Uma Escola assente nas sinergias oriundas dos vários mundos que idiossincraticamente a compõem não pode confinar os seus objetivos aos resultados académicos. Tem de preocupar-se, também, em preparar os seus alunos para os desafios de uma sociedade em mutações rápidas e constantes, como é a sociedade da informação em que vivemos. Daí que o Projeto Educativo do Agrupamento de Escolas de Póvoa de Lanhoso (AEPL) preceitue, nas suas mais diversas finalidades, a valorização do saber e do conhecimento como base da construção e desenvolvimento de competências que ajudem não só a saber fazer, como sobretudo a saber ser, num processo de formação ao longo da vida.
É indubitável que uma Escola não se confina a uma sala de aula. E se é verdade que uma parte significativa do processo ensino-aprendizagem privilegia esse espaço, não é menos verdade que não se deve restringir a esse mesmo espaço.
Na verdade, a Escola tem por obrigação facultar ao aluno o contacto com um rol de experiências extra letivas que, por certo, estimularão muito mais o aluno ou o grupo de alunos, na procura do novo saber e no alargamento de horizontes pessoais, sociais, profissionais e humanos.
Com este espírito, procuramos desenvolver e participar em projetos que tenham uma função complementar do trabalho desenvolvido dentro da sala de aula, quer saindo ao encontro do outro, quer recebendo o outro no nosso aconchego.
Na aldeia global/virtual em que todos nos movemos, afigura-se nuclear a preparação dos alunos para o exercício ativo da cidadania, para uma participação ativa e responsável na vida social, nas decisões que dizem respeito ao desenvolvimento da comunidade escolar, local, do país e do mundo globalizado. Uma boa cidadania implica, no entanto, que os direitos e os deveres estejam interligados como as duas faces da mesma moeda, num contributo inquestionável para uma sociedade mais justa e equilibrada.
Tendo como pressuposto tais considerandos, que alicerçam as vertentes da formação e desenvolvimento social propostos no seu Projeto Educativo, o AEPL promove as mais diversificadas vivências solidárias de forma a evidenciar a vertente dos valores humanos, da solidariedade, do contacto intercultural e de colaboração com os outros.
Hoje, os antigos “muros da escola” são diariamente devassados pelas inúmeras e constantes informações e saberes advindos das novas plataformas tecnológicas, são caldeados numa simbiose de interações, onde o mundo exterior se funde indelével e idiossincraticamente no clima e cultura da organização. Neste novo contexto, o papel do professor tem necessariamente de alterar-se, de se adaptar às novas circunstâncias e exigências. Já não pode limitar-se ao redutor papel de mero transmissor de conhecimentos, antes tem de os saber gerir e de orientar o aluno a transformá-los, criticamente, em aprendizagens com sentido para a sua vida, nas suas várias vertentes. Pois, como dizia Sebastião da Gama (1985), ser fundamentalmente o amigo mais velho dos seus alunos, ajudando-os a saber ser nas suas interações, onde sentimentos e emoções se apresentam como alicerces consolidadores de um perfil de cidadania mais humanista.
Hoje em dia, ser professor não é tarefa fácil. Há todo um conjunto de vicissitudes, de ambiguidades que indelevelmente penetram nos “muros da escola” e que contextualizam novas posturas e atitudes.
A Escola contempla muito mais do que a sua oferta curricular, pois só dessa forma pode perspetivar uma visão mais alargada dos sentidos da educação no século XXI e contribuir, efetivamente, para os desígnios do preceituado no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PASEO). Assim, o AEPL tem diversos projetos, tanto a nível nacional como internacional, que contribuem para o cumprimento do currículo, no seu sentido lato, onde se integra a formação dos alunos ao nível do aprender a ser, aprender a saber, aprender a fazer e aprender a viver em conjunto.
Naturalmente, aproveito a crónica da rubrica “Voz às Escolas” para deixar uma palavra de agradecimento e de alento a todos os que se envolvem ativamente nos mais diversos projetos e/ou atividades, muitas vezes fora do seu horário laboral e da sua área de conforto, proporcionando aos alunos vivências únicas e, essencialmente, preparando-os para a aprendizagem ao longo da vida (Lifelong Learning).
Ângelo Dias