Numa tarde de sol e de céu azul - 20 de novembro, segunda-feira - miúdos e graúdos do AEPL marcharam por uma nobre causa!
A preocupação são as crianças e
jovens, o mote foi o programa da UNICEF “Escolas Pelos Direitos das Crianças”,
ao qual o nosso agrupamento aderiu neste ano letivo.
O desafio veio da CPCJ da Póvoa
de Lanhoso - relembrar o 34.º aniversário da assinatura da Convenção Pelos
Direitos da Criança e o contributo, esse, foi dos alunos desde o 2.º ao 11.º
ano, no exercício de uma cidadania ativa.
Depois de um estendal e da marcha
ordeira, participada e animada, os alunos do AEPL apresentaram e entregaram um Manifesto pelos Direitos das Crianças
ao Senhor Presidente da Câmara Municipal. O Manifesto transcreve-se aqui para
que todos se inspirem e se comprometam com os direitos de ser crianças.
Catarina Lopes, Cecília Cardoso, Paula Dias e Vanessa Rocha
Manifesto dos
Estudantes do AEPL pelos Direitos das Crianças e Jovens
Hoje, dia 20 de novembro,
assinala-se o 34.º aniversário da assinatura da Convenção sobre os Direitos da
Criança que em Portugal foi ratificada em 21 de setembro de 1990.
Muito se tem falado do tema, o
ODS n.º 4, da Agenda da ONU para 2030, vem relembrar que é preciso agir e
apesar dos nossos direitos estarem consagrados e reconhecidos a nível mundial,
o que vemos?
Crianças e jovens sem educação
de qualidade, sem um lar, sem uma família, sem comida, sem afeto, sem nome, sem
nacionalidade, sem paz nem segurança, sem apoio na saúde e na diferença, sem
respeito pela sua diversidade, sem pais e adultos que as ajudem a olhar para o
planeta como a sua casa e para a comunidade como um berço para crescer.
Por tudo isto, sabemos que na nossa sociedade:
a negligência é o primeiro fator de risco. O direito a ser acompanhado, pela
família e pela sociedade, é aquele que está mais em risco de não ser
respeitado.
Segue-se a exposição a modelos
de comportamento desviante através de muitos dos jogos de computador e desenhos
animados que representam situações de violência, de ódio, de agressão e de
morte.
Em terceiro lugar, surgem os
maus tratos psicológicos e físicos e o abandono escolar.
Apesar de todos os documentos
internacionais e das leis nacionais proibirem os castigos físicos, continuamos
a assistir na sociedade a uma certa permissividade, presente na ideia de que
uma palmada na altura certa não faz mal nenhum. O castigo físico não tem
qualquer valor pedagógico, bem pelo contrário, induz à existência de traumas e
afetará a criança no seu desenvolvimento. Todos estes fatores são da
responsabilidade da comunidade.
Assim, e perante tantos
atropelos naqueles que são os nossos direitos, consideramos que:
·
Queremos ser ouvidos porque temos direito a
participar nas decisões;
·
Queremos que a nossa intimidade e
diversidade sejam respeitadas;
·
Queremos ser amados pelo que somos;
·
Queremos que nos eduquem sem violência, em
paridade e em liberdade;
·
Queremos que cuidem de nós, mas que
compreendam a nossa adolescência;
·
Queremos que cuidem do planeta, pois
queremos ter futuro e ele é a nossa casa;
·
Queremos ser respeitados pelos mais velhos;
·
Queremos ter mais tempo para brincar e
crescer em harmonia;
·
Queremos ter mais equidade nas avaliações
escolares;
·
Queremos combater a pobreza infantil;
·
Queremos que nos ajudem quando não estamos
bem física ou mentalmente;
·
Queremos que nos protejam quando nos
sentimos sozinhos;
·
Queremos livre acesso a uma aprendizagem em
igualdade e inclusão;
·
Queremos ter acesso a múltiplas literacias
para encontrarmos o nosso caminho;
· Queremos ajudar a construir um mundo global de justiça, desenvolvimento, paz e cooperação.
Nós, estudantes do AEPL, comprometemo-nos hoje
e sempre, com a causa dos Direitos das Crianças e Jovens para uma Humanidade
plena de futuro.
Póvoa de Lanhoso, 20 de novembro de 2023
Assinado pelos alunos: 2.ºB, 6.ºB, 7.ºB e 11.ºD