terça-feira, 10 de junho de 2025

FEIRA QUINHENTISTA - 07.06.25


 “Amor é fogo que arde sem se ver” - o verso que ilustra não apenas o amor, mas que também identifica o seu autor: Luís Vaz de Camões, o poeta que enaltece os portugueses numa das maiores epopeias alguma vez escritas. Camões nasceu em Lisboa, provavelmente em 1524, e supostamente faleceu por volta de 1579. É considerado um dos maiores poetas da literatura portuguesa. No entanto, com certeza, pouco se sabe sobre a sua vida — talvez por ter vivido há tantos séculos atrás!

 A nossa escola mergulhou no espírito do século XVI com a realização de um Sarau Quinhentista dedicado a Luís de Camões, figura incontornável da literatura portuguesa.  A atividade integrou-se na Feira Quinhentista da escola, e proporcionou um dia repleto de cultura, arte e emoção.
O Sarau, cuidadosamente preparado por alunos e professores de várias turmas, teve lugar na Praça Eng. Armando Rodrigues - Póvoa de Lanhoso, que foi transformada num autêntico cenário renascentista.

O espaço da feira, desde a decoração aos trajes de época, tudo contribuiu para criar uma atmosfera envolvente que nos transportou para o tempo de Camões. Alunos do ensino básico e secundário, professores e funcionários participaram com grande entusiasmo, mostrando talento e dedicação em tudo. Houve música, danças, jogos, teatro, animais, comida, poemas declamados por alunos,  fogo de artificio, cortejo e representação de uma luta de espadas! Um ambiente totalmente diferente e único, sem dúvida!



VALQUÍRIAS

Mariana Lopes

No dia 7 de junho de 2025, vivi uma experiência que nunca pensei ser capaz de realizar e que posso dizer ter sido uma das melhores da minha vida: participar numa feira quinhentista e interagir diretamente com o público.
Desde os ensaios até ao momento de atuar, senti-me sempre segura, porém, um pouco nervosa. Abrir a feira com a minha colega Matilde e com o grupo medieval a que pertenço, “As Valquírias”, foi um misto de emoções. Consegui mostrar aquilo de que realmente gosto, sair da minha zona de conforto e revelar um outro lado de mim — mais confiante e apaixonado pela arte.
Nada disto teria sido possível sem o apoio das minhas colegas, da minha orientadora Beatriz Lobo e da professora Lurdes Silva. Aproveito para agradecer também aos restantes professores, aos funcionários e ao diretor da escola, que acolheram este projeto de braços abertos. Sem todos vós, nada disto teria sido possível.
Foi uma experiência muito enriquecedora, aprendi imensas coisas de forma divertida e descontraída. Nunca imaginei que fosse capaz de participar num evento assim. No entanto, esta experiência mostrou-me que somos capazes de tudo — é preciso acreditar.
É difícil   encontrar as palavras certas para descrever o que foram as "Residências Artísticas", incluindo este evento incrível e todas as coisas maravilhosas que fizemos e aprendemos. Levarei para sempre comigo este projeto, esta escola, e todos os colegas e professores que me ajudaram a crescer e a distinguir o certo do errado.


OS ARDINAS

 Mariana Lopes e Matilde Silva

Foi uma grande experiência e estávamos muito reticentes antes da concretização do evento. Depois, entrámos de cabeça e graças às dicas da professora Beatriz Lobo, tudo se tornou bem mais fácil. Foi difícil o interpelar o público, até tivemos de fazer a cena duas vezes e, na segunda, já utilizámos microfones para as pessoas conseguirem ouvir o que tínhamos para dizer.

AS APRESENTADORAS

 Inês Macedo e Matilde Silva


Nós fomos as apresentadoras do Sarau. Apesar de termos tido um suporte em papel, tínhamos receio de falhar e das pessoas não nos entenderem. Por outro lado, mesmo que errássemos, havia o olhar da família e dos amigos a apoiar-nos, o que nos trouxe uma maior segurança, que foi corroborada pelo facto de sermos duas a apresentar e de termos alguma empatia, o que  fez com que as coisas fluíssem com mais naturalidade.

 Durante o dia, andámos a fazer as coisas a correr, porque queríamos que este projeto tivesse sucesso, mas foi uma correria que vai ficar marcada no nosso coração! Esta correria fez com que soubéssemos que tudo é possível, desde que sejamos dedicadas.


REPORTAGEM FOTOGRÁFICA

 Letícia Araújo


 Senti, verdadeiramente, que viajei no tempo. Ao chegar à Praça Eng. Armando Rodrigues, deparei-me com um cenário absolutamente deslumbrante — tudo cuidadosamente recriado para nos fazer mergulhar no século XVI. A decoração, os trajes de época, os sons e até os aromas do ambiente criavam uma atmosfera mágica, como se a própria história tivesse descido à rua. Enquanto ia fotografando, fui testemunha o entusiasmo contagiante de alunos, professores e funcionários. A dedicação era visível em cada detalhe: desde a expressão orgulhosa de quem desfilava no cortejo até aos sorrisos tímidos de alunos a declamar poemas de Camões. Houve música ao vivo, danças tradicionais, jogos, entre muitas outras atividades de entretenimento, que arrancaram aplausos e sorrisos de todos os presentes. Os animais, os aromas das comidas e os trajes ricos em pormenores deram às minhas fotografias uma riqueza visual.
 Fotografar este evento foi mais do que uma tarefa — foi um privilégio. Senti-me parte de algo especial, de uma escola que vive e celebra a cultura com alma e criatividade. Saí de lá com a sensação de ter assistido, não apenas a uma atividade escolar, mas a um verdadeiro mergulho na história, vivido com emoção e autenticidade.


TESTEMUNHAS DO PÚBLICO E DE OUTROS ALUNOS


 Maria Inês Silva (Aluna do 12ºA) - "Na minha opinião, o sarau foi um verdadeiro sucesso e acredito que todos estiveram muito bem.
Estar em cima do palco foi, para mim, uma experiência única e inesquecível, que certamente contribuiu para o meu crescimento pessoal e acrescentou muito à minha bagagem de vida."


Simone Marques (Aluna do 12ºD) - "Participar neste sarau foi uma experiência muito especial. Achei interessante homenagear Camões de forma criativa e dinâmica. As apresentações revelaram os talentos diversos por parte de todos os colegas. Foi uma atividade enriquecedora, ajudou-me a conhecer melhor tanto a época, como a obra do poeta. Gostei muito do ambiente, dos figurinos e da forma como todos se envolveram. Foi também uma maneira divertida de unir toda a comunidade escolar e local. Camões, ontem, ganhou vida e foi um prazer recordar todos os seus feitos grandiosos. Espero que a escola promova mais momentos assim!"


 Gonçalo Oliveira (Aluno do 12ºC) - "Confesso que estava nervoso por ir tocar guitarra à frente de toda a gente, mas correu tudo muito bem. Achei um espetáculo. Tudo foi muito bem organizado."


Encarregada de Educação - "Achei muito interessante o sarau, que, inspirado na poesia, no teatro e na música, revelou o talento e o comprometimento dos alunos em cada apresentação."


Criança - "Gostei muito das Ardinas. Achei muito fixe as meninas com o fogo à noite e gostei muito das corujas e dos mochos que estavam lá."

 

Moral da história?

 Luís de Camões não foi apenas um poeta. Foi o arquiteto da nossa identidade. O navegador que trocou a caravela pela palavra. O homem que, mesmo na adversidade, escreveu como quem ergue um monumento à alma de um povo. Pode ter perdido um olho, mas nunca perdeu a visão de escrever algo marcante e eterno.

 Queremos deixar um agradecimento a todos os envolvidos neste projeto e a todas as pessoas que nos ajudaram com os seus testemunhos. Sem o grande empenho das professoras de teatro (Beatriz Lobo e Dalila Lourenço), dos professores da escola, alunos e funcionários, nada disto teria sido possível. Estão todos de parabéns! Foi, não só uma forma muito bonita de homenagear Camões, mas também uma forma de juntar toda a comunidade escolar, sem ser em contexto de aulas - o que prova que somos mais de que uma escola, somos a união, a crença, a esperança, a vitalidade, …!

 E, agora, deixámos aqui o nosso último contributo, não só desta nossa última atividade escolar, mas também nos artigos para o jornal. Foi um enorme orgulho ter feito parte do Jornal Preto no Branco. Se nos fosse dada a oportunidade de fazer tudo de novo, abraçaríamos o projeto sem pensar duas vezes. Ao longo deste percurso, demos voz a palestras, visitas de estudo, atividades escolares e a tantos outros momentos vividos na escola. Além disso, também deixamos aqui, de certa forma, um pedacinho de nós. Continuaremos de olho nas futuras notícias! Agora, de partida para a Universidade, levamos connosco, não só um pedacinho do Jornal Preto no Branco, mas também um carinho imenso por esta escola e por todos os professores e funcionários que passaram por nós, deixando um bocadinho de si nos nossos corações. E quando nos perguntarem que escolas frequentamos, não nos esqueceremos de referir a Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso.
 Quem sabe um dia voltaremos a escrever um artigo enquanto universitárias para os futuros estudantes da AEPL.

 Até um dia, Jornal Preto no Branco.
 Até um dia, queridos professores e funcionários.
 Até um dia, queridos colegas.
 Até um dia, querida escola que foi casa.
 Até um dia.

 As alunas finalistas,
 Cândida Carvalho - 12.ºB
 Inês Macedo - 12.ºB
 Letícia Araújo - 12.ºB
 Mariana Lopes - 12.ºB
 Matilde Silva - 12.ºB