quinta-feira, 30 de abril de 2020

aepl.estetempo 30.abril.2020


Quinta-feira, 30 de abril de 2020
Querido diário,

Estamos, hoje, no quadragésimo sexto dia de quarentena e estive a pensar no quanto tivemos de mudar os nossos hábitos e rotinas, para nos adaptarmos a esta fase tão diferente.
Sei que já te disse várias e várias vezes que o vírus trouxe bastantes mudanças nas nossas vidas e, ao longo desta quarentena, falei-te de algumas delas. Mas, se banalizarmos as coisas, o facto de alguém, num país tão distante do nosso, ter ingerido um alimento contaminado, fez com que o mundo inteiro parasse, devido a uma pandemia. Logo no início do surto de Covid-19, achei “curioso” o facto de, num espaço de tempo tão curto, o vírus ter atingido vários países (apesar de, é claro, se achar que o vírus já circulava entre as pessoas antes de o primeiro caso ser diagnosticado).
Isto prova o quanto a globalização se tem desenvolvido nos últimos tempos, visto que todos os países estão intimamente conectados, quer pelos mecanismos de importação / exportação, quer pelo transporte de pessoas, etc. E essa mesma globalização, que até agora pareceu ser exclusivamente vantajosa, foi o maior problema no que toca à propagação do vírus – mais uma vez, o coronavírus provou-nos que há sempre uma forma diferente de ver as coisas.

Maria João Fontão (11ºC)



Querido diário,

Será que todos nós temos um destino traçado? Será que a nossa vido está “escrita” em algum lado e tudo o que fazemos está predestinado? Ou será que simplesmente cada um constrói a sua própria história a cada segundo, a cada ato, a cada decisão que toma?
Bem… eu não sei, mas por vezes acho que sim. Que é o destino que delineia o nosso caminho e, por isso, não temos qualquer poder de escolha para mudá-lo. Por outro lado, acho que isso nem sempre faz sentido e que nós somos seres racionais que, livremente, esboçamos o nosso trilho. Sabes porquê? Porque se existir destino ele consegue ser muito cruel e eu não consigo aceitar isso. Espero mesmo um dia conseguir, de algum modo, compreender esta dimensão mais abstrata e controversa.

Marina Peixoto (11ºD)



Este tempo… dia 48
30.Abril.2020

Quando nos sentimos pequenos, percebemos a pequenez. Quando nos magoamos, percebemos quem se magoa. Quando sofremos, percebemos o sofrimento. Quando nos apercebemos dos nossos limites, percebemos os limites dos outros.
E este é o tempo em que nos sentimos assim. Neste tempo experimentamos (e tocamos!) estes limites. E descobrimos o nosso lugar. No mundo. Com os outros. Aprendemos a viver com paciência – sabendo esperar pelos outros!

Margarida Corsino