sexta-feira, 2 de outubro de 2020


PORTUGUÊS - 12ºB


Na primeira aula de Português, com a professora Helena Bártolo, os alunos do 12ºB pensaram e escreveram as palavras que desejam nunca perder ou esquecer na sua vida. Aqui ficam algumas delas.


“ As Palavras que nunca perderei…”

Toque – Não que a comunicação verbal e a organização não sejam importantes, mas a meu ver, o significado do toque neste, e em quaisquer outros tempos, transcende outros conceitos.

Desde meados do mês de março que a população portuguesa ficou privada de sentir o toque das pessoas por quem nutre sentimentos. À exceção do contacto das pessoas com quem partilhamos teto, mais nada foi praticável: um aperto de mão, um abraço caloroso, uma simples palmadinha no ombro, um beijo… Tudo impensável, tudo impossível!

No último meio ano, a nossa sociedade tem sido formatada a considerarem estranho duas pessoas darem as mãos; a ter medo de alguém que não usa máscara…

Dou por mim a pensar que, um momento dos mais comuns como ver um filme ou um vídeo qualquer de há bem pouco tempo, preenche-me de um sentimento atípico, traz-me uma certa agonia e um pensamento na linha do: «Como era possível existirem aglomerações tão grandes e com tantos toques inatos e naturais?»

Só de pensar que, em gerações futuras, viver assim será considerado normal…

Mal posso esperar por tocar novamente, normalmente!

                                                                                                                         Rodrigo Gomes 

 

Respeito – Em todos os momentos da nossa vida, o respeito é fundamental, não só para o convívio como para o equilíbrio da sociedade. Nestes tempos de confinamento e pandemia, a necessidade de respeitar os outros não foi exceção. Acrescentaram-se regras, planos a seguir e distanciamentos desejados que temos todos de respeitar.

Para mim, o respeito é o valor que pauta qualquer uma das nossas atuações e, sem ele, a dinâmica da vida é alterada. Quando não respeitamos os que nos rodeiam ou as regras estipuladas, estamos certamente a magoar alguém seja física ou psicologicamente. Por isso, precisamos todos de guardar respeito por nós próprios e nunca esquecer de o aplicar aos restantes.”

Carina Viegas

 

Memórias - Ter memória de tudo o que vivemos, com quem conversamos e do que aprendemos, permite-nos ser pessoas melhores. Melhores a nível mental, social e mesmo físico. As memórias que guardamos connosco farão com que vivamos o presente, baseando-nos no passado e projetando o nosso futuro.

Recordar é uma arma poderosa do Ser Humano: evita que este cometa o mesmo erro pela segunda vez, tendo plena noção das consequências que daí possam advir. A título de exemplo, recordem-se das descriminações raciais, das desigualdades de género, a História não deve ser apagada, mas sim recordada para que possamos evoluir e jamais regredir!

Para ter consciência dos nossos passos e da nossa identidade em prol de uma constante melhoria, temos de preservar a memória.”

Miguel Almeida

 

 

Aprendizagem – Como todos sabemos, estamos todos a passar por uma nova e difícil fase das nossas vidas, momentos estes acerca dos quais não podemos deixar de refletir!

Só não vê quem não quer: famílias destruídas, identidades perdidas, pobreza a todos os níveis e desigualdades flagrantes. O que irá decorrer daqui para a frente, será que irá voltar tudo ao normal?

Penso várias vezes nestes aspetos e chego a uma conclusão evidente. A vida coloca-nos – nós jovens que ainda temos um percurso tão grande pela frente - perante uma enorme aprendizagem. Devemos viver um dia de cada vez, aproveitar todos os momentos para alcançarmos um futuro brilhante junto da nossa família. Mas é essencial tirar lições de cada instante e crescer com essas aprendizagens para que, no futuro, possa passar e aconselhar os meus filhos e netos nos seus passos, através desta experiência e destas aprendizagens.”

                                                                                                                          Leandro Almeida



Empatia – Optei por guardar esta palavra porque sinto que possui imenso poder e, para mim, é capaz de mudar muitos rumos.

Nesta situação de pandemia, enquanto estivemos em casa, o tempo livre sobrava constantemente, portanto tivemos mais oportunidade para observar o que nos rodeia. Dei por mim a pensar que a maldade no mundo sempre existiu, porém talvez nos passasse «ao lado» e não tivéssemos noção de como está o mundo e a gravidade da situação.

Abalaram-nos casos de racismo extremo, acentuaram-se as desvalorizações dos problemas do próximo, … Para mim, em muitos destes aspetos: inexistência de empatia.

Quanto a mim, se o Ser Humano se colocasse mais no lugar do Outro, não existiriam tantos problemas, desastres e mortes trágicas. Temos por obrigação compreender os «porquês» de certas palavras e/ou atuações e reagir em conformidade como seres racionais que somos. Temos de permitir que a empatia exista, melhorando assim a nossa própria vida e aquela dos que nos rodeiam.”

                                                                                                                                                              Íris Castro