terça-feira, 8 de março de 2022

POR QUEM OS SINOS DOBRAM

 

     Vivemos tempos de incerteza e de medo e assistimos em direto, quase como se de um reality show se tratasse, à mais vil e cruel invasão de um país soberano que ousou sonhar viver em paz, respeitando o tão proclamado direito internacional, que diz muito a quem nele acredita e NADA aos que se alimentam e semeiam o ódio e o terror.

     A UCRÂNIA, país de muitos heróis sem rosto, combatentes de uma causa que a todos diz muito, LIBERDADE E INDEPENDÊNCIA dos grilhões dos grandes senhores da guerra, luta não só por si, mas também pelo Continente Europeu do qual faz parte e que tão refém ficou da inocência e crença que as guerras eram coisa do passado! Como se enganou! como todos nos enganamos!

     Na UCRÂNIA dobram os sinos por aqueles que são vítimas de ataques ignóbeis e cegos, que são diária e permanentemente agredidos por um regime composto por tiranos que pensam ser os donos do mundo. A História encarregar-se-á de os julgar e, tal como outros, serão lembrados como a personificação do MAL e da CRUELDADE sem limites. Putin e os seus acólitos têm no TERROR DA GUERRA o seu momento de glória. Que cobardes são os que mandam para o campo de batalha os jovens do seu país, morrer por um qualquer ideal de imperialismo perdido no tempo! Provavelmente não sabem que somos um todo, que os nossos irmãos ucranianos também são irmãos do povo russo e por isso as palavras de John Donne ficam aqui relembradas, para que o sofrimento dos outros nos faça lembrar que os sinos também dobram por nós!

 “Nenhum homem é uma ilha, cada homem é uma partícula do continente, uma parte da Terra. Se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse o solar de teus amigos ou o teu próprio. A morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do género humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”, escreveu o poeta inglês John Donne, em 1624. 

                                                                                                                                        Isabel Friande