terça-feira, 17 de março de 2020

aepl.estetempo 16.março.2020

Diário – dia 1
Querido diário,
Acordei, mais uma vez, a pensar: Será que algum familiar ou amigo meu foi afetado pelo novo coronavírus? Bem, rezo sempre para que a resposta seja não.
Porque a quarentena não se trata de férias, iniciei o dia, logo após o pequeno-almoço, com a resolução de alguns exercícios de Matemática, que me ajudaram a praticar o que aprendi nas aulas anteriores, de forma a não perder o ritmo.
Ao almoço tentei, o mais possível, afastar o tema que mais tem preenchido os telejornais: a pandemia do COVID-19. Alegrar aqueles com quem tenho partilhado estes dias, a minha mãe, o meu pai e a minha irmã, é algo que sinto como uma obrigação para que eles não se sintam tristes e demasiado preocupados com este assunto. Sim, porque preocupados todos devemos estar e, para isso, temos que seguir os conselhos da Direção Geral de Saúde.
Para minimizar a eventual, mas com certeza, falta dos amigos, combinamos fazer uma videochamada, na qual me diverti muito e pude, novamente e com mais convicção, perceber que a companhia deles, embora virtual, é imprescindível na minha vida.
Depois desse momento confraternizador, vi uns episódios de uma série, li mais umas páginas d’Os Maias e passeei a minha cadela, o que me permitiu relaxar e aproveitar um pouco mais este tempo.
E assim termino, mais um dia, com a esperança de que a resposta à minha pergunta matinal permaneça negativa!
Miguel Almeida. (11ºC)



Caro amigo diário,

Já Camões disse: “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades!”. De facto, neste momento, é necessária uma mudança de mentalidade por parte de todos os humanos, é preciso entender que houve uma mudança dos tempos e, sendo assim, é necessário mudar os nossos hábitos e as nossas rotinas.
 E, talvez hoje, caro amigo, foi o dia no qual tal alteração foi mais sentida. Dia no qual era suposto, como sempre, acordar e dirigir-me à escola e passar grande parte do tempo diário no sítio a que todos os estudantes denominam como “Segunda casa”. E, apesar de tal alteração ser causada por algo catastrófico, levou-me a refletir sobre um determinado assunto. Creio que, em geral, a alteração da rotina é algo completamente positivo na vida humana. Na minha opinião, a quebra da rotina diária de vez em quando, demonstra-se como algo totalmente benéfico, uma vez que nos dá a sensação de que, como seres racionais, temos o poder de controlar a nossa vida, sendo que esta não está completamente programada, dando um propósito de vida a cada ser humano.
Obviamente, compreendo plenamente a importância da manutenção da mesma atividade todos os dias, sendo que, apenas deste modo é possível a aquisição de um conhecimento prático e intelectual consistente.
Concluindo, hoje foi um dia totalmente diferente, levando-me a concluir que são as coisas mais diferentes e inovadoras que realizamos que permitem que a chama da vida não se apague. Tal chama representa a esperança e a vontade de viver. E a mudança, a meu ver, é aquela que alimenta tal chama, impedindo a escuridão.
Esta foi a reflexão que fiz enquanto tentava escrever o resumo do meu dia. Sem qualquer motivação de descrever o meu dia, sentindo que não realizei nada de especial e interessante, percebi que, pelo simples facto de não fazer o que faço normalmente, já tornou o meu dia em algo totalmente incrível.

Fábio Rodrigues (11ºC)



Dia 1 da quarentena, 16/03/2020 

O encerramento das escolas foi finalmente aprovado pelo governo português e com isto, todos os alunos, professores e todos os outros envolvidos nas atividades letivas, foram aconselhados a ficar em casa para desacelerar a proliferação do agora famoso Covid-19 que neste momento já infetou 245 pessoas em território nacional. 
Sinceramente, estou um pouco irritado com o meu país... Esta situação podia ter sido facilmente evitada. Ok... talvez não tão facilmente, mas nós sabíamos o poder deste vírus e quais eram as consequências de este chegar a Portugal, e, no entanto, o que fizemos? Nada. Vimos países como a Itália a ser completamente arrastados para o isolamento em pouquíssimo tempo e o que fomos capazes de fazer foi olhar e vangloriarmo-nos de ser um dos únicos países da Europa que não tinha sido contaminado.  
Mas bem, agora temos de colher o que plantamos, e infelizmente, na data em que escrevo esta página, foi confirmada a primeira morte por ação do vírus em Portugal. 
Chega de desgraças por hoje, vou falar agora do meu dia. 
Começou como um dia normal de aulas, porquê? Esqueci-me de desligar o despertador.... 
Logo pela manhã recebi a minha primeira tarefa dada pela professora de matemática, com ela, vinha uma sugestão invulgar, a de escrever um diário. Porém, o que tinha de invulgar tinha também de interessante, e por isso estou agora aqui a teclar. 
O dia prosseguiu e foi bastante relaxante, fiz os meus trabalhos e tive mais do que tempo para me divertir.  
Eu e 2 dos meus colegas, desenvolvemos uma técnica de estudo. Como a quantidade de trabalhos de português é bastante elevada, começamos por dividi-las por dias, deu-nos no total 13 dias. Agora com a divisão feita, comprometemo-nos a todos os dias, fazer uma das tarefas logo após o almoço. Como passamos muito tempo nos joguinhos online, temos já o hábito de usar plataformas de comunicação, o que facilita a tarefa.  Hoje foi a primeira vez, e correu bastante bem. 
À noite, vi o novo filme live action do Sonic. Posso dizer que foi um dos melhores filmes que vi ultimamente, não sei se pela minha conexão desde novo com o personagem dos videojogos da SEGA, mas adorei. 
Este foi o meu primeiro de isolamento social. Ainda não tenho muito medo do Corona vírus, neste momento o que realmente me assusta, é a inscrição para os exames nacionais que deve ser feita até dia 24 de março e ainda não temos nenhuma informação de como deve ser feita. Espero receber alguma informação em breve .

Pedro Carvalho (11ºC)



Sei que um diário serve, obviamente, para falar do nosso dia a dia, porém nesta tempo de quarentena, os meus dias limitam-se a estudar, jogar, conversar com a minha família ou comer.Podia também falar do alarmante número de infectados na ocidental praia Lusitana, que na altura em que escrevo, está em 245, mas tenciono deixar os tópicos mais aborrecidos para os telejornais. Por isso, neste diário vim falar de uma coisa que me apercebi ao longo deste período de reflexão.
O que trouxe a tecnologia de bom ao combate às pandemias? Bem, não é novidade que hoje em dia somos chamados sociedade tecnológica, e isso deve-se ao facto de basicamente tudo o que fazemos envolver tecnologia.
E um aspeto que me vem deixando intrigado é a forma como a tecnologia influencia a forma que uma epidemia ou um vírus se espalham.  Ela não só ensina as pessoas a como se comportar perante uma situação caótica como também servem de passatempo a pessoas que, noutros tempos, não tinham forma de passá-lo. Porém, como todas as rosas têm espinhos, a tecnologia também tem um grande malefício neste assunto,  o alarmismo.
A verdade é que não sou grande fã do 8 ou 80, por acreditar que existe sempre um 44, um ponto médio que os separa e que de certa forma balanceia os dois lados. E é precisamente nisso que, a meu ver, as grandes mídias como os telejornais falham. Ao ser capa de jornal todo o santo dia e ao haver uma repetição incessante dos diversos problemas que provêm do vírus que se vem a alastrar por todo o mundo, a imprensa está a causar o caos e o alarmismo exagerado, o que faz com que exista exemplos de pessoas que esvaziam supermercados, usam máscaras sem saber realmente o que elas fazem, etc.
Bem, diário, creio que é tudo por hoje, até breve.  (16/03/2020)

Marcos Oliveira (11ºC)



este tempo… dia 3
16.Março.2020

O dia começou cedinho. Era hoje que arrumava o armário do escritório.
Mas… mandei o trabalho a realizar para os meu alunos e começaram as perguntas:
«Professora, não recebi!», «Professora, não mandou mail para mim!» - como se eu fosse capaz de adivinhar os e-mails de quem não mos facultou!!! «Professora, não consegui entrar na sala!», «Professora, eu já fiz tudo o que havia a fazer, mas a plataforma diz ‘não realizado’».
É este o problema… quando as plataformas fazem convites e começam a falar…
Eram 20.39h, quando acabei de enviar todos os mails que havia a enviar
(achava eu, porque a esta hora – são 22.33h – ainda estou a responder a mais dois!).
E o armário?... Fica para amanhã.


Margarida Corsino da Silva