10 de dezembro de 2025
Dia Internacional dos Direitos Humanos
A Declaração Universal dos Direitos Humanos
(DUDH) é um documento fundamental da ONU (1948) que estabelece
que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos, sem
distinção de raça, sexo, nacionalidade.
Os
30 artigos da Declaração transcendem valores, culturas e fronteiras,
sistematizando um conjunto de direitos universais, indivisíveis e inalienáveis,
reconhecendo a igual dignidade e valor de cada pessoa.
Celebramos
este dia convictos de que precisamos de fazer com que o este compromisso conte no dia-a-dia de cada um de nós e os alunos do 11.ºB, tomando como ponto
de partida a leitura do “Sermão de Santo António aos Peixes”, refletiram sobre esta promessa/obrigação que todos temos
de assumir.
O tráfico humano é uma das violações mais graves dos direitos humanos
e, apesar de muitas vezes passar despercebido, continua a acontecer diariamente
em várias partes do mundo.(…) o tráfico humano está ligado à falta de respeito
pelos direitos fundamentais no trabalho. Quando existem desigualdades extremas,
ausência de fiscalização, contextos de vulnerabilidade social e pouca
informação, abre-se espaço para práticas de exploração e escravatura moderna. É
por isso que proteger os direitos humanos e os direitos laborais é essencial
para prevenir estes crimes.
(…) O tráfico humano não é apenas um problema distante, é um desafio
social que exige atenção, responsabilidade e humanidade. Só com consciência
crítica e ações corretas é que podemos combater esta realidade e defender
verdadeiramente a dignidade de todas as pessoas.
Luna Guimarães
O tráfico humano é, na minha opinião, um dos problemas mais graves da
sociedade atual. Para mim, este crime é especialmente cruel porque tira às
pessoas aquilo que têm de mais valioso: a liberdade, a dignidade e a
possibilidade de escolher o seu próprio caminho.(…) o tráfico humano é um crime
terrível que rouba vidas e destrói sonhos. Na minha opinião, devia ser
combatido com mais força, através de leis mais rigorosas, mais apoio às vítimas
e mais campanhas de informação. Acho inaceitável que, no século XXI, ainda
existam pessoas tratadas como se fossem mercadorias.
Mara Silva
A animação “O Emprego”, de Santiago Bou Grasso, constitui
uma das mais inquietantes representações da desumanização contemporânea. Sem
recorrer a qualquer diálogo, a curta-metragem expõe com precisão a forma como,
no quotidiano, os indivíduos podem ser reduzidos a meros objetos — a instrumentos
úteis, destituídos de identidade própria. Curiosamente, embora mais de três
séculos separem esta obra do “Sermão de Santo António aos Peixes”,
de Padre António Vieira, ambos partilham uma crítica moral semelhante: a
denúncia de um sistema em que os mais fortes se impõem sobre os mais
vulneráveis, perpetuando ciclos de injustiça. Assim, considero que “O
Emprego” atualiza, no contexto contemporâneo, a mesma advertência
ética que Vieira dirigiu à sociedade do seu tempo: a corrupção da humanidade
provocada pela exploração.(…)
“O Emprego” e o Sermão de Vieira não abordam apenas realidades
históricas distintas, mas um problema que atravessa séculos: a tendência humana
para transformar o outro em meio, instrumento ou coisa. A animação evidencia o
que a modernidade prefere ignorar; Vieira denunciou aquilo que o seu tempo
considerava inevitável. Em ambos os casos, a mensagem converge: a
violência moral inicia-se quando deixamos de reconhecer no outro um semelhante
e passamos a vê-lo apenas como recurso.
“O Emprego” constitui uma crítica social vigorosa que reinterpreta, sob
forma visual e contemporânea, as mesmas inquietações éticas que Vieira formulou
no século XVII. Ambas as obras alertam para os perigos de uma sociedade que
tolera a exploração e a desumanização e desafiam o público a refletir sobre o
seu próprio papel na manutenção dessas estruturas. A curta-metragem de Bou
Grasso, tal como o Sermão, recorda-nos que a verdadeira transformação começa
quando reconhecemos a dignidade humana em todos e rejeitamos, inclusive na
passividade quotidiana, o ciclo que converte pessoas em objetos.
Santiago Silva
Existem vários desafios que se colocam no mundo do
trabalho, como as desigualdades entre homens e mulheres, salários injustos,
exploração, dificuldade em conciliar a vida pessoal e profissional, falta de
segurança nos locais de trabalho, adaptação a novas tecnologias, muitas pessoas
a disputarem as mesmas oportunidades entre muitos outros. Além disso, a
condição de emprego instável e a pressão para sermos mais produtivos
intensificam estes problemas, afetando a saúde física e mental dos
trabalhadores.(…)
Já no Sermão de
Santo António aos Peixes, encontramos no Cap. IV o exemplo dos peixes que se comem uns aos outros e
como se não bastasse os maiores comem os mais pequenos, metáfora que
representa os homens poderosos que exploram os mais fracos em benefício
próprio. Outro caso é o dos peixes Roncadores (Cap. V), que simbolizam aqueles
que se gabam e se consideram superiores, tal como alguns patrões que não
valorizam nem respeitam os direitos e a dignidade dos trabalhadores.
O trabalho digno é um tema essencial que continua a
colocar desafios importantes. É, por isso, fundamental promover o bem-estar, a
justiça social e a igualdade para todos.
Liliana Lopes