domingo, 7 de fevereiro de 2021

 

Porque hoje é sábado (6 de fevereiro 2021)


Sábado frio, chuvoso e triste como tem sido habitual.

Desta vez confinada em terra beirã e para um dos atos mais dolorosos das nossas vidas…

Morrer faz parte da vida, morrer é a única certeza que temos na vida, é verdade. Mas custa sempre tanto! E tanto mais num tempo como este de restrições e de medos!…

Já não via o meu pai há meses (aqui o Skype e o whatsapp não contam), mas ontem, ainda que num espaço inabitual, pude vê-lo, chorar, conversar um pouco, rezar e deixar-lhe na lapela umas palavras que, entre soluços e lágrimas, me brotaram do coração a agradecer a vida que me deu, e tantos momentos felizes dos difíceis 88 anos que, por aqui e no estrangeiro, viveu.

Sábado frio, chuvoso e mais triste que o habitual…

Rosa Lopes

 

 

  

O exercício dos direitos só existe se cumprirmos os deveres.

Pode parecer um lugar comum, mas se existir um equilíbrio entre ambos   

garantimos uma cidadania plena, o “civismo”.

Hoje, somos muito mais  que "Narciso",

 "apaixonamo-nos" pelo que queremos e, pior que morrer ao contemplar-se,

é "matar" o outro porque só olha para si.

 

 

Manifesto sobre a falta de civismo

Nos dias que correm, seria de esperar que as pessoas já tivessem evoluído e interiorizado conceitos como o respeito pelo outro, a boa educação e o civismo em geral.

Nesta fase marcada pelo covid-19, podemos observar todos os tipos de comportamentos, exceto aqueles que nos tornam pessoas mais cívicas.

Uma grande parte dos portugueses faz o que bem lhe convém, ignorando por completo o seu dever cívico e o respeito pelo outro. Há pouca obediência em relação ao recolher obrigatório, às quarentenas, ao distanciamento social e aos ajuntamentos familiares.

Um exemplo desta situação foi o atenuar das regras na época natalícia. Toda a gente tinha fé que o nosso país iria ter consciência e passar as festividades com o próprio agregado familiar, mas tal não aconteceu. As famílias juntaram-se todas sem qualquer tipo de precaução. O resultado verificou-se no início do mês de janeiro, quando foi anunciado que Portugal era o segundo país do mundo com mais novos casos por milhão de habitantes. Esta notícia foi alarmante!

Devido à falta de civismo dos portugueses, o país teve de enfrentar uma nova vaga, o que implicou várias alterações no quotidiano dos cidadãos.

Muitas das pessoas que cumpriram todos os seus deveres, que passaram a época natalícia com restrições familiares, que evitaram os centros comerciais e outros locais com multidões e que mantiveram todas as recomendações possíveis, tiveram de se sujeitar novamente às regras impostas pelo governo.

Os profissionais de saúde andam há quase um ano na luta contra o vírus. Todos os dias veem a sua carga de trabalho a aumentar e, muitas vezes, colocam-se eles mesmos e os seus agregados familiares em perigo. No final de tanto esforço, não há reconhecimento por parte do país. As pessoas continuam a agir como se nada estivesse a acontecer.

Um outro caso que retrata a falta de civismo dos portugueses é o facto de as pessoas não obedecerem ao isolamento e fazerem as suas vidas normais, como ir aos supermercados e andar na rua como faziam habitualmente. Se não estão preocupados com a sua própria saúde, pelo menos que respeitem o bem-estar dos que estão à sua volta.

Devido à imprudência de algumas pessoas, os alunos vão voltar novamente às aulas online, o que não é a melhor forma de ensino. Os universitários vão perder partes essenciais dos cursos, caso estes sejam mais práticos. Já estamos a perceber as desvantagens evidentes das aulas à distância, por exemplo, de um aluno de medicina ou de química, que são cursos que requerem materiais e recursos próprios que só estão disponíveis nos recintos universitários.

Existem países que estabeleceram medidas drásticas logo no início do ano passado e, neste momento, não têm casos ativos, pois a população respeitou as regras e teve uma moral cívica que lhe permitiu ultrapassar esta fase complicada.

Não podemos ter em conta apenas os nossos desejos e vontades do momento, mas temos de ver que as decisões que tomarmos hoje podem determinar o futuro de muita gente. Está na hora de nos responsabilizarmos pelas nossas ações e de refletirmos sobre a importância fulcral do civismo para uma sociedade desenvolvida e próspera.

Ainda vamos a tempo de alterar as mentalidades do nosso país! Pouco a pouco as pessoas podem fazer a diferença e ajudar os outros a perceber que o civismo é o alicerce de toda a humanidade.

Se ainda não mudamos, está na altura de o fazermos!

 

Matilde Carvalho 12.ºC