terça-feira, 3 de outubro de 2023

Plano Nacional das Artes


Diz o povo que "mais   vale tarde que nunca". Passaram quase 3 semanas sobre o acontecimento, mas uma reflexão vem sempre a tempo. Sobre a apresentação do  Plano Nacional das Artes.

  

I Jornadas POVOAR.TE

Teve lugar no dia 13 de setembro, no Theatro Club da Póvoa de Lanhoso, uma palestra com o Comissário Nacional do Plano Nacional das Artes, Dr. Paulo Pires do Vale, a que se seguiu a assinatura do protocolo de Cooperação entre o Município, as Escolas do concelho (Agrupamento de Escolas Gonçalo Sampaio, Agrupamento de Escolas da Póvoa de Lanhoso e EPAVE) e o Plano Nacional das Artes e, no período da tarde, workshops dedicados ao “Projeto Cultural de Escola”.

O Plano Nacional das Artes (PNA), desenvolvido pelas áreas governativas da Cultura e da Educação, tem como objetivo tornar as artes mais acessíveis aos cidadãos, em particular às crianças e aos jovens, através da comunidade educativa, promovendo a participação, fruição e criação cultural, numa lógica de inclusão e aprendizagem ao longo da vida.

Sendo eu desde há longos anos professora de Português e professora bibliotecária do AEPL, foi com muito agrado que me inscrevi nesta formação, pois é sempre mais informação, mais orientação e novas perspetivas, tanto para o nosso desenvolvimento pessoal, como profissional. Fiquei bastante sensibilizada com a forma como o palestrante abordou a questão da cultura, sobretudo a desconstrução do tão politicamente correto "vamos levar cultura à periferia", que parte do pressuposto de que esses lugares não têm cultura.  Uma pequena viagem pela noção de cultura e de democratização da cultura com citações, canções, exemplificações, um encadeamento de ideias e um discurso fluente e doce, quase nos fez esquecer o passar das horas...

Senti-me muito apoiada no meu papel de agente cultural, pois há muito tempo que, quer nas aulas, quer no trabalho colaborativo com a biblioteca, tento dar visibilidade e oportunidade às pessoas, às coisas, aos lugares e não ser mera transmissora de conhecimentos. Também eu sinto e tento passar a mensagem de que a cultura e as artes são plurais, implicam o(s) outro(s), implicam o deixar de FAZER PARA e enveredar antes pelo FAZER COM, implicam, ainda e sempre, PAIXÃO. Por fim, implicam, como se pode deduzir das palavras do filósofo francês Paul Ricoeur, abrir a cada um de nós (e no contexto escolar sobretudo aos alunos) possibilidades que nem sabemos que temos.

Foi ótimo ter voltado novamente a refletir sobre a importância da missão da escola, que não se esgota no uso da linguagem lógico-verbal, antes precisa de todas as outras linguagens que não ousamos mostrar ou que amputamos por não serem convocadas nem valorizadas.

 Fiquei mais atenta e procurarei ajudar a encontrar a missão de cada um: alunos, colegas, comunidade e eu! 

Rosa Sousa