“Amor é fogo que arde sem se ver” - o verso que ilustra não apenas o
amor, mas que também identifica o seu autor: Luís Vaz de Camões, o poeta que enaltece
os portugueses numa das maiores epopeias alguma vez escritas. Camões nasceu em
Lisboa, provavelmente em 1524, e supostamente faleceu por volta de 1579. É
considerado um dos maiores poetas da literatura portuguesa. No entanto, com certeza,
pouco se sabe sobre a sua vida — talvez por ter vivido há tantos séculos atrás!
A nossa escola mergulhou no espírito do século XVI com a realização de um
Sarau Quinhentista dedicado a Luís de Camões, figura incontornável da
literatura portuguesa. A atividade integrou-se na Feira Quinhentista da
escola, e proporcionou um dia repleto de cultura, arte e emoção.
O Sarau, cuidadosamente preparado por alunos e professores de várias turmas,
teve lugar na Praça Eng. Armando Rodrigues - Póvoa de Lanhoso, que foi
transformada num autêntico cenário renascentista.
O espaço da feira, desde a decoração aos trajes
de época, tudo contribuiu para criar uma atmosfera envolvente que nos
transportou para o tempo de Camões. Alunos do ensino básico e secundário,
professores e funcionários participaram com grande entusiasmo, mostrando
talento e dedicação em tudo. Houve música, danças, jogos, teatro, animais,
comida, poemas declamados por alunos, fogo de artificio, cortejo e representação de
uma luta de espadas! Um ambiente totalmente diferente e único, sem dúvida!
VALQUÍRIASMariana Lopes
No dia 7 de junho de 2025, vivi uma experiência
que nunca pensei ser capaz de realizar e que posso dizer ter sido uma das
melhores da minha vida: participar numa feira quinhentista e interagir
diretamente com o público.
Desde os ensaios até ao momento de atuar, senti-me sempre segura, porém, um
pouco nervosa. Abrir a feira com a minha colega Matilde e com o grupo medieval
a que pertenço, “As Valquírias”, foi um misto de emoções. Consegui mostrar
aquilo de que realmente gosto, sair da minha zona de conforto e revelar um
outro lado de mim — mais confiante e apaixonado pela arte.
Nada disto teria sido possível sem o apoio das minhas colegas, da minha
orientadora Beatriz Lobo e da professora Lurdes Silva. Aproveito para agradecer
também aos restantes professores, aos funcionários e ao diretor da escola, que
acolheram este projeto de braços abertos. Sem todos vós, nada disto teria sido
possível.
Foi uma experiência muito enriquecedora, aprendi imensas coisas de forma
divertida e descontraída. Nunca imaginei que fosse capaz de participar num
evento assim. No entanto, esta experiência mostrou-me que somos capazes de tudo
— é preciso acreditar.
É difícil encontrar as palavras certas para
descrever o que foram as "Residências Artísticas", incluindo este
evento incrível e todas as coisas maravilhosas que fizemos e aprendemos.
Levarei para sempre comigo este projeto, esta escola, e todos os colegas e
professores que me ajudaram a crescer e a distinguir o certo do errado.
OS ARDINAS
Mariana Lopes e Matilde Silva
Foi uma grande experiência e estávamos muito
reticentes antes da concretização do evento. Depois, entrámos de cabeça e
graças às dicas da professora Beatriz Lobo, tudo se tornou bem mais fácil. Foi
difícil o interpelar o público, até tivemos de fazer a cena duas vezes e, na
segunda, já utilizámos microfones para as pessoas conseguirem ouvir o que
tínhamos para dizer.
AS APRESENTADORAS
Inês Macedo e Matilde Silva
Nós fomos as apresentadoras do Sarau. Apesar de termos tido um suporte em
papel, tínhamos receio de falhar e das pessoas não nos entenderem. Por outro
lado, mesmo que errássemos, havia o olhar da família e dos amigos a apoiar-nos,
o que nos trouxe uma maior segurança, que foi corroborada pelo facto de sermos
duas a apresentar e de termos alguma empatia, o que fez com que as coisas fluíssem com mais
naturalidade.
Durante o dia, andámos a fazer as coisas a
correr, porque queríamos que este projeto tivesse sucesso, mas foi uma correria
que vai ficar marcada no nosso coração! Esta correria fez com que soubéssemos
que tudo é possível, desde que sejamos dedicadas.
REPORTAGEM FOTOGRÁFICA
Letícia Araújo
Senti, verdadeiramente, que viajei no tempo. Ao chegar à
Praça Eng. Armando Rodrigues, deparei-me com um cenário absolutamente
deslumbrante — tudo cuidadosamente recriado para nos fazer mergulhar no século
XVI. A decoração, os trajes de época, os sons e até os aromas do ambiente
criavam uma atmosfera mágica, como se a própria história tivesse descido à rua.
Enquanto ia fotografando, fui testemunha o entusiasmo contagiante de alunos,
professores e funcionários. A dedicação era visível em cada detalhe: desde a
expressão orgulhosa de quem desfilava no cortejo até aos sorrisos tímidos de
alunos a declamar poemas de Camões. Houve música ao vivo, danças tradicionais,
jogos, entre muitas outras atividades de entretenimento, que arrancaram
aplausos e sorrisos de todos os presentes. Os animais, os aromas das comidas e
os trajes ricos em pormenores deram às minhas fotografias uma riqueza visual.
Fotografar este evento foi mais do que uma tarefa — foi um privilégio.
Senti-me parte de algo especial, de uma escola que vive e celebra a cultura com
alma e criatividade. Saí de lá com a sensação de ter assistido, não apenas a
uma atividade escolar, mas a um verdadeiro mergulho na história, vivido com
emoção e autenticidade.
TESTEMUNHAS DO PÚBLICO E DE OUTROS ALUNOS
Maria Inês Silva (Aluna do 12ºA) - "Na minha opinião, o sarau
foi um verdadeiro sucesso e acredito que todos estiveram muito bem.
Estar em cima do palco foi, para mim, uma experiência única e inesquecível, que
certamente contribuiu para o meu crescimento pessoal e acrescentou muito à
minha bagagem de vida."
Simone Marques (Aluna do 12ºD) - "Participar neste sarau foi uma
experiência muito especial. Achei interessante homenagear Camões de forma
criativa e dinâmica. As apresentações revelaram os talentos diversos por parte
de todos os colegas. Foi uma atividade enriquecedora, ajudou-me a conhecer
melhor tanto a época, como a obra do poeta. Gostei muito do ambiente, dos
figurinos e da forma como todos se envolveram. Foi também uma maneira divertida
de unir toda a comunidade escolar e local. Camões, ontem, ganhou vida e foi um
prazer recordar todos os seus feitos grandiosos. Espero que a escola promova
mais momentos assim!"
Gonçalo Oliveira (Aluno do 12ºC) - "Confesso que estava
nervoso por ir tocar guitarra à frente de toda a gente, mas correu tudo muito
bem. Achei um espetáculo. Tudo foi muito bem organizado."
Encarregada de Educação - "Achei
muito interessante o sarau, que, inspirado na poesia, no teatro e na música,
revelou o talento e o comprometimento dos alunos em cada apresentação."
Criança - "Gostei muito das Ardinas. Achei muito fixe as meninas
com o fogo à noite e gostei muito das corujas e dos mochos que estavam
lá."
Moral da história?
Luís de Camões não foi apenas um poeta. Foi o arquiteto da nossa
identidade. O navegador que trocou a caravela pela palavra. O homem que, mesmo
na adversidade, escreveu como quem ergue um monumento à alma de um povo. Pode
ter perdido um olho, mas nunca perdeu a visão de escrever algo marcante e
eterno.
Queremos
deixar um agradecimento a todos os envolvidos neste projeto e a todas as
pessoas que nos ajudaram com os seus testemunhos. Sem o grande empenho das
professoras de teatro (Beatriz Lobo e Dalila Lourenço), dos professores da
escola, alunos e funcionários, nada disto teria sido possível. Estão todos de parabéns! Foi, não só uma forma muito bonita
de homenagear Camões, mas também uma forma de juntar toda a comunidade escolar,
sem ser em contexto de aulas - o que prova que somos mais de que uma escola,
somos a união, a crença, a esperança, a vitalidade, …!
E, agora, deixámos aqui o nosso último contributo, não só desta nossa
última atividade escolar, mas também nos artigos para o jornal. Foi um enorme
orgulho ter feito parte do Jornal Preto no Branco. Se nos fosse dada a
oportunidade de fazer tudo de novo, abraçaríamos o projeto sem pensar duas
vezes. Ao longo deste percurso, demos voz a palestras, visitas de estudo,
atividades escolares e a tantos outros momentos vividos na escola. Além disso,
também deixamos aqui, de certa forma, um pedacinho de nós. Continuaremos de
olho nas futuras notícias! Agora, de partida para a Universidade, levamos
connosco, não só um pedacinho do Jornal Preto no Branco, mas também um
carinho imenso por esta escola e por todos os professores e funcionários que
passaram por nós, deixando um bocadinho de si nos nossos corações. E quando nos
perguntarem que escolas frequentamos, não nos esqueceremos de referir a Escola
Secundária da Póvoa de Lanhoso.
Quem sabe um dia voltaremos a escrever um artigo enquanto universitárias
para os futuros estudantes da AEPL.
Até um dia, Jornal Preto no Branco.
Até um dia, queridos professores e funcionários.
Até um dia, queridos colegas.
Até um dia, querida escola que foi casa.
Até um dia.

As alunas finalistas,
Cândida Carvalho - 12.ºB
Inês Macedo - 12.ºB
Letícia Araújo - 12.ºB
Mariana Lopes - 12.ºB
Matilde Silva - 12.ºB