Fontão (11ºC)


29/03/2020

Olá diário,
 Hoje acordei um pouco indeciso sobre as horas que eram, uma vez que era dia de mudança de hora, e, por isso, os relógios não estavam certos e não sabia se havia adiantamento ou atraso de hora. É o segundo dia de férias e decidi finalmente passear o meu cão. Ou seria mais correto dizer, ser passeado pelo meu cão?
 Sempre que o vou passear, enfrento situações muito embaraçosas, como por exemplo, ser puxado e ser obrigado a correr para o acompanhar, ou quando ele decide, de repente, mudar de direção e enfrento uma luta infernal para conseguir convencê-lo a seguir o caminho certo. Durante este passeio, reparei que algo estava diferente. A nível de circulação nas ruas da minha aldeia, tudo estava muito vazio e silencioso. Talvez isto acontecesse devido ao facto de ser a hora de almoço, ou será que as pessoas finalmente estão a respeitar a quarentena? O único ruído que se ouvia eram as profundas e aceleradas respirações do meu cão durante todo o caminho. Já não saía de casa há cerca de duas semanas e, de facto, a brisa do vento e o contacto com o ambiente, melhora consideravelmente o sentimento de tristeza causado pelo isolamento. Talvez incorpore este hábito na minha rotina diária…
 Até amanhã.
Fábio Rodrigues (11ºC)

Dia 14 (29 de março de 2020)
Querido diário,
Hoje, depois de fazer a minha rotina de exercício físico, assisti a uma eucaristia em direto com a minha irmã integrada no Escutismo em Casa. Foram, sem dúvida, momentos para relaxar e refletir acerca destes tempos.
Nunca te escrevi sobre isto mas estou eternamente grato por aqueles que abandonam o seu lar e a sua família para cuidar dos outros. O meu enorme obrigado a todos os profissionais de saúde por, mais uma vez, cumprirem a sua missão em salvar vidas, mesmo quando estão numa situação de risco.
Não sei quando voltarei a escrever-te. Temo que estes dias sejam muito idênticos entre si e semelhantes aos que viriam se tudo corresse normalmente, por isso, desde já te agradeço por me teres ouvido e teres sido um ombro amigo com o qual pude contar para desabafar nestas duas semanas. Foram dias diferentes e escrever-te dava-me mais confiança para enfrentar um novo dia.
Até já, querido diário,
Miguel Almeida. (11ºC)

Querido diário,
É domingo e, novamente, não acho que o seja. A minha rotina está completamente do avesso e nenhum dia faz realmente sentido. Todos eles tinham significados especiais e perderam-no com a quarentena, tornando-se apenas mais um dia, mais 24 horas para passar. Nunca pensei que um mero dia tivesse tanta importância. Acho que tenho que lhes arranjar novos significados para se tornarem mais particulares.
Espero que estejas bem.
Marina Peixoto (11ºD)


Este tempo… dia 16
29.Março.2020

Por estes dias, a pergunta é recorrente: como estás? E os teus? Fui respondendo: está tudo bem, graças a Deus. Sim, os meus estão bem. E fico muito feliz por isso. Mas, hoje, fiquei a pensar. E aqueles que sofrem por causa desta pandemia? E os que estão a passar tantas dificuldades – de tantos tipos – por causa dela? E os que se veem impotentes para responder aos inúmeros pedidos que lhes são feitos? Não são também meus? E não estão bem! Se nalguma coisa muito concreta esta situação me faz pensar é que não somos sozinhos. Todos dependemos uns dos outros. Todos nos contagiamos uns aos outros – no bem e no mal. Afinal, todos somos uns dos outros. E todos são meus. Uns muito próximos e outros lá longe. Como estão os meus

Margarida Corsino da Silva

sábado, 28 de março de 2020



Sábado, 28 de março de 2020
Querido diário,
Estamos, hoje, no décimo terceiro dia de quarentena e, nas notícias, vi o caso de dois paramédicos israelitas, de religiões diferentes (um judeu e um muçulmano), que rezaram juntos durante uma pausa no seu trabalho. Achei esta notícia bastante tocante pois, em muitos casos, há intolerância entre pessoas de regiões diferentes e, portanto, é este o tema de hoje - a união.
Desde sempre que a união entre os seres humanos é importante, mas há fases em que toma uma maior importância, sendo esta uma delas. Portanto, certamente, que a união de que te falo não é física – é a união de ideais, união de forças, enfim, a união de todas as nossas mentes, rumo a uma vitória sobre esta pandemia.
É importante relembrar que o vírus não escolhe idade, género, religião ou raça – qualquer um de nós tem a mesma probabilidade de ser infetado, pelo que a única coisa que podemos fazer é cumprir o nosso dever enquanto cidadãos e seguir as regras ditadas pela Organização Mundial de Saúde / Direção Geral de Saúde. Estamos, constantemente, a ser relembrados disto mas, ainda assim, há quem não o entenda – em Espanha, um autocarro que transportava idosos infetados foi apedrejado; é triste depararmo-nos com notícias destas, pois a intolerância é a última coisa de que precisamos nesta situação
Termino fazendo referência a um outro acontecimento que se tornou viral – na Holanda, um grupo de médicos, separado pelas portas do isolamento, cantou a música “You Will Never Walk Alone” (hino do Liverpool). Atitudes tão simples como esta unem as pessoas, e mostram que ainda há esperança de que, juntos, podemos ultrapassar esta situação.

Maria João Fontão (11ºC)




Querido diário,

Hoje é oficialmente o primeiro dia de férias. Se tudo tivesse corrido como em anos anteriores, tinha sido um belo sábado sem pensar mais em escola e a antecipar o que aconteceria nestes 15 dias e no dia Páscoa. Mas não, tornou-se apenas mais um dia banal de quarentena.
Pela manhã, todos cá em casa ajudamos a limpá-la, pois “quando todos ajudam nada custa”. De tarde, estive algum tempo nas redes sociais, pratiquei exercício físico e fui apanhar pinhas, enquanto a minha mãe e o meu irmão arrumavam lenha que tem secado com estes belos dias de sol.
O coronavírus continua impiedosamente a matar e a infetar milhares de pessoa. Cá em Portugal, os lares de terceira idade têm sido profundamente afetados, o que é bastante preocupante e triste, pois os idosos são muito vulneráveis, pertencendo ao grupo de risco. De um modo geral, a situação do nosso país tem vindo a agravar-se, alcançando os 100 mortos e os 5170 infetados de ontem para hoje, e prevê-se que o pico seja apenas atingido no final do mês de maio. Eu nem consigo acreditar nisso nem imaginar que ainda faltam cerca de dois meses para isso e que até lá o número de cidadãos infetados e mortos vai sempre aumentar.
Contudo, depois disto tudo, dos apelos da DGS e de toda a informação que existe, vemos notícias sobre filas de acesso à ponte 25 de abril. É incompreensível e revoltante como estas pessoas inconscientes e com falta de respeito desejam ir passear sem qualquer motivo válido para isso, em momentos em que deviam ficar em casa em isolamento.
 Cá eu estou a cumprir tudo com bastante rigor para que as pessoas, o nosso país, o nosso mundo fique curado rapidamente.

Até amanhã.

Marina Peixoto (11ºD)




Dia 15 da quarentena, 28/03/2020 

Passado algum tempo, finalmente consigo tocar a primeira parte da música que te disse que iria aprender. Estou bastante feliz, pois, mais uma vez, estou a ver que, com trabalho, consigo chegar onde quero. Digo mais uma vez, porque, desde pequeno, tive alguns desafios para superar, mas, sem dúvida, o que mais me fez crescer foi o andebol. 
No início, eu era apenas uma criança com excesso de peso para a qual correr para acompanhar os amigos para o treino já se mostrava impossível. Isto porque a escola acabava às 6:20h e o treino era às 6:30h num pavilhão a cerca de 1 km da escola. 
Nos jogos, ficava sempre no banco. Se o jogo lá estivesse a correr bem, eu entrava durante uns 5 minutos, e os meus pais ficavam todos orgulhosos por ver o pequeno Pedro a gastar a sola um bocadito. 
No entanto fui crescendo, não só em tamanho, mas também em ambição. Os meu colegas eram muito bons. Então, eu tinha alguém para quem olhar. E olhei, trabalhei e superei alguns dos obstáculos que me impediam de ser melhor. 
Passado algum tempo, eu era jogador de campo. Finalmente, sentia-me parte da equipa e sentia também que a equipa precisava de mim. 
Infelizmente, isso passou rápido, por causa de falta de atletas, vi a minha equipa desfazer-se neste último ano. Vivo, agora, à espera de que, talvez um dia, possa voltar a pisar um pavilhão fazendo parte de uma segunda família, que tanta falta me faz.... 

Pedro Carvalho (11ºC)

Dia 13 (28 de março de 2020)
Querido diário,

Hoje, comecei o dia a fazer um bolo de coco. Foi um dia de descanso, tal como serão os que aí se avizinham. Descansar de um período extenso em que dei o meu melhor e poder, assim, relaxar com a consciência tranquila.
À tarde, vi alguns episódios das minhas séries preferidas e ouvi música, a minha terapia para me abstrair da realidade.
Depois disso, fui passear a minha cadela e nunca vi as ruas tão desertas e, ainda bem, é sinal de que estamos a cumprir o nosso dever: ficar em casa.
À noite, fiz crepes e tivemos um bom momento de família, daqueles que nos fazem esquecer o mundo lá fora e concentrarmo-nos naquilo que nos faz feliz: a união, que é imprescindível para podermos ultrapassar esta fase complicada.

Miguel Almeida. (11ºC)



28 março 2020
Querido diário,

Ontem foi o fim das aulas do segundo período. Estes últimos tempos têm sido um pouco estranhos. Tivemos estas duas semanas anteriores em casa a ter aulas de uma forma diferente. Para seguir esta metodologia de trabalho foi necessário um horário rigoroso e uma grande motivação. Foi ao mesmo tempo uma experiência inovadora que permitiu descobrir uma outra forma de aprendizagem. Por muito proveitosa que tenha sido a nova forma de estudo, agora que penso nisso, continuo a preferir o método tradicional de estar cara a cara, interagindo com os professores e os colegas de turma.
Agora nesta fase de interrupção letiva, pretendo dedicar uma parte do meu tempo ao estudo mas na sua maioria quero descansar, desfrutar dos momentos em família e realizar algumas atividades de lazer.
Bem, por hoje é tudo…

Matilde Carvalho (11ºC)



Este tempo… dia 15
28.Março.2020

A densidade do dia de ontem prolongou-se por hoje. Aquele momento de oração pela humanidade do Papa Francisco foi de uma profundidade que penso não ser capaz, ainda, de o alcançar totalmente. A fragilidade daquele homem interpela-me na sua força. Nunca vai pelo mais fácil, mas pelo mais justo.
E só mesmo o tempo que vivemos permite que uma televisão esteja mais de 5 minutos em total silêncio. E, ainda assim, nos mantém ali. Completos. Percebendo que, às vezes, as palavras são a mais. E basta a Presença.

Margarida Corsino da Silva



sexta-feira, 27 de março de 2020


sexta, 27 de março de 2020
Querido diário,
As insónias teimam em assombrar-me. A única coisa que me dá descanso é a esperança de que tudo se resolverá.  Dizem que " depois da tempestade vem a bonança ". Acredito que, depois desta confusão gigantesca, nos espera algo extremamente bom, que acabará por compensar este tempo que muita gente considera "perdido". Eu não concordo. Este tempo é tudo menos perdido. Está a permitir-nos refletir bastante, a apercebermo-nos da realidade que nos rodeia e a passarmos mais tempo com quem amamos.
Lembrei-me, há pouco, que, se nada disto tivesse acontecido, hoje seria o último dia de aulas do segundo período. Quem me dera voltar à normalidade!!! Nunca pensei dizer isto, mas tenho saudades das minhas rotinas ( menos de acordar às sete da manhã claro! ). Sinceramente, do que tenho mais saudades é de estar com os meus amigos. O contacto virtual não é suficiente para mim.
Sinto-me bastante impaciente, acho que é um dos efeitos de estar fechada em casa. O tempo custa a passar mas tento manter-me ocupada.

Jacinta Cruz, 12F


Sexta-feira, 27 de março de 2020
Querido diário,
Estamos hoje no décimo segundo dia de quarentena e, se tudo decorresse normalmente, era o fim do 2º período deste ano letivo. Por muito que, por vezes, me queira ver livre da escola durante, pelo menos, uma semana, as saudades dela começam a surgir. É este o tema de hoje – a escola.
A escola é o lugar onde crescemos, quer física, quer psicologicamente. É lá que percebemos o que queremos para o nosso futuro e aprendemos as bases para entrarmos no mundo do trabalho. Várias são as pessoas que consideram que a escola de pouco ou nada nos serve para o futuro mas, a meu ver, as coisas não são assim.
Acho que, se realmente nos esforçarmos nos nossos estudos, a escola retirará o melhor de nós. Como é óbvio, nem todos somos iguais, por isso, há quem necessite de bastante mais esforço para entender os conteúdos – e está aí o principal ponto negativo da escola: os testes de avaliação são muito valorizados, pelo que quem tem menos capacidades de aprendizagem, por muito que se esforce, pode não conseguir as classificações desejadas; portanto, considero que o ensino deva valorizar um pouco mais outro tipo de valores, como a cidadania, esforço, participação nas atividades, entre outros.
Ainda assim, a escola é estritamente necessária para que nos tornemos em pessoas melhores, e acho que todos os estudantes têm vindo a reconhecer isso nos últimos dias.

Maria João Fontão (11ºC)



Sexta-Feira, dia 27 de março, 15:51, na sala de estar

Querido Diário,
No meu último diário, referi que o meu uso de telemóvel teria sofrido um ligeiro aumento, pelo facto de estar em quarentena e ser obrigado a ter de usar os meios necessários para passar o tempo.
É verdade que esta semana fui ver a análise percentual do uso do telemóvel e verifiquei que o valor percentual continua a subir mas estabilizou nos cerca de 150%
Agora, tal como as reportagens e os meios de comunicação referem, o vírus espalha-se cada vez mais de uma forma alarmante. Quando escrevi o meu último diário, tínhamos cerca de 2000 infetados e atualmente estamos com 4268 até ao momento (passado apenas 1 semana);
O governo continua com a implementação de mais medidas para o combate desta crise. O estado de emergência ainda progride e pensa-se que será necessário estender o seu prazo;
Atualmente, quase toda a maioria dos estabelecimentos encontram-se fechados, estando apenas abertos aqueles que são prioritários ou aqueles que não seguem as respetivas regras.
No último diário, referi que não sabia gerir devidamente o meu tempo e neste também irei dizer o mesmo. O tempo é passado com uma caminhada pelos caminhos rurais, é também passado a maioria dentro de casa, a ver televisão, a fazer tarefas, a ouvir música, entre outras hipóteses.
A preocupação com a higiene é cada vez mais importante, com o surgimento de cada vez mais casos no país, por isso deixo já a mensagem: “Lutem por vós e pelas vossas famílias, ao respeitarem as regras e tento o maior cuidado possível para que todos permaneçam intactos e saudáveis, lavem as mãos e mantenham-se ocupados e sempre positivos”.

Joel Oliveira, 12ºF



Dia 14 da quarentena, 27/03/2020 

Hoje seria o último dia de aulas, o dia em que todos os alunos chegam à escola com a cabeça preenchida por apenas um pensamento, as férias. 
Contudo, hoje é apenas mais um dos muitos dias super entediantes, proporcionados pelo nosso melhor amigo, o corona vírus. 

A rotina é simples e repetitiva, acordar, fazer trabalhos, ver se me posso divertir e manter contacto com os meus amigos. 
Não sei quando isto vai acabar, mas sei que as autoavaliações foram requisitadas e, não tarda, teremos as nossas notas do 2º período dadas. Um pouco de emoção pelo menos... 

Por hoje é tudo, até amanhã ….    

Pedro Carvalho (11ºC)



Dia 12 (27 de março de 2020)
Querido diário,
É sexta-feira, o último dia de aulas, que, se estivéssemos numa situação normal, seria um dia para nos despedirmos dos nossos amigos, dos professores, dos funcionários e só os iríamos voltar a ver dali a 2 semanas. Agora, a incerteza é maior…
Hoje é o Dia Mundial do Teatro e, como já te escrevi há uns dias, o teatro é muito importante para mim. O teatro regenera a alma, o teatro é família, é paz, é união, é criatividade e, acima de tudo, o teatro somos todos nós.
Num dia em que as salas de teatro estariam repletas de gente a assinalar esta enorme efeméride, somos todos atores no palco da vida, à espera de um final feliz.

Miguel Almeida. (11ºC)




Este tempo… dia 14
27.Março.2020

Uma praça vazia que é multidão. Uma única voz que fala por tantos. Ruas desertas que nos dizem que estamos todos lá. O silêncio grita. As nossas ansiedades, os nossos medos, as nossas inquietações unem-nos e congregam-nos. E tantos chamam por nós. Que aprendamos a cuidar uns dos outros. E que o desejemos fazer.

Margarida Corsino da Silva





Olá, amigo diário

Eu sei que já é tarde, mas hoje não tive mesmo oportunidade para te dedicar um pouco do meu tempo mais cedo. Como amigo que és, compreenderás as atribulações desta era. Também por isso, não me vou alongar nos relatos do meu dia. Foi passado a trabalhar, de volta das reuniões por zoom, a ultimar as avaliações do período, a enviar mails, a receber mails, a...fazer tantas outras coisas. È bom andar ocupada, mas também é preciso parar, ter tempo para nada fazer. Isso sim seria um luxo!!! Quem sabe a pausa letiva permitir-me-á mais um pouco de tranquilidade. Preciso de voltar às minhas leituras, às minhas séries, aos meus filmes, aos meus...como eu gosto de dizer, tudo que tem o possessivo é tão poderoso!
Estou cansada, vou ver quinze a vinte minutos de notícias, não quero ver mais! O que realmente interessa resume-se a pouco tempo, o resto é para nos manter entretidos.

Fica bem, até breve

Isabel Friande

quinta-feira, 26 de março de 2020



Sexta-feira, 27 de março de 2020
Querido diário,
Hoje seria o último dia de aulas do 2.º Período, hoje estaria a terminar a mala para amanhã ir de viagem de finalistas, ia estar uma semana fora com os meus amigos, sem preocupações, sem horários, ia poder descansar para voltar em força e terminar o 12ºano.
Contudo, nada disso vai poder acontecer, hoje, vou ficar em casa a cumprir mais um dia da quarentena e, sem saber quando este maldito vírus irá desaparecer, vou continuar a estudar, vou continuar a ver filmes, ocupar o meu tempo de maneira a não ter de ligar a televisão e deparar-me com mais uma morte ou mais 400 casos de covid-19.
Este vírus veio alterar o que eu esperava que pudesse ser um dos melhores anos da minha vida, tinha a viagem de finalistas, os 18 anos, a entrada na Universidade e muitas outras coisas ….
Em vez disso, 2020 está a ser um dos piores anos, com esta pandemia, não posso estar com os meus avós, pois posso contaminá-los devido ao facto que os meus pais continuam a trabalhar e estarem em contacto com outras pessoas. Também não posso estar com os meus amigos.
Por isso, hoje, vou sonhar e esperar que ao acordar possa voltar a estar com os meus avós, partilhar as aventuras e desventuras em presença dos amigos e concretizar a viagem de finalistas.
Juliana Gomes (12ºA)


Diário de Bordo
Dia: 26/03
Hora: 17:34

Encontro-me preso no mesmo barco de sempre. Encontrámo-nos! Porque estamos todos no mesmo barco, sem exceção. No barco onde me encontro ainda não há infetados de cerca de 300 pessoas a bordo. Estamos todos assustados com toda esta situação, com tudo o que se passa. Será que chegaremos a porto seguro? Ou será que é mais seguro estarmos aqui no alto mar? Não sabemos!
O que nos chega de fora é que países como a Espanha, Itália e Estados Unidos da América estão com um elevado número de infetados e mortes com um crescimento exponencial. Isto é cada vez mais assustador! Mortes atrás de mortes, cada vez mais infetados, médicos e enfermeiros a fazer turnos de 24h com poucos intervalos.
Quando é que o inferno na terra vai acabar?

Nuno Alexandre Silva (12ºA)


Dia 11 (26 de março de 2020)
Querido diário,
É o 13º dia de quarentena e o 13º dia que não saio de casa a não ser para passear a minha cadela.
É nos dias como o de hoje que damos o devido valor àquilo que, numa situação normal, menosprezamos. Sair de casa com a sensação de que tudo está bem, que posso cumprimentar alguém sem qualquer tipo de preocupação, que posso ir onde eu quiser, sem estar limitado é algo de que sinto muita falta.
A fase de mitigação entrou em vigor às 00h de hoje, sendo a terceira fase e a mais grave em resposta à COVID-19. A seguir desta, entramos na fase de recuperação e só quero que seja o quanto antes. Uma fase que espero recuperar os momentos com os meus amigos, com a minha família e onde, certamente, irei ser um rapaz diferente e com uma visão melhorada do mundo e da vida.
Miguel Almeida. (11ºC)


Querido diário,

O coronavírus continua a causar imensas mortes em todos os países. Para teres noção, em Espanha e em Itália, morreram mais de 600 pessoas em cada um deles. É intrigante como é que algo microscópico consegue esta devastação caótica.
Hoje, Portugal entrou na fase mais crítica do contágio, a fase de mitigação, em que a transmissão acontece na comunidade e não por casos importados, e, por isso, estou com algum receio daquilo que virá.
Neste sentido, para me tentar abstrair um pouco deste tema perturbador, mergulhei no livro Os Maias, de Eça de Queirós, resolvi uma ficha sobre o capítulo III do mesmo e mantive o meu corpo ativo com a realização de alguns exercícios.
Ainda bem que tu não corres risco em contrair o coronavírus, pois assim posso ter-te sempre por perto. E espero mesmo que todos juntos consigamos combatê-lo.

Amanhã trarei mais novidades!
Marina Peixoto (11ºD)



Quinta-feira, 26 de março de 2020
Querido diário,

Estamos hoje no décimo primeiro dia de quarentena e, como já te contei mais do que uma vez, prevê-se uma enorme crise, a nível mundial. Provavelmente, mais pessoas terão de lidar com a pobreza, sendo esse o tema de hoje.
É do conhecimento de todos que, apesar de vários países serem bastante desenvolvidos, ainda há outros que lidam diariamente com a pobreza extrema. Mas porque existem países tão ricos e países tão pobres? Isso deve-se essencialmente aos governos que os dominam. Por norma, países subdesenvolvidos são governados por pessoas extremamente corruptas, que utilizam todos os lucros do país a seu favor, ficando o resto do país dominado pela pobreza - com governos assim, é impossível desenvolver um país.
Concluímos, então, que, por trás da pobreza, está o egoísmo, um dos maiores defeitos da sociedade de hoje em dia – pessoas egoístas não conseguem construir uma sociedade harmónica. Mais uma vez, falando sobre a pandemia – é impossível ultrapassar esta situação agindo de forma egoísta e irresponsável.
Maria João Fontão (11ºC)



26 março 2020
Querido diário,

O fim do 2º período está próximo e, com ele, vêm todas as perguntas: será que o período de isolamento irá acabar antes do início do 3º trimestre? Como serão as aulas a partir dessa altura? Como é que nos vamos preparar para os exames? As datas agendadas serão as mesmas? Tenho a certeza que a maior parte de nós está a sentir estas inseguranças.
A minha única consolação é acreditar que as coisas vão melhorar e que, em breve, irá tudo voltar à normalidade para podermos retomar as nossas rotinas e acabar o ano letivo da melhor forma.
Esta fase ficará para sempre na história e nas nossas memórias como um acontecimento mundial em que as pessoas tiveram de se unir para o ultrapassar.
Bem, por hoje é tudo…

Matilde Carvalho (11ºC)


Quinta-feira, 26 de março de 2020
Querido diário,
Hoje, descobri que não sou uma rapariga muito paciente quando se trata de fazer puzzles. Comecei ontem a montar um puzzle de 500 peças da Torre de Pisa, com a minha prima e a minha irmã, sendo que o continuei a montar hoje com a minha irmã. Ainda não acabamos, porque estava a sentir-me um pouco desanimada, então fui arrumar a loiça para a máquina.
Durante a tarde, fiz as minhas autoavaliações das disciplinas de Matemática A e Biologia e Geologia e treinei a minha apresentação oral da disciplina Física e Química, que parece que nunca fica boa o suficiente para enviar. Pode ser que amanhã corra melhor.
Acabei o dia a fazer videochamada com o meu pai, que estava muito chateado devido à vinda dos meus tios (irmã dele) de França para Portugal. Ele também disse estar um pouco aborrecido, dado que não está a trabalhar e a televisão dele é antiga e só tem dois canais portugueses (RTP e TVI internacionais).    
Atualização: 3544 casos confirmados e 60 mortes em Portugal.
Lara Araújo (11ºC)



Boa noite, querido diário

Não, não me esqueci de ti! Sei que ontem faltei ao nosso encontro, mas, como amigos que somos, decerto compreenderás que estes tempos andam conturbados e o teletrabalho, em vez de atenuar, aumenta as tarefas. Os finais dos períodos nunca foram fáceis, mas desta vez está a ser complicado!!!!! Quem disse que a tecnologia facilita?!!!! 
Não te quero maçar com a minha labuta, que é árdua nos tempos que correm. Anseio, somente, que voltemos ao normal dia a dia, que seja possível andar na rua sem ter que dar a margem de segurança a quem, como eu, transita pelas ruas do pequeno mundo que todos temos. É pena que só valorizemos "a normalidade das coisas" quando perdemos a liberdade de as ter. Não quero ficar nostálgica contigo, afinal até nestas alturas encontramos amigos, e eu encontrei-te a ti! Fazes-me bem e quero-te dizer que acredito que isto, e tu já sabes o que é, recuso-me a nomeá-lo!!!!, vai acabar um dia e todos havemos de achar que não passou de um pesadelo. 
Despeço-me, com a esperança que melhores e mais luminosos tempos estão à espreita.
Fica bem

Isabel Friande

quarta-feira, 25 de março de 2020

aepl.estetempo 25.março.2020



Póvoa de Lanhoso, 25 de Março de 2020
Querido Diário,
É o meu décimo segundo dia de quarentena. Há já doze dias que não saio de casa, por isso, sim, não te vou mentir: estou cansada e desiludida com tudo o que nos está a acontecer.
À medida que os dias passam, vai-se intensificando toda esta dor. Aliás, chego mesmo a dizer: “Preferia estar na escola a estar em casa”. Mas o ficar isolada ainda não é o que me preocupa, mas sim os planos importantes que tinha em mente a realizar, visto que estou numa das fases mais complicadas da vida escolar, a transição para o ensino superior. E isto é algo que me assusta, assim como o meu futuro que agora se encontra um pouco balançado. Não sei o que virá, não sei quando regressarei ao meu modo de vida normal. Ainda ontem, diziam “ o mês de Abril está perdido”; “Não se sabe se as escolas reabrirão depois das férias”. Tudo isto parece irónico, já que nós jovens, ficamos fascinados quando nos dizem que não há aulas. Mas, sinceramente, agora tudo isto me faz pensar no que seria melhor: Não ter aulas e ficar isolada ou ter aulas e ter total liberdade? A resposta é clara. São, enfim, perguntas que nos podem fazer refletir como um simples dia de trabalho pode ser tão puro e tão legítimo.
É razão para dizer: somos mesmo egoístas. Só nestes dias, damos o verdadeiro valor à vida “normal”. Aquela que dizemos que não tem graça nenhuma e que existe apenas para nos dar dores de cabeça. É tempo de parar e escolher o caminho da felicidade.
Um beijinho,
              Ana Tinoco (12ºF)

26/03/2020
Meu diário,
Por vezes, é nos tempos negros que mais sentimos a necessidade de coisas que nunca demonstraram grande importância. Porquê sair de casa, se existem milhares de atividades para realizar dentro dela? Porém, é nestes momentos que temos saudades de ir às compras, de ir à escola, de praticar as atividades que praticávamos antigamente que, por vezes, detestávamos.
 Hoje, devido à escola, acordei muito cedo. Deste modo, fui capaz de realizar todas as atividades pretendidas para o dia de hoje, e ainda dedicar parte do tempo a mim próprio. Comecei a manhã com a realização de uma pequena ficha de matemática, a qual realizei em pouco tempo. Seguidamente, realizei alguma atividade física. Durante toda a tarde, basicamente ou estive no computador a jogar jogos ou a ver séries. Também, cozinhei pela segunda vez da minha vida, panquecas, e posso afirmar que, ao contrário da última vez, estavam comestíveis.
O tempo voou rápido, como um pequeno pássaro foge do seu predador. Quando dei por ela, já era hora de jantar e o dia estava praticamente acabado! No fim do dia, fui verificar o estado da pandemia no mundo, e reparei que o número de infetados de Itália está quase a ultrapassar do número do país de origem, China! “Que tudo isto acabe rápido” exclamei em voz alta.
 E foi isto o meu dia, velho amigo, até amanhã!
Fábio Rodrigues (11ºC)

Querido diário
Hoje faz doze dias que não saio de casa, doze dias de quarentena, doze dias nos quais não se sabe ao certo o que vai acontecer. A preocupação aumenta a cada dia, o medo de perder alguém também, todos os dias falo com familiares meus que estão fora, para saber como eles estão, mas mesmo assim nunca tenho certeza de nada e isso é o que mais me preocupa. Para além das incertezas, as coisas começam a apertar. Tantos dias em casa com as mesmas pessoas, a ouvir o meu irmão a queixar-se de tudo e isto começa a ser maçador e a tirar uma pessoa do sério.
Mas, sem dúvida, o pior de tudo é que mesmo com isto tudo enquanto nós estamos em casa em quarentena, continua a haver pessoas a sair de casa que ainda não entenderam a gravidade da situação. Ainda hoje a minha mãe contava que, enquanto foi às compras para esta semana, viu um grupo de pessoas que vinha do trabalho todas juntas a falar sem cuidado nenhum, nem preocupação nenhuma com o que está a acontecer, o que demonstra uma grande falta de respeito para com os outros.
Maria Coelho(10ºA)


Olá querido diário,
Já faz algum tempo que não escrevo nada. Não por falta de tempo, pois neste momento tenho mais tempo livre do que aquilo que julgava que ia ter. Não por falta de ânimo, pois tenho de admitir que até tinha bastantes saudades de escrever os meus pensamentos. Não escrevia simplesmente porque não tinha nada de novo para partilhar. Talvez dizer que não tinha nada de novo para contar possa soar um pouco triste, contudo não é. Dentro destes dias tão atípicos alguma rotina e normalidade fazem bem. Porém, hoje senti-me inspirada e venho discutir contigo um pensamento que hoje me veio à cabeça e que por algum motivo acho que vale a pena discutir.
Sabemos que nesta situação delicada a nossa vida mudou bastante de um momento para o outro. Penso que muito poucas pessoas foram capazes de imaginar que um vírus tomasse tamanhas proporções e que se apoderasse da nossa normalidade. E hoje percebemos que não é tão simples como uma “gripe”. Jogos de futebol foram cancelados em várias competições. Os Jogos Olímpicos de Tóquio também foram adiados e, com esse adiamento, também o sonho de imensos atletas que dedicam uma vida inteira a esta competição foi suspenso. Centros comerciais, restaurantes, escolas, cafés e muitos outros espaços públicos deixaram de estar abertos para acolher as pessoas, tudo por um bem maior. Os hospitais estão um caos, e os nossos pensamentos também. Permanecem várias incógnitas na nossa cabeça, sendo a principal dúvida a data em que isto vai acabar. Neste momento colocamos muitas coisas para segundo plano e estamos a aprender uma nova forma de estar.
Tudo isto me faz pensar que quando isto terminar, vamos olhar de uma forma diferente para a vida. Será que vamos todos entender aquilo que de verdade importa?
Neste período muitas pessoas redescobriram por exemplo o prazer da leitura e que os livros nos dão um lugar para ir quando temos de ficar no mesmo lugar. Acredito que vamos ter muito mais leitores a partir de agora. Vamos aprender a agradecer aos artistas? Sem filmes, sem livros, sem músicas, sem televisão estes tempos seriam bem piores, não seriam impossíveis, mas seriam extremamente complicados. Será que vamos perceber que o que importa é a nossa saúde, a simplicidade, o respeito?! E, mais importante, perceber que o dinheiro não paga a nossa felicidade e a nossa liberdade. Neste momento, somos todos iguais, ninguém está melhor ou pior. Está na altura de criar uma nova forma de vida, e durante este distanciamento repensar muitas coisas.
Quando isto vai terminar? Não sei e confesso que fico apavorada em pensar que talvez esse dia não esteja assim tão perto. De uma coisa eu sei: no dia em que isto terminar, algo melhor irá surgir.

Joana Faria (10ºA)

Querido diário,

Hoje acordei cedo para o que é habitual, nem quando ia para a escola acordava tão cedo. Mas, para ser sincera, adorei. Logo que abri os olhos, senti um ar fresco dentro de mim, como se estivesse a acordar no meio da natureza, não sei explicar.

Fui tomar o pequeno almoço e, depois, senti uma enorme vontade de praticar exercício físico. Como ainda tinha algum tempo antes das aulas começarem, assim o fiz.
Apesar de estarmos em quarentena, é necessário mantermos os nossos costumes, e exercitar é um deles. 
Quando pratico exercício físico, parece que deixo de pensar um pouco no que é tóxico.
Senti-me livre e pronta para enfrentar mais um dia cheio de desafios.

Seguidamente fui para as “aulas”.

As aulas terminaram e dediquei o meu tempo à minha família.
Sabes querido diário, hoje o meu pai faz anos, acho que devias ter-lhe dado os parabéns, mas entendo que sejas um pouco tímido.

À noite, festejamos o seu aniversário, apesar de toda a família não ter estado  presente, por causa destes tempos difíceis que se vive no nosso país, foi uma noite fantástica e cheia de alegria. Espero que o meu pai se tenha divertido ao máximo, pois era o seu dia.

O dia começou bem e acabou bem, por isso achei que te deveria contar.

Até amanhã, bons sonhos querido Diário.

Filipa Mota (10ºB)

Dia 10 (25 de março de 2020)
Querido diário,
É mais um dia que passa e, cada vez mais, ficamos familiarizados com a situação que temos vindo a viver. A verdade é que cada vez que um dia passa é menos um dia nesta contagem decrescente para a normalidade.
Se janeiro nos pareceu uma eternidade, 2020 pode bem ser o ano mais longo que podemos vir a passar. Para além do choque no nosso quotidiano que a pandemia provocou, o setor da economia tem vindo a ser afetado. Por um lado, é afetada a produção uma vez que as fábricas, e qualquer tipo de comércio, ao fecharem produz-se menos. Por outro, como as pessoas quando saem de casa para ir às compras só o fazem para adquirirem bens essenciais e para satisfazer as necessidades básicas, a procura é afetada.
É, por isso, mesmo necessário que fiquemos em casa, para que outros que precisam de sair para trabalhar o possam fazer com segurança e os trabalhadores afetados regressem à sua rotina habitual, o mais rápido possível, para poderem novamente proporcionar tudo de melhor às suas famílias.
Miguel Almeida. (11ºC)


Querido diário,
Hoje estou muito feliz! O dia correu-me bastante bem.
De manhã cedo dediquei-me à matemática e depois vi um filme e um episódio da série Elite. Mas foi a meio da manhã que recebi um mail que me deixou muito contente. Sabes… aquele texto de que te falei ontem sobre a família, a professora de português leu-o e achou que estava maravilhoso. Sinceramente, fiquei muito orgulhosa, mas antes disso não estava assim tão confiante de que o texto estivesse bem redigido. Sempre tive algumas dificuldades em estruturar as composições com todas as ideias que iam surgindo, então às vezes ficavam uma “salada russa”.
 De tarde, dei-me à preguiça em termos de escola e não rendi nada. Então para acordar fui correr cerca de 18 minutos e depois fiz três séries de um circuito proposto pela minha professora de atletismo.
No meio disto tudo deves estar-te a perguntar: E aquele maldito vírus que tanto te atormentava? Tens razão… é verdade que me atormentava e ainda continua a atormentar. Em Portugal, de ontem para hoje, o número de infetados subiu aproximadamente 27% e, com isto, refiro-me que chegamos aos 2995 infetados infelizmente. O coronavírus continua a espalhar-se pelo mundo todo e pensasse que dentro de pouco tempo os Estado Unidos possam ser o novo foco mundial e não a Europa.
 Porquê? – perguntas tu. (como se falasses kkkkk)
Porque as pessoas não estão a tomar as devidas providências, saem à rua, juntam-se em parques, querem aproveitar os dias de sol e o presidente também não parece muito preocupado com toda esta situação.
No entanto, eu continuo em casa a fazer tudo o que posso para não ser infetada.
Cuida-te!
Marina Peixoto (11ºD)


Dia 10 da quarentena, 25/03/2020 

Hoje foi particularmente difícil de acordar. 
Comecei a fazer exercício físico. Já devia ter começado mais cedo, mas a preguiça venceu desta vez....  Parti para uma corrida pela minha freguesia. Estava um dia bom, mas o terreno é muito irregular, é dos bons para uma queda. 
Amanhã espero acordar com mais vontade de trabalhar.    
Pedro Carvalho (11ºC)

Este tempo… dia 12
25.Março.2020

Hoje, olhei, demoradamente, as minhas mãos. À minha memória vieram tantas mãos. Mãos que libertam e mãos que prendem. Mãos que entregam e mãos que se fecham. Mãos que acariciam e mãos que magoam. Nas nossas mãos (literalmente!) está, também, este tempo.

Pensei nas mãos de tantas pessoas que morreram, em todo o mundo, neste tempo que vivemos. Mãos que escreveram cartas de amor e bilhetes aos filhos ou pais. Mãos que cozinharam com todo o amor um grande banquete ou uma simples sopa. Mãos que embalaram. Mãos que cultivaram os campos. Mãos que colheram flores e, com elas, levaram beleza. Mãos que ofereceram música. Mãos que guiaram. Mãos que afagaram lágrimas e mãos que esconderam sorrisos tímidos. Mãos que pegaram noutras, mais pequeninas, para ensinar a escrever. Mãos que nos seguraram quando estávamos a cair ou que nos levantaram quando caímos mesmo. Mãos que entregaram pequeninos desenhos, como sendo o mais precioso presente do mundo! Mãos que entregaram a beleza numa obra de arte.

Hoje, meu Deus, entrego-Te as minhas mãos. Para que elas possam continuar a Tua criação. E peço-Te que acolhas estas mãos que vão ter contigo.

Margarida Corsino da Silva



Quarta-feira, 25 de março de 2020
Querido diário,
Estamos hoje no décimo dia de quarentena e faz hoje uma semana desde que te comecei a escrever. Por isso, resolvi fazer-te um ponto da situação do Covid-19.
O que mudou desde há uma semana? Hoje foram oficializados 2 995 infetados e 43 óbitos – como os números dizem, a pandemia tem piorado bastante e, a partir da meia-noite de amanhã, o estado de mitigação (nível de alerta mais grave) será declarado no país, que consiste no estabelecimento de medidas mais drásticas, que visam combater a doença no país, agora com cadeias de contágio dentro do mesmo.
Um dos aspetos mais graves é o da contaminação de lares de idosos que, sendo o grupo etário mais suscetível a esta pandemia, os submete a um grande risco de vida, agravando-se a situação do nosso país. É de salientar a solidariedade de quem se voluntaria para cuidar destas pessoas pois, como ouvi no noticiário, “se não cuidarmos deles, quem cuidará?”.
As consequências que são previstas para o fim da pandemia são bastante assustadoras: ouvi um especialista em economia (já não me recordo do seu nome) dizer que passaremos pela pior crise da história, a nível mundial, pelo que as corridas aos supermercados são totalmente inconscientes e desnecessárias, pois essas sim, podem levar ao esgotamento dos stocks, caso se proceda ao encerramento da maioria das fábricas.
Perante tudo isto, devemos sempre apelar ao bem de todos nós, preservando-se a saúde pública e cumprindo-se as normas ditadas pelas Direção Geral de Saúde e Organização Mundial de Saúde. Agora, mais do que nunca, devemos unir-nos (não fisicamente, é claro), visto que atitudes egoístas são impensáveis durante esta fase.


Maria João Fontão (11ºC)