I
Jornadas POVOAR.TE
Teve lugar no dia 13 de setembro, no Theatro Club da Póvoa de Lanhoso, uma palestra com o Comissário Nacional do Plano Nacional das Artes, Dr. Paulo Pires do Vale, a que se seguiu a assinatura do protocolo de Cooperação entre o Município, as Escolas do concelho (Agrupamento de Escolas Gonçalo Sampaio, Agrupamento de Escolas da Póvoa de Lanhoso e EPAVE) e o Plano Nacional das Artes e, no período da tarde, workshops dedicados ao “Projeto Cultural de Escola”.
O Plano Nacional das Artes
(PNA), desenvolvido pelas áreas governativas da Cultura e da Educação, tem como
objetivo tornar as artes mais acessíveis aos cidadãos, em particular às
crianças e aos jovens, através da comunidade educativa, promovendo a
participação, fruição e criação cultural, numa lógica de inclusão e
aprendizagem ao longo da vida.
Sendo eu desde há longos anos professora de Português e
professora bibliotecária do AEPL, foi com muito agrado que me inscrevi nesta
formação, pois é sempre mais informação, mais orientação e novas perspetivas,
tanto para o nosso desenvolvimento pessoal, como profissional. Fiquei bastante
sensibilizada com a forma como o palestrante abordou a questão da cultura,
sobretudo a desconstrução do tão politicamente correto "vamos levar
cultura à periferia", que parte do pressuposto de que esses lugares
não têm cultura. Uma pequena viagem pela
noção de cultura e de democratização da cultura com citações, canções,
exemplificações, um encadeamento de ideias e um discurso fluente e doce, quase
nos fez esquecer o passar das horas...
Senti-me muito apoiada no meu papel de agente cultural, pois
há muito tempo que, quer nas aulas, quer no trabalho colaborativo com a
biblioteca, tento dar visibilidade e oportunidade às pessoas, às coisas, aos
lugares e não ser mera transmissora de conhecimentos. Também eu sinto e tento
passar a mensagem de que a cultura e as artes são plurais, implicam o(s)
outro(s), implicam o deixar de FAZER PARA e enveredar antes pelo FAZER COM,
implicam, ainda e sempre, PAIXÃO. Por fim, implicam, como se pode deduzir das
palavras do filósofo francês Paul Ricoeur, abrir a cada um de nós (e no
contexto escolar sobretudo aos alunos) possibilidades que nem sabemos que
temos.
Foi ótimo ter voltado novamente a refletir sobre a
importância da missão da escola, que não se esgota no uso da linguagem
lógico-verbal, antes precisa de todas as outras linguagens que não ousamos
mostrar ou que amputamos por não serem convocadas nem valorizadas.
Fiquei mais atenta e procurarei ajudar a encontrar a missão de cada um: alunos, colegas, comunidade e eu!
Rosa Sousa