terça-feira, 1 de abril de 2025

Dia do Agrupamento - A disciplina de História

 

A Jornada dos Séculos pela Liberdade: Refletir sobre a história para construir o futuro. 

           A história é muito mais do que um simples registo do passado. É uma herança viva que nos ajuda a compreender o presente e a construir o futuro. A liberdade e a democracia, que devido ao costume, damos hoje como garantidas, resultaram de lutas do passado e conquistas que não podem ser esquecidas. No âmbito do Dia do Agrupamento, o grupo de História promoveu  uma iniciativa que convidou toda a comunidade escolar a refletir sobre momentos marcantes da nossa identidade comum.

        Esta atividade teve  lugar na Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso, onde se destacou a glamorosa exposição de painéis ilustrativos baseados em caricaturas de Abel Manta, representados por diversos alunos e alunas do sétimo ano de escolaridade no ano letivo anterior. A abordagem de questões como a desigualdade de oportunidades entre homens e mulheres, que após o 25 de abril foi reduzindo de forma contínua e significativa, a educação como instrumento de ascensão social e as consequências do regime Salazarista no quotidiano da população, também foram recordadas.

    Durante o Estado Novo, a alta taxa de analfabetismo era vista com preocupação até por Salazar, que dividia a sociedade portuguesa em cinco categorias principais: “os ineducáveis ”, “os normais estúpidos”, “os de inteligência média”, “os de inteligência superior” e os “notáveis”. A falta de acesso à educação contribuía para um ciclo de desigualdade, em que 23% da população era retirada da escola precocemente. O isolamento internacional a que Portugal estava  sujeito, traduzido no lema "orgulhosamente sós" e a necessidade de muitos portugueses em emigrar "a salto" em busca de melhores condições de vida,  também foram  temas explorados.

       A atividade decorreu ao longo do dia e envolveu diversas turmas que participaram em momentos distintos. Um dos momentos mais especiais foi quando os participantes se uniram para cantar a icónica canção "Somos Livres" de Ermelinda Duarte, em que eu priorizo o verso "Somos livres, somos livres, não voltaremos atrás”, pois é um poderoso lembrete do significado de uma conquista  tão importante mas que para muitos passa despercebido. Depois deste momento simbólico, os alunos foram convidados a responder à pergunta: "O que significa para ti o 25 de Abril?". As respostas foram reunidas num painel coletivo e expostas.

          O 25 de Abril foi mais do que um dia de revolta, foi a abertura de um caminho para a liberdade e para um Portugal mais justo. No entanto, a história ensina-nos que direitos conquistados podem ser perdidos se não forem defendidos. Cabe a cada geração refletir sobre o significado da democracia e assumir a responsabilidade de garantir que nunca, de facto, “voltemos atrás”. Afinal, ser livre é um direito, mas também um compromisso. E tal como o filósofo Inglês Herbert Spencer  dizia e bem, “A liberdade de cada um termina onde começa a liberdade  do outro”. 

Simone Marques,12.ºD