segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

DUDH 10 de dezembro

10 de dezembro de 2025

Dia Internacional dos Direitos Humanos

 A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é um documento fundamental da ONU (1948) que estabelece que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos, sem distinção de raça, sexo, nacionalidade.

Os 30 artigos da Declaração transcendem valores, culturas e fronteiras, sistematizando um conjunto de direitos universais, indivisíveis e inalienáveis, reconhecendo a igual dignidade e valor de cada pessoa.

Celebramos este dia convictos de que precisamos de fazer com que o este compromisso conte no dia-a-dia de cada um de nós e os alunos do 11.ºB, tomando como ponto de partida a leitura do “Sermão de Santo António aos Peixes”, refletiram sobre esta promessa/obrigação que todos temos de assumir.

 O tráfico humano é uma das violações mais graves dos direitos humanos e, apesar de muitas vezes passar despercebido, continua a acontecer diariamente em várias partes do mundo.(…) o tráfico humano está ligado à falta de respeito pelos direitos fundamentais no trabalho. Quando existem desigualdades extremas, ausência de fiscalização, contextos de vulnerabilidade social e pouca informação, abre-se espaço para práticas de exploração e escravatura moderna. É por isso que proteger os direitos humanos e os direitos laborais é essencial para prevenir estes crimes.

(…) O tráfico humano não é apenas um problema distante, é um desafio social que exige atenção, responsabilidade e humanidade. Só com consciência crítica e ações corretas é que podemos combater esta realidade e defender verdadeiramente a dignidade de todas as pessoas. 

Luna Guimarães

 

O tráfico humano é, na minha opinião, um dos problemas mais graves da sociedade atual. Para mim, este crime é especialmente cruel porque tira às pessoas aquilo que têm de mais valioso: a liberdade, a dignidade e a possibilidade de escolher o seu próprio caminho.(…) o tráfico humano é um crime terrível que rouba vidas e destrói sonhos. Na minha opinião, devia ser combatido com mais força, através de leis mais rigorosas, mais apoio às vítimas e mais campanhas de informação. Acho inaceitável que, no século XXI, ainda existam pessoas tratadas como se fossem mercadorias.

Mara Silva

 

A animação “O Emprego”, de Santiago Bou Grasso, constitui uma das mais inquietantes representações da desumanização contemporânea. Sem recorrer a qualquer diálogo, a curta-metragem expõe com precisão a forma como, no quotidiano, os indivíduos podem ser reduzidos a meros objetos — a instrumentos úteis, destituídos de identidade própria. Curiosamente, embora mais de três séculos separem esta obra do “Sermão de Santo António aos Peixes”, de Padre António Vieira, ambos partilham uma crítica moral semelhante: a denúncia de um sistema em que os mais fortes se impõem sobre os mais vulneráveis, perpetuando ciclos de injustiça. Assim, considero que “O Emprego” atualiza, no contexto contemporâneo, a mesma advertência ética que Vieira dirigiu à sociedade do seu tempo: a corrupção da humanidade provocada pela exploração.(…)

O Emprego” e o Sermão de Vieira não abordam apenas realidades históricas distintas, mas um problema que atravessa séculos: a tendência humana para transformar o outro em meio, instrumento ou coisa. A animação evidencia o que a modernidade prefere ignorar; Vieira denunciou aquilo que o seu tempo considerava inevitável. Em ambos os casos, a mensagem converge: a violência moral inicia-se quando deixamos de reconhecer no outro um semelhante e passamos a vê-lo apenas como recurso.

“O Emprego” constitui uma crítica social vigorosa que reinterpreta, sob forma visual e contemporânea, as mesmas inquietações éticas que Vieira formulou no século XVII. Ambas as obras alertam para os perigos de uma sociedade que tolera a exploração e a desumanização e desafiam o público a refletir sobre o seu próprio papel na manutenção dessas estruturas. A curta-metragem de Bou Grasso, tal como o Sermão, recorda-nos que a verdadeira transformação começa quando reconhecemos a dignidade humana em todos e rejeitamos, inclusive na passividade quotidiana, o ciclo que converte pessoas em objetos.

Santiago Silva

 

Existem vários desafios que se colocam no mundo do trabalho, como as desigualdades entre homens e mulheres, salários injustos, exploração, dificuldade em conciliar a vida pessoal e profissional, falta de segurança nos locais de trabalho, adaptação a novas tecnologias, muitas pessoas a disputarem as mesmas oportunidades entre muitos outros. Além disso, a condição de emprego instável e a pressão para sermos mais produtivos intensificam estes problemas, afetando a saúde física e mental dos trabalhadores.(…)

Já no Sermão de Santo António aos Peixes, encontramos no Cap. IV o exemplo dos peixes que se comem uns aos outros e como se não bastasse os maiores comem os mais pequenos, metáfora que representa os homens poderosos que exploram os mais fracos em benefício próprio. Outro caso é o dos peixes Roncadores (Cap. V), que simbolizam aqueles que se gabam e se consideram superiores, tal como alguns patrões que não valorizam nem respeitam os direitos e a dignidade dos trabalhadores.

O trabalho digno é um tema essencial que continua a colocar desafios importantes. É, por isso, fundamental promover o bem-estar, a justiça social e a igualdade para todos.

Liliana Lopes