segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Dia Escolar da Paz e da Não Violência - na Escola Básica do AVE.

 














O Dia Escolar da Paz e da Não-violência, distinguido no 30 de Janeiro, assinalou o assassinato de um dos maiores defensores da paz, da não-violência, da justiça e da tolerância entre os povos: Mahatma Gandhi. Dentro do ideal de paz e não-violência que ele defendeu, uma das suas frases mais marcantes foi: “Não existe um caminho para paz! A paz é o caminho!”.

A Escola Básica do AVE comemorou esta data com o objetivo de alertar a Comunidade Educativa para a necessidade de uma educação para a paz, que promovesse valores como o respeito, a igualdade, a tolerância, a solidariedade, a cooperação e a não-violência.

A Biblioteca da EB do Ave convidou todos os docentes e alunos da Escola a refletir sobre o tema e promover a comunicação, com a produção escrita de frases, slogans, poemas (…). As mensagens encontram-se expostas no átrio da Escola.

 Ao longo da semana serão dinamizadas sessões de leitura e uma atividade surpresa!! Estejam atentos!!

Equipa da Biblioteca Escolar

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Uma memória de infância


 Juan S. Mendoza lembra como a infância nos “constrói"

 

Quando eu era criança, o verão eram três meses de felicidade constante em que construí memórias para toda a vida. Hoje, tenho saudade de quando não tinha responsabilidades durante aqueles meses, tenho saudade de quando podia perder tempo sem arrependimentos e tenho saudade daquelas férias em família.

Agora, o verão já não é como o que recordo. Agora, tenho de fazer atividades que sejam produtivas e que contribuam para o meu futuro, mas se aprendi alguma coisa quando era criança, é que nunca devemos deixar de lado o nosso tempo de ócio.

Durante quatro anos seguidos o meu pai, a minha mãe, a minha irmã e eu fomos a hotéis por pelo menos quatro dias no verão. Aqueles eram os dias em que os meus pais podiam realmente descansar, porque mesmo estando de férias do trabalho, eles ainda tinham responsabilidades infinitas. Parece-me incrível como os adultos se contentam com tão poucos dias de descanso real por ano, enquanto eu conto as horas até sexta-feira a partir de segunda-feira de manhã.

Juan, de 10 anos, nunca imaginaria que hoje estaria planeando entrar na universidade no próximo verão em vez de ir à Disney World. Agora, que ainda me considero jovem, recordo como era feliz a incomodar a minha irmã e a jogar playstation à noite escondido da minha mãe. Aos poucos estou aprendendo a valorizar mais as férias, porque é o tempo de descansar a mente.

                                                                                                                      Juan S. Mendoza

 

 

A leitura de Juan Mendonza

Juan Mendoza, da República Dominicana que ao abrigo do programa AFS – Intercultura (Escolas de Acolhimento Intercultural AFS Portugal) frequenta a nossa escola, participou na partilha de leituras dando voz ao poema de Jorge Pescoff.

Jorge Pescoff nasceu no Chile e vive em Jerusalém. É escritor, poeta e autor de vários livros. Entre eles, um sobre a análise do “Torá” a partir do Taamei Hamikra.

 

Holocausto: Por Jorge Pescoff

 

Si tocas los hornos

podrás sentir los pasos del diluvio

que no llegó a tiempo;

en Auschwitz sólo aceptaron trenes

de carne segada.

 

El viento solía afirmarse en las alambradas

y llorar, como la lluvia,

cerca de mí, tan cerca,

que casi, casi me tocaba.

 

Pero éramos tantos,

como a Abraham le prometieron.

 

Cada campo fue agujero

en el pecho del cielo,

ese cielo que sufrió en silencio

su fusilamiento.

 

 

Y luego nuestro dolor sin plumaje,

ruptura de rayo en implícita nube,

grito de parto sin niño.

 

Me arrodillé tantas veces

que mi cuerpo echó raíces,

y fui combustible de mil hornos

de alabanza a los hielos.

 

Me recuerdo buscando una flor

para reencontrar mi lenguaje,

tocar con su perfume mi memoria

y alcanzar a Dios.

 

Pero éramos tantos

y tan anudados mis dedos.

 

Si los huesos sostienen mi tierra,

cada piedra es responso

por un alma durmiente,

un ejército de esperanzas,

un Pueblo sin despedidas,

un suspiro redentor

que aun no llega,

pero se aproxima.

 

 

Jorge Pescoff

 

Neste poema podemos perceber a verdadeira tristeza e o sofrimento que as pessoas judias sentiram nos tempos do Holocausto. A grandeza e o poderio alemão nesse tempo eram enormes e os direitos humanos ignorados.

 Precisamos de aprender com os nossos erros e através deles construir um futuro em que todas as pessoas sejam tratadas com respeito, sem importar a sua nacionalidade, as suas preferências sexuais, religião…

 

Juan S. Mendoza