terça-feira, 24 de março de 2020

aepl.estetempo 24.março.2020

24 de março de 2020
Querido diário,
Tenho dormido mal. As preocupações não me deixam dormir e fico quase toda a noite a pensar.
O futuro é algo que me assusta. Este vírus fez-me questionar tudo o que me rodeia. As minhas “certezas” voltaram a tornar-se incertezas. Tenho receio que as coisas não corram como tenho planeado. Estas reviravoltas também me assustam, mas considero que tudo tem um motivo, portanto isso “acalma-me”.
Aprendemos algo com tudo que nos acontece, tudo nos traz uma lição. Este vírus não será exceção à regra. Aliás, até acho que posso adivinhar a lição que nos trará: abrandar. Abrandar o nosso ritmo de vida, abrandar a produção industrial, abrandar o capitalismo, abrandar tudo o que é excessivo.
Espero que isto se resolva o mais rápido possível.

Jacinta Cruz (12ºF)

COVID 19
Isto é tão estranho. Olho para a televisão, vejo um filme. Reparo como nunca antes o fizera no toque entre as personagens. Estão próximas e abraçam-se.    
Tudo me parece bizarro nestes dias… Querer abraçar e não poder.
Pedem-nos que fiquemos em casa e estamos a cumprir o que nos pedem. Sem sabermos como, estamos agarrados a este vírus em forma de bola que, a todo o custo e com todas as nossas forças, desejamos chutar para bem longe daqui. Sim, este é, agora, o gigantesco desafio da Humanidade.
Este é o momento em que paramos e descobrimos, finalmente, que somos todos iguais. O momento em que percebemos que não precisamos de dar as mãos para estarmos unidos. Agora jogamos todos em casa e lutamos nesta guerra, não de armas, nem de bombas, mas profundamente silenciosa. Se gostamos do jogo da vida, é hora de saber jogá-lo. O outro, o jogo maldito, ainda agora começou! Desistir não é, nem nunca será palavra no dicionário da esperança.
Um dia, os cafés voltarão a encher-se de conversa, de gente, de vida, As estradas voltarão a pertencer a quem vai e a quem volta. Aqueles que amamos voltarão a ter o nosso abraço. No fim, perceberemos, tenho a certeza, que o melhor da vida, afinal, está nas pequenas coisas e que o nosso olhar se deslumbrará com a pequena flor que desperta no meio da calçada.

Carolina Dias (8ºB)



Terça-feira, 24 de março de 2020

Querido diário,

Estamos hoje no nono dia de quarentena e, cada vez mais, a solidariedade é necessária para ultrapassar esta fase negra a nível mundial. E é precisamente este o tema de hoje – a solidariedade e a sua importância.
Ontem falei-te do quão importante é ajudarmo-nos uns aos outros para nos sentirmos felizes. A solidariedade é, portanto, uma atitude crucial para a convivência em sociedade, pois desperta a união e harmonia entre os humanos.
Ser solidário não é só doar quantidades enormes de dinheiro para associações de caridade – ser solidário é ser bondoso e compreensivo em relação ao próximo e, portanto, também se exprime em pequenas ações que, por muito que possam, por vezes, parecer insignificantes, podem fazer toda a diferença na vida de quem ajudamos. E, para que não o penses, não estou a desprezar as doações às instituições, contudo, nem todos têm economias suficientes para que possam realizar doações – isso não deve ser uma preocupação para essas pessoas, visto que podem sempre tentar ser solidários de outra forma, por exemplo, aconselhando amigos ou auxiliando pessoas debilitadas a realizar as suas tarefas diárias.
Despeço-me realçando a ideia de que, para podermos ultrapassar a pandemia do Covid-19, devemos ter um espírito solidário.

Maria João Fontão (11ºC)



O meu diário
Durante estes dias, eu acordo, tomo o pequeno almoço e, depois, vou fazer os deveres que tenho. Depois janto e vou para o terreno jogar e ajudar o meu pai a pôr a lenha no sítio. De seguida, entro em casa e vejo vídeos, jogo um bocado Fifa e depois vou dormir.
Raphaël costa



Póvoa de Lanhoso,24 de março,2020

Querido diário,

Sentada aqui no meu sofá, hoje escrevo sobre mais um dia fechada em casa.
Estes dias que parecem todos iguais, cinzentos e obscuros, são dias passados à espera de boas notícias que, infelizmente, não têm hora de chegar.
Como distração, tenho praticado desporto, feito trabalhos para a escola, assistido séries e filmes que tinha pendentes, tentando sempre não lembrar da situação pela qual todo o mundo está a passar.
Hoje fiz uma coisa que já não fazia há bastante tempo, caminhar com a minha mãe – tomando todas as devidas precauções. Fomos caminhar pela nossa freguesia acabando por subir o Monte de Santa Iria, daí podemos ver as freguesias à volta, Louredo, Santo Emilião, Donim e Briteiros. São cerca de 15/20 minutos a subir, mas estes minutos valem a pena, pois a vista de lá de cima é simplesmente incrível e arrebatadora.
É sempre bom caminhar pelo campo e montes, ouvir a natureza, sair um bocado dos ares de casa para sentir o ar puro das árvores… e hoje teve um sabor diferente, porque foi um caminhar “com medo” para não lembrar o “medo” que nos invade …
Assim passei mais um dia, veremos o que se segue amanhã…

Isabel Vieira (12ºC)



Querido diário,

“Lar, doce lar” costumamos nós dizer com enorme satisfação. Não é verdade que, quando chegamos de uma longa viagem, esta frase é, inconscientemente, pensada por nós, culminando, carinhosamente, sempre na sua verbalização “Lar, doce lar”? No entanto, apesar de adorar o meu rico espaço, o meu cantinho, adoro, igualmente, sair, respirar ar puro.
Agora, com este novo vírus, encerraram todas as escolas e, por isso, estamos todos em quarentena. Temos, neste momento, aulas online de matemática e estamos a receber instruções de trabalhos das outras disciplinas.
Fechada em casa, estou a tentar gerir o tempo da melhor maneira, já que é muito fácil deixar-me aliciar com as inúmeras distrações que tenho em casa à minha disposição. É muito cativante ficar o dia todo sentada no sofá a ver Netflix. Quem não gosta? Porém, eu prefiro ter uma rotina, ter uma razão para me levantar de manhã, pois só assim é que conseguiremos, ainda que confinados aos nossos lares, manter uma vida, impedindo a contagem obsessiva dos dias.
Em relação às consequências desta pandemia, como a têm denominado recentemente, apoio a cem por cento o isolamento social. Considero que, distanciando as relações entre as pessoas, podemos combater estes dias escuros e tristonhos. Penso que, se estivermos informados e conscientes das nossas ações, conseguiremos enfrentar esta nuvem negra que paira agora por todo o mundo e, finalmente, avistar, lá ao longe, um arco-íris luminoso, repleto de prosperidade e felicidade. Como já dizia Camões: “Quem quer passar além do Bojador/ Tem que passar além da dor”. Por isso, acredito que este caminho longo e penoso que encaramos hoje nos levará a um mundo muito melhor.

Boa noite!
Inês Lopes (12.ºB)



Póvoa de Lanhoso, 24 de março de 2020

Querido diário,

Já onze dias se passaram… onze dias em que a nossa tarefa é ficar em casa e assim já estamos a ajudar os outros.
Quem diria que algo conseguiria travar o ser humano, não é verdade? Logo agora que a nossa vida é uma correria e temos muito para fazer. Se não levássemos a vida com tanta pressa, tão atarefados, se estivéssemos acostumados a passar mais tempo em casa com os nossos, parar por um tempo não seria tão estranho.
Eu sei que não estou de férias, no entanto, tudo muda. Não há a correria para conseguir apanhar o autocarro, para chegar a tempo à sala. Agora a correria é enviar os emails a horas, sem sair de casa.
Nem de propósito, trabalhei este ano, em Português, Ricardo Reis que em muitos dos seus poemas fala da calma com que devemos encarar a vida. Bem vou parar por aqui, ou ainda começo a dar-te uma aula de Português!
Despeço-me com um beijinho esperançoso de que tudo vai ficar bem!

Mónica Silva (12.ºB)



Dia 9 da quarentena, 24/03/2003 

É incrível como apenas algumas palavras podem mudar o nosso dia... 
Pouco tinha passado da meia noite, eram 00:06 quando recebi algo que me fez estupidamente feliz. E foi assim o dia todo, sorridente e alegre.   
Mas, como é óbvio, não é graças apenas a uma pessoa que dedico a minha felicidade, é a todos os que me orgulho de chamar de amigos, e que, embora longe, me fizeram sentir abafado por sentimentos calorosos. 
Só tenho que dar graças por ter pessoas como estas à minha volta, e espero que não seja um mero vírus a separar-nos por muito mais tempo. 
Por hoje é tudo, vemo-nos amanhã com mais 24 horas para contar. 

Pedro Carvalho (11ºC)



Olá, amigo diário

Os dias sucedem-se, cada vez mais uns iguais aos outros. Não te vou maçar com as rotinas do meu dia, tu até já as conheces. Vou, no entanto, partilhar alguns pensamentos contigo. Tenho ouvido muitas vezes dizer que isto, e tu bem sabes o que é isto!, é uma guerra.  Não concordo nada, pois embora nunca tenha vivido em tempo de guerra, parece-me que é bem pior do que este isolamento forçado. Não banalizemos o mal, nem essa tragédia maior. Apesar disso, tem-me ocorrido que a NATUREZA está zangada. O AMBIENTE, de que tanto se falava e pouco ou nada se fazia, teve agora uma trégua. Afinal conseguimos viver sem consumir tanto, sem viajar tanto, sem maltratar tanto aquela que é a nossa casa comum. E porque estamos a falar de natureza e  como também já te disse que tenho um gato e adoro o PESSOA, tem-me lembrado por estes tempos o seu belo poema, que tantas vezes li aos meus filhos, ainda bem pequeninos e que talvez ajude a explicar o carinho que todos temos pelo bicho cá em casa. 
Amanhã volto. Espero que gostes!
“Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais,
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim
Todo o nada que és é teu,
Eu vejo-me e estou sem mim
Conheço-me e não sou eu.”

Isabel Friande


Dia 9 (24 de março de 2020)
Querido diário,

Neste dia, iríamos realizar uma saída de campo. Visitaríamos e exploraríamos o GeoPark, em Macedo de Cavaleiros, de forma a aprofundarmos os nossos conhecimentos de Geologia… mas, mais uma vez, fiquei em casa e dediquei algum tempo à escola, aos amigos e à família.
Hoje, o Pedro, um amigo meu, celebra o seu aniversário. Um rapaz que merece tudo do melhor e que, felizmente, se cruzou na minha vida. O Pedro é incrivelmente genuíno e os momentos que passei com ele já me deram muita alegria!
Foi também dia de fazer a minha autoavaliação a várias disciplinas. Autoavaliarmo-nos permite-nos evoluir… Se tivermos consciência daquilo que somos capazes de fazer e refletirmos naquilo que precisamos de melhorar será muito mais fácil adaptarmo-nos e progredir nesta que é a caminhada da vida.
E, a propósito disso, espero que a minha caminhada de vida se faça ao lado de amigos como o Pedro.

Miguel Almeida. (11ºC)



24 março 2020

Querido diário,

Hoje o dia não foi muito diferente dos anteriores a nível de estudo. Acordei cedo e completei as tarefas da escola.
De tarde, ajudei a minha irmã nos seus estudos e estivemos algum tempo juntas.
De uma forma geral, o meu dia passou a correr. No meio de todo o trabalho perdi completamente a noção das horas e quando dei por isso já era de noite.
Como é habitual não pude deixar de fazer o meu treino para me manter em forma.
A minha mãe chegou tarde a casa completamente revoltada, pois algumas pessoas do concelho não estão a cumprir o seu dever cívico, continuando a realizar as suas rotinas sem se preocuparem com a sua própria saúde nem com a dos outros.
Está na hora de pensarmos em todos nós e não só com o nosso próprio umbigo.
Bem, por hoje é tudo…

Matilde Carvalho (11ºC)



Querido diário,

Mais calma? Sim, estou mais calma.

Hoje o dia correu normalmente sem nenhum sobressalto. Acordei um pouco mais cedo do que o habitual e para pôr o cérebro a trabalhar fiz exercícios de matemática. Depois, dediquei-me à escrita e comecei a elaborar o plano de um texto sobre a minha perspetiva e a de alguém com idade mais avançada. Antes de almoçar, continuei a ver a minha série Riverdale.
De tarde, soube a nota do teste de português. Para ser sincera não me espantei, pois ficou dentro dos limites habituais, mas fiquei desiludida, porque eu dou sempre mais e mais e estava realmente com bastante esperança que fosse mais um pouco.
Por volta das 16h30min decidi praticar um pouco de desporto para manter o corpo sempre ativo e depois, quanto tudo voltar à normalidade, estarei mais preparada para os treinos de badminton e atletismo.
Já no final deste dia redigi então o meu belo texto. Sabes qual foi o tema que escolhi? Família. Achei que era o que fazia mais sentido visto que tínhamos que falar com os nossos avós, tios-avós ou alguém mais idoso.
Por fim, planeei aquilo que vou realizar amanhã.

Resumidamente, este foi o meu dia. E por hoje é tudo.

Marina Peixoto (11ºD)



(recuperado do dia 19)

Póvoa de Lanhoso, 19 de março de 2020

Querido diário,

Faz hoje precisamente uma semana e um dia que estou em casa. Oito dias sem ver os meus avós e o resto da família, sem ver os meus amigos, sem andar de carro (confesso que já tenho saudades)… Bem, acho que, se não fosse considerada uma quarentena, estaria normal, ainda só estamos na primeira semana. No entanto, como já é algo mais sério, a qualquer momento começo a delirar e, por mais estranho que pareça, só penso “quem me dera estar na escola”.
Ontem foi feriado aqui no concelho, mas, ainda mais importante, foi o Dia do Pai. Eu já sou esquecida habitualmente, imagina estando em casa há oito dias, quase sem saber que dia da semana é… Como é que era suposto lembrar-me que era um dia especial para o meu pai? Pois, não me lembrei… Foi preciso o meu pai chegar a casa, para almoçar, e comentar sobre as festividades do dia de S. José, para me acender uma luzinha. Notei que ficou um bocadinho triste mas, ele nem costuma ligar muito a isso, óbvio que percebeu, dadas as circunstâncias.
Esta noite, depois do jantar, a minha mãe lembrou-se de nos juntar a todos para jogar um jogo. Um jogo que apenas ela sabia jogar e nós disponibilizamo-nos a aprender sob as suas ordens e o seu feitio impaciente…nada que não estejamos habituados. O jogo chamava-se Yahtzee. Cinco dados, uma folha de papel quadriculado e uma caneta para cada um. O objetivo era preencher uma coluna, de acordo com o valor do somatório das pintas dos dados lançados. No final, quem tivesse maior pontuação, ganhava. Está claro que, eu, como ótima jogadora que sou, fiquei em último. No entanto, enquanto perdia um jogo, ganhava memórias para sempre. Sentamo-nos para jogar por volta das 21h. O meu irmão, sem grande apetite para jogos, disse logo que às 21h30 tinha um jogo online marcado. A verdade é que, às 23h30 ainda estávamos todos juntos a jogar. Achei incrível como uma pandemia que, ao olhar da sociedade tem tudo para dar errado, pode também trazer coisas tão boas.
Para além de tudo, de hoje a uma semana exata, estaria a embarcar num autocarro, tal como milhares de estudantes, com destino a Marina D’or. Digamos que esperamos por esta viagem o secundário todo e agora, em vésperas de partida, este contratempo coloca-nos as “trancas à porta”. Estou consciente que adiar a viagem foi o melhor a fazer, não veria outra opção possível. No entanto, há sempre aquela pequenina raiva, bem lá no fundo, que não nos tira da cabeça o pensamento “Porque é que tinha de ser este ano? Porque é que o vírus não veio só depois da viagem? Esperei tanto por isto e agora fica fechada em casa… Que raiva!. Mas pronto, é o que tem de ser, para o nosso melhor e de toda a sociedade. Só espero que tudo passe rápido e que as consequências, a todos os níveis, não sejam muito drásticas.
Estamos no segundo dia de Estado de Emergência devido a este surto do Coronavírus. Há mais de 250 mill casos de infeção em todo o mundo, 10 mil mortos e pelo menos 87 mil pessoas recuperadas do Covid-19. No nosso país já morreram seis pessoas, há mais de 1000 casos confirmados e 5 pessoas recuperadas da infeção. No mundo inteiro, 860 milhões de crianças estão sem aulas e dessas, quase 300 milhões não tem possibilidade de se alimentar uma vez que os refeitórios escolares estão fechados.
Estamos a viver uma situação muito complicada e acho que nunca ninguém imaginou passar por isto. Pelo menos, na minha cabeça, isto só acontecia nos livros de história. Não podemos deixar de ter esperança de que tudo vai passar e tudo vai correr bem. Isso vai-nos manter vivos! Tomar as precauções recomendadas é o mínimo que podemos fazer e já é muito.
Adormecemos num mundo e acordamos noutro. De repente a Disney já não tem magia e Paris já não é romântica. Quem tem boca já não pode ir a Roma. Em Nova Iorque, todos dormem. E a muralha da China já não é uma fortaleza. De repente abraços e beijos tornam-se armas, e não visitar pais, avós e amigos torna-se um ato de amor. Então descobrimos que poder não tem tanto valor e que o dinheiro não tem tanto poder.”
(autor desconhecido)
Já é tarde, amanhã continuo! Fica bem J
Leonor (12.ºA)




(recuperado do dia 19…)
 

 

Querido Diário,
Hoje é um dia muito especial, porque é o dia do Pai!
Eu e a minha irmã começamos o dia a correr para a cama do meu Pai, para lhe entregarmos os presentes que tínhamos feito.
O papá ficou super emocionado com o meu poema e adorou o tapete para o rato que a minha irmã lhe deu!
Eu, a mana e a mamã preparamos um super pequeno almoço, com panquecas e tudo!!
Depois fomos passear o nosso cão e dar uma volta de bicicleta, pois como moramos na aldeia, podemos sair à rua e passear na natureza sem encontrar pessoas, por causa do Coronavírus…
Nesta altura em que temos de ficar em casa, o tempo custa mais a passar…
Eu e a minha família passamos um dia bem divertido! 😊

Até amanhã, querido Diário…
José Guilherme (6ºB)