sábado, 30 de novembro de 2019

Escrita Criativa

Alunos do 11º A e 11º B
Atividades propostas pelas disciplinas de Educação Física e Português, aquando da ida a Viana do Castelo, ao Centro de Alto Rendimento de Surf.

Atividade 1
11ºA
Os dedos falantes

Era uma vez uma mão, mas ela não era apenas uma mão qualquer, ela tinha uma peculiaridade que mais nenhuma tinha. Os seus dedos falavam. Agora devem estar a perguntar-se qual era o problema do narrador da história.
Aparentemente, estes dedos falantes tinham um ódio enorme uns pelos outros. Alguns achavam que certos dedos trabalhavam mais que os outros e começaram, literalmente, a apontar o dedo uns aos outros…
Mindinho – Vocês pensam que, só porque sou o mais pequeno, não trabalho?! Se não fosse eu como é que as pessoas se enganariam umas às outras com falsas promessas?
Indicador – Tu estás mesmo a comparar aquilo a que chamas “trabalho” com o que eu faço? Se eu não existisse como é que poderias sequer comprar “esse bolo aí” na padaria? E boa sorte para escrever com uma caligrafia que não se pareça com código morse sem mim…
Polegar – E ninguém fala sobre como quase consigo dividir-me ao meio que nem uma célula em citocinese naquelas malditas lutas de polegares?! O dono da minha mão é um gamer, por isso, nem vale a pena competir!
Anelar – Pensando melhor tens razão, nada é pior que ser um polegar de uma pessoa cujo habitat natural é o seu quarto e o seu melhor amigo é um comando… E também quase nunca ninguém se lembra do meu nome, só sirvo mesmo para segurar anéis…
Polegar – Eu sempre soube que estava certo! Ninguém precisa de vocês, esta mão poderia bem sobreviver só comigo. Obrigada por terem finalmente admitido! Dêem cá mais cinco… Espera lá!...
O dedo médio preferiu assistir sem participar no debate intenso dos seus irmãos e decidiu que não valia a pena dizer-lhes que ele era o “maior” visto que tal já era um facto!...


Atividade 2
11ºA
Texto ensanduichado!

A luz era magnífica e o local inesquecível. Gruta. Uma sereia. A Lua. Como fui lá parar não me lembro. Lembro-me apenas do início desse dia. Ou não.
Sinto-me hipnotizada pelo luar que encontra o seu caminho pela cratera no cimo da gruta. Apercebo-me de uns olhos frios cravados em mim. Não me atrevo a olhar.
Memórias dessa manhã passam por mim, mas nada me pareceu tão real como o agora! Sou despertada por uma voz desconhecida e, no entanto, familiar. Ordena-me que me levante e, estranhamente, o meu corpo obedece. Viro-me. Os olhos frios que antes senti tornaram-se quentes e o verde da sua pele, brilhante como milhares de esmeraldas, cega-me.
 Hesitei em reabrir os olhos, pensando que me iria atacar. E não é que aconteceu mesmo?!
A criatura puxa-me pelo tornozelo fazendo-me cair na piscina onde se encontrava. Sinto-me afogar. E quando a água fria me enche os pulmões queimando-os, acordo.


Terá sido tudo um sonho? Tudo pareceu real! Talvez tenha sido, quem sabe…!

Atividade 3
11º B
A página de um livro

Sabendo que há palavras destacadas que são obrigatórias, elabore o texto…
A praia estava calma, poucas pessoas vimos e o mar tinha ondas baixas, pois a maré estava vaza. O dia não estava muito agradável, com algum vento, frio e choveu no início da manhã. Mesmo assim ficamos cansados pois praticamos surf e bodyboard. O mar ficou colorido assim que entramos pois ao longe só se viam pontos verdes e laranjas pelos coletes que usávamos. As aves sobrevoavam o mar e o areal húmido e vazio.
De seguida, os professores encaminharam-nos a um parque de merendas onde se juntaram aos alunos, e aí almoçaram.
Magnífica paisagem, magnífico dia embora o tempo não tenha sido o melhor. Gostamos da atividade que a escola nos proporcionou e garantimos que ficará na nossa memória. Conseguimos também descobrir e fortalecer as cores da amizade.

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Ser poeta é…

«Ser poeta é ser mais alto» tal como diz Florbela Espanca. Ser poeta é um dom que todos devíamos partilhar, que nos ajuda a ser nós próprios, através de palavras, escondidas atrás de uma rima, de um lamento, de uma celebração. Ser poeta, escrever poesia, dar-nos-á asas para um verdadeiro mundo.
Para Fernando Pessoa, a poesia é um refúgio, a sua «forma de estar sozinho», e não o que ambicionava ser. No entanto, o resultado dessa sua solidão teve um impacto fortíssimo na vida de todos nós, uma obrigação de pensar que nos leva mais longe, «mais alto».
A poesia faz-nos viajar por lugares desconhecidos, transforma-nos noutro alguém, faz-nos sentir o que o poeta  de forma intelectualizada sente. A poesia abre a nossa mente, torna-nos seres diferentes. Permite-nos ver o que não veríamos. Permite-nos entrar num mundo desconhecido. Permite-nos ver a realidade. Permite-nos descobrir.
Hoje em dia, é muito importante ter a mente aberta, pois tudo o que nos rodeia está em mudança. Mudam-se os seres, mudam-se as vontades.
Fernando Pessoa considerava a poesia um refúgio e talvez esta possa também ser uma forma de escapar à dura realidade que nos rodeia, neste mundo mudado.
No entanto, para Fernando Pessoa, o poeta é um fingidor de sentimentos, é consciente da sua não inconsciência e, por mais que tente ser inconsciente, ingénuo, não o consegue ser, pois tem consciência disso.

Sou de opinião que a poesia é, de facto, importante. Pode ser um refúgio, mas que seja saudável.
 Ler, escrever, declamar, citar, dizer, recitar… tudo nos abre o coração, a mente, tornando-nos seres mais ricos, tornando-nos melhores pessoas, tornando-nos «mais altos». 
  
Maria Leonor Machado Amaro da Costa, nº14, 12ºA
Novembro, 2019


terça-feira, 19 de novembro de 2019

“Nos sonhos entramos num mundo inteiramente nosso, deixe que suba à mais alta nuvem ou mergulhe no mais profundo oceano” – Albus Dumbledore, Harry Potter. Na minha opinião, esta frase demonstra o poder do sonhar, que não apresenta qualquer limite que não seja o infinito, e, com isto, a infinidade de ideias e projetos que dele advêm. Os sonhos dão-nos a matéria-prima para fazer funcionar a imaginação, o que, a meu ver, nos permite alcançar ideias e lugar impossíveis sem os sonhar e que podemos vir a tornar realidade.
Antes de 1969, pisar em solo lunar era, para a humanidade, considerado algo impossível, mesmo para Neil Amstrong, que se deparou com tal concretização em depoimento do sonho de alguém que não desistiu da sua realização. A ambição fizera alguém sonhar tão alto que chegou à Lua, hoje uma enorme conquista nossa: “um pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade”, o que, deveras, é verdade, na minha opinião.
Eu nasci numa época em que a tecnologia é muito abrangente, o que a torna, a meu ver, algo normal/ natural. Contudo, nem sempre foi assim. Outrora, toda esta tecnologia que me rodeia fora apenas um sonho quase impossível de alguém, algo imaginável de se realizar. Mas, o sonho desperta a curiosidade e vontade humana e, por causa de alguém que não se limitou a guardar o seu sonho, hoje dispomos de uma rede de tecnologia abrangente, realmente útil, na minha perspetiva.
Deste modo, penso que toda a criação de que hoje tiramos proveito teve de ser ontem sonhada por alguém que se permitiu divagar pela imaginação e que se norteou por um sonho, um desejo. Posso concluir, então, que, para mim, a realidade foi um dia uma vontade de alguém e que, desta forma, somos hoje rodeados de objetos, descobertas e ideias que antes só mesmo poderiam ser imaginados. Sonhar é viver, imaginar é deixar a mente e a alma fluírem através do pensamento. Sonhar é estar acordado por dentro!
Selma Ferreira, 12.ºB