quinta-feira, 26 de março de 2020



Sexta-feira, 27 de março de 2020
Querido diário,
Hoje seria o último dia de aulas do 2.º Período, hoje estaria a terminar a mala para amanhã ir de viagem de finalistas, ia estar uma semana fora com os meus amigos, sem preocupações, sem horários, ia poder descansar para voltar em força e terminar o 12ºano.
Contudo, nada disso vai poder acontecer, hoje, vou ficar em casa a cumprir mais um dia da quarentena e, sem saber quando este maldito vírus irá desaparecer, vou continuar a estudar, vou continuar a ver filmes, ocupar o meu tempo de maneira a não ter de ligar a televisão e deparar-me com mais uma morte ou mais 400 casos de covid-19.
Este vírus veio alterar o que eu esperava que pudesse ser um dos melhores anos da minha vida, tinha a viagem de finalistas, os 18 anos, a entrada na Universidade e muitas outras coisas ….
Em vez disso, 2020 está a ser um dos piores anos, com esta pandemia, não posso estar com os meus avós, pois posso contaminá-los devido ao facto que os meus pais continuam a trabalhar e estarem em contacto com outras pessoas. Também não posso estar com os meus amigos.
Por isso, hoje, vou sonhar e esperar que ao acordar possa voltar a estar com os meus avós, partilhar as aventuras e desventuras em presença dos amigos e concretizar a viagem de finalistas.
Juliana Gomes (12ºA)


Diário de Bordo
Dia: 26/03
Hora: 17:34

Encontro-me preso no mesmo barco de sempre. Encontrámo-nos! Porque estamos todos no mesmo barco, sem exceção. No barco onde me encontro ainda não há infetados de cerca de 300 pessoas a bordo. Estamos todos assustados com toda esta situação, com tudo o que se passa. Será que chegaremos a porto seguro? Ou será que é mais seguro estarmos aqui no alto mar? Não sabemos!
O que nos chega de fora é que países como a Espanha, Itália e Estados Unidos da América estão com um elevado número de infetados e mortes com um crescimento exponencial. Isto é cada vez mais assustador! Mortes atrás de mortes, cada vez mais infetados, médicos e enfermeiros a fazer turnos de 24h com poucos intervalos.
Quando é que o inferno na terra vai acabar?

Nuno Alexandre Silva (12ºA)


Dia 11 (26 de março de 2020)
Querido diário,
É o 13º dia de quarentena e o 13º dia que não saio de casa a não ser para passear a minha cadela.
É nos dias como o de hoje que damos o devido valor àquilo que, numa situação normal, menosprezamos. Sair de casa com a sensação de que tudo está bem, que posso cumprimentar alguém sem qualquer tipo de preocupação, que posso ir onde eu quiser, sem estar limitado é algo de que sinto muita falta.
A fase de mitigação entrou em vigor às 00h de hoje, sendo a terceira fase e a mais grave em resposta à COVID-19. A seguir desta, entramos na fase de recuperação e só quero que seja o quanto antes. Uma fase que espero recuperar os momentos com os meus amigos, com a minha família e onde, certamente, irei ser um rapaz diferente e com uma visão melhorada do mundo e da vida.
Miguel Almeida. (11ºC)


Querido diário,

O coronavírus continua a causar imensas mortes em todos os países. Para teres noção, em Espanha e em Itália, morreram mais de 600 pessoas em cada um deles. É intrigante como é que algo microscópico consegue esta devastação caótica.
Hoje, Portugal entrou na fase mais crítica do contágio, a fase de mitigação, em que a transmissão acontece na comunidade e não por casos importados, e, por isso, estou com algum receio daquilo que virá.
Neste sentido, para me tentar abstrair um pouco deste tema perturbador, mergulhei no livro Os Maias, de Eça de Queirós, resolvi uma ficha sobre o capítulo III do mesmo e mantive o meu corpo ativo com a realização de alguns exercícios.
Ainda bem que tu não corres risco em contrair o coronavírus, pois assim posso ter-te sempre por perto. E espero mesmo que todos juntos consigamos combatê-lo.

Amanhã trarei mais novidades!
Marina Peixoto (11ºD)



Quinta-feira, 26 de março de 2020
Querido diário,

Estamos hoje no décimo primeiro dia de quarentena e, como já te contei mais do que uma vez, prevê-se uma enorme crise, a nível mundial. Provavelmente, mais pessoas terão de lidar com a pobreza, sendo esse o tema de hoje.
É do conhecimento de todos que, apesar de vários países serem bastante desenvolvidos, ainda há outros que lidam diariamente com a pobreza extrema. Mas porque existem países tão ricos e países tão pobres? Isso deve-se essencialmente aos governos que os dominam. Por norma, países subdesenvolvidos são governados por pessoas extremamente corruptas, que utilizam todos os lucros do país a seu favor, ficando o resto do país dominado pela pobreza - com governos assim, é impossível desenvolver um país.
Concluímos, então, que, por trás da pobreza, está o egoísmo, um dos maiores defeitos da sociedade de hoje em dia – pessoas egoístas não conseguem construir uma sociedade harmónica. Mais uma vez, falando sobre a pandemia – é impossível ultrapassar esta situação agindo de forma egoísta e irresponsável.
Maria João Fontão (11ºC)



26 março 2020
Querido diário,

O fim do 2º período está próximo e, com ele, vêm todas as perguntas: será que o período de isolamento irá acabar antes do início do 3º trimestre? Como serão as aulas a partir dessa altura? Como é que nos vamos preparar para os exames? As datas agendadas serão as mesmas? Tenho a certeza que a maior parte de nós está a sentir estas inseguranças.
A minha única consolação é acreditar que as coisas vão melhorar e que, em breve, irá tudo voltar à normalidade para podermos retomar as nossas rotinas e acabar o ano letivo da melhor forma.
Esta fase ficará para sempre na história e nas nossas memórias como um acontecimento mundial em que as pessoas tiveram de se unir para o ultrapassar.
Bem, por hoje é tudo…

Matilde Carvalho (11ºC)


Quinta-feira, 26 de março de 2020
Querido diário,
Hoje, descobri que não sou uma rapariga muito paciente quando se trata de fazer puzzles. Comecei ontem a montar um puzzle de 500 peças da Torre de Pisa, com a minha prima e a minha irmã, sendo que o continuei a montar hoje com a minha irmã. Ainda não acabamos, porque estava a sentir-me um pouco desanimada, então fui arrumar a loiça para a máquina.
Durante a tarde, fiz as minhas autoavaliações das disciplinas de Matemática A e Biologia e Geologia e treinei a minha apresentação oral da disciplina Física e Química, que parece que nunca fica boa o suficiente para enviar. Pode ser que amanhã corra melhor.
Acabei o dia a fazer videochamada com o meu pai, que estava muito chateado devido à vinda dos meus tios (irmã dele) de França para Portugal. Ele também disse estar um pouco aborrecido, dado que não está a trabalhar e a televisão dele é antiga e só tem dois canais portugueses (RTP e TVI internacionais).    
Atualização: 3544 casos confirmados e 60 mortes em Portugal.
Lara Araújo (11ºC)



Boa noite, querido diário

Não, não me esqueci de ti! Sei que ontem faltei ao nosso encontro, mas, como amigos que somos, decerto compreenderás que estes tempos andam conturbados e o teletrabalho, em vez de atenuar, aumenta as tarefas. Os finais dos períodos nunca foram fáceis, mas desta vez está a ser complicado!!!!! Quem disse que a tecnologia facilita?!!!! 
Não te quero maçar com a minha labuta, que é árdua nos tempos que correm. Anseio, somente, que voltemos ao normal dia a dia, que seja possível andar na rua sem ter que dar a margem de segurança a quem, como eu, transita pelas ruas do pequeno mundo que todos temos. É pena que só valorizemos "a normalidade das coisas" quando perdemos a liberdade de as ter. Não quero ficar nostálgica contigo, afinal até nestas alturas encontramos amigos, e eu encontrei-te a ti! Fazes-me bem e quero-te dizer que acredito que isto, e tu já sabes o que é, recuso-me a nomeá-lo!!!!, vai acabar um dia e todos havemos de achar que não passou de um pesadelo. 
Despeço-me, com a esperança que melhores e mais luminosos tempos estão à espreita.
Fica bem

Isabel Friande