quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Marcha contra a violência doméstica

 Primeiro o testemunho


A escrita no “jogo do tempo”, em tempo de aula, num tempo que pede mudanças…

Ouvir um depoimento tão sofrido trouxe a angústia a um dia de sol, é inacreditável, atualmente depararmo-nos com testemunhos como este, mas que nos trazem uma ideia da realidade de muitos, é uma realidade que nos assusta e que deve acabar, pois ninguém merece sofrer desta maneira. Uma maneira tão cruel e tão triste como ouvimos num discurso em primeira pessoa.

Fazermo-nos ouvir para que haja lugar para a denúncia, para que outros também ganhem coragem para o fazer. Para nós foi importante, para percebermos como devemos ter cuidado na escolha que fazemos das pessoas para estar ao nosso lado e como devemos estar atentos a todos os sinais negativos. O que ouvimos tem de ser mais que um alerta, tem de ser o princípio do fim da violência sobre as mulheres. Foi ainda muito importante para não deixarmos que nos destruam a nossa vida e para que nos deem o valor que merecemos. Ter ouvido este testemunho permitiu-nos acreditar que um dia de sol poderá ser vivido sem angústia.

Depois de ouvirmos o testemunho, iniciámos a marcha, com a esperança de acabar com a violência doméstica!

E num olhar sobre “Não fique calad@”, atentos ao que somos, ao que vemos e ao que e ouvimos só podemos desejar que cada pessoa viva com dignidade a ponto de poder dizer: eu sou eu, em liberdade. Que seja capaz de viver plenamente a VIDA com verdade sem fingir nem mentir e não se deixando iludir. Acreditando em si, defendendo os seus princípios e os seus valores, a ponto de poder decidir o que quer e não o que o “outro” quer.

Acreditamos que esta iniciativa tenha contribuído para que cada MULHER possa decidir o seu percurso de vida, o seu emprego, o que vestir, com quem sair, como gastar dinheiro … o seu futuro.

Marchámos pela vida, marchámos pela mulher, marchámos pela importância de denunciar, marchámos pela consciencialização de uma realidade violenta, que não dignifica o ser humano.  No fim, deixámos uma caixa para denunciar… uma abertura para “remediar” alguns casos cuja violência vivida só permite silenciar, até porque,

O silêncio só raramente é vazio
diz alguma coisa
diz o que não é1

                                                                             Trabalho coletivo 12.ºD

 

 

1José Tolentino Mendonça, in A Papoila e o Monge; ed. Assírio & Alvim, 2013