quarta-feira, 29 de abril de 2020

aepl.estetempo 29.abril.2020





Querido diário,

Mais uma semana complicada aqui no trabalho, as 35 horas semanais transformam-se, na maior parte das vezes em 40, trabalhamos 12 horas por dia e durante esse tempo, não paramos um segundo. Está um caos aqui no hospital, todos os dias vejo entrar mais e mais pacientes com a suspeita deste vírus que por todo o mundo se espalhou em tão pouco tempo.
Depois do trabalho, sinto-me exausto, tanto a nível físico como a nível psicológico, os pacientes foram proibidos de receber visitas, então, nós não podemos ser somente profissionais de saúde como também assumir o papel dos seus familiares.
Todos os dias o medo me atormenta, penso no que irá acontecer para lá das portas do hospital, levarei o vírus para casa? Será que algum doente estava infetado e eu não sabia? Será que tive todos os cuidados necessários? Tudo isto torna o desgaste emocional muito maior que o desgaste físico.
Este tempo não só destrói aqueles que lutam contra o vírus, mas também aqueles que são obrigados a estar no hospital por outros motivos de saúde. No internamento todos os dias se nota um agravamento no estado de saúde dos pacientes, por se sentirem abandonados, por não poderem ter contacto com o exterior e por não verem aqueles que faziam todas as semanas um esforço para os ver.
Esta, querido diário, é só mais uma página da realidade que eu e muitos outros enfermeiros estamos a passar.

Filipe Barros (enfermeiro – primo da Tatiana)



Quarta-feira, 29 de abril de 2020

Querido diário,

Estamos, hoje, no quadragésimo quinto dia de quarentena, o Dia Mundial da Dança.

A dança é uma das sete artes, e talvez uma das que mais vemos, principalmente nas redes sociais. Para além de ser uma arte, a dança é um desporto, mesmo que algumas pessoas não o vejam como tal, por considerarem que “não cansa” – o que não é, de todo, verdade.

Mas neste Dia Mundial da Dança não se pode, como nos restantes, realizar espetáculos presenciais. Por isso, o palco das atuações é online – mesmo sem a emoção e beleza que um espetáculo ao vivo traz, as companhias e bailarinos podem apresentar novas criações ao mundo, através das inúmeras plataformas que a tecnologia nos disponibiliza.

Como sempre disse: mesmo em tempos de dificuldade, há sempre uma forma, seja ela melhor ou pior, de se resolver os problemas.

Maria João Fontão (11ºC)




Querido diário,

Hoje esteve um dia frio, nublado e chuvoso. É aquela ambiente que dá vontade de não fazer nada, ficar a ver um filme ou uma série, dormir, ouvir música e refletir. Mas não pode ser, porque tive tarefas para fazer e dediquei-me a português quase em exclusivo.
Eu nunca tive o hábito de ler, talvez porque os meus pais nunca me incentivaram a isso e eu própria não achava muito cativante. Mas ultimamente tenho ganho esse gosto. Os livros são muito ricos e ajudam-nos a melhorar a concentração, memória, imaginação e, provavelmente duas das coisas mais importantes, a ganhar vocabulário e a escrever muito melhor. Eu já notei isso em mim e nos progressos que tenho vindo a fazer. Existe, contudo, algo que me desanima um pouco, que é os significados por de trás das palavras, como, por exemplo, a estação primavera simbolizar o começo de um novo ciclo, vivacidade, energia, vida, prosperidade, fertilidade. Isto torna toda a história muito mais subjetiva e difícil de compreender.
Hoje deparei-me com isso. A tarefa foi pesquisar a simbologia de alguns elementos presentes no quarto de Maria Eduarda na Toca, no capítulo XIII d’Os Maias. Isto preencheu bastante tempo do meu dia. Posteriormente, com toda a informação adquirida, redigi um texto sobre este tema. Outro trabalho que, posso dizer, deu “dores de cabeça”. Não porque foi difícil escrevê-lo, mas porque eu não conseguia cumprir o limite máximo de 200 palavras, ultrapassando-o largamente. Acabei, quase milagrosamente, por conseguir e “fiquei na rolha”, com as duzentas palavras certinhas, nem mais, nem menos. Sempre tive este problema e ainda não descobri um truque para superá-lo, pois, para a escrita, a minha mente “só tem metas e não limites”.

Marina Peixoto (11ºD)