Meia dúzia de palavras
para justificar uma proposta.
Ouço muitas vezes: vamos ajudar. Hoje, são eles que precisam. Amanhã, poderemos ser nós. Quem me vai conhecendo, saberá que esta frase me incomoda. Para mim, a correta seria: vamos ajudar, pois é necessário. E ponto final. Porque sim. Porque eu posso e quero que a vida dos outros seja mais digna. E me é pedido que o faça desta forma, pois, neste momento - e provavelmente mais que nunca nos últimos anos - a fome é uma realidade dura e presente em Portugal. Claro que é, apenas, a minha opinião e, por isso, vale o que vale.
Isto vem a propósito da campanha do Banco Alimentar, que começou no passado dia 27 de maio e terminará a 6 de junho. Durante o tempo em que estivemos confinados, quer em 2020 quer em 2021, passei vários turnos no armazém do BA de Braga. A generosidade das pessoas comovia-me. A cada dia, chegava sempre mais um carregamento. Mas, assim como chegava, depressa se preparavam as paletes de bens alimentares que iriam para a Póvoa de Lanhoso (gostava sempre de preparar essas), Amares, Vila Verde, Braga... E tão depressa como o armazém ficava cheio, tão depressa voltava a ficar quase vazio. Houve sempre o necessário para encher as paletes, mas ouvia muitas vezes que estávamos a gastar já o que deveria durar para três meses.
Bom, servem estas linhas para recordar a campanha do Banco Alimentar. Já muitos de nós - se não todos - contribuímos alguma vez para ela com tempo como voluntários e/ou com bens alimentares. E hoje? Vamos alimentar esta ideia?
Pode ser feito em alimentestaideia.pt ou na compra de vales em vários hipermercados. Se for online, depois de carregar em doar e escolher os bens que se querem oferecer, deve ser escolhido o Banco Alimentar para o qual se quer doar.
Vamos alimentar esta ideia! Porque, à boa maneira portuguesa, à nossa mesa, há sempre lugar para mais um!
Margarida Corsino