sexta-feira, 22 de março de 2024

A ESPL e a Opereta “Maria da Fonte”

 

Os alunos da Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso ouvem Jenny Silvestre, responsável do Laboratório de Ópera Portuguesa, acerca da Opereta “Maria da Fonte”.

A opereta “Maria da Fonte” é mais do que um simples espetáculo, mais do que uma simples recuperação de uma obra histórica. É um tributo à igualdade de género e aos direitos das mulheres. Inspirada na revolta iniciada por Maria da Fonte, conhecida por muitos, “A revolta do Minho”, a única revolta iniciada por uma mulher na história de Portugal. Esta encenação resgata um momento crucial da luta pela justiça e igualdade.

A revolta teve como principal motivação a oposição às medidas fiscais e políticas implementadas pelo governo da época (Costa Cabral), que eram vistas como opressivas e injustas para a população rural. Maria da Fonte, uma mulher camponesa cujo nome se tornou símbolo da revolta, foi uma das lideranças populares que encabeçaram as manifestações contra o regime monárquico. A revolta resultou em confrontos violentos e na queda do governo, influenciando significativamente a política portuguesa do século XIX.

Numa mistura entre momentos falados e cantados, a opereta transporta-nos para uma época onde as mulheres lutaram pelos seus direitos. Desde os ensaios iniciais até à estreia, cada elemento é cuidadosamente adicionado, desde o guião em branco até aos detalhes dos figurinos e cenários.

O Hino da Maria da Fonte continua a ser a música usada para saudar os ministros portugueses em cerimónias cívicas e militares.

Ao soar as notas do hino, ecoa não apenas a memória da revolta liderada por Maria da Fonte, mas também o compromisso contínuo de Portugal com os ideais de igualdade e liberdade.

Num espetáculo cómico, mas respeitoso, a opereta homenageia não apenas a história, mas também o poder do processo criativo, representado até mesmo pela inclusão de uma Barbie na representação de “Maria da Fonte”. Num palco onde a orquestra comanda e os atores dão vida à história, a igualdade de género é celebrada e reafirmada. Afinal, quem terá sido a Maria da Fonte?



Bruna Faria, 11.ºA