Diário – dia 1
Querido diário,
Acordei, mais uma vez, a pensar: Será que algum familiar ou amigo meu
foi afetado pelo novo coronavírus? Bem, rezo sempre para que a resposta seja
não.
Porque a quarentena não se trata de férias, iniciei o dia, logo após o
pequeno-almoço, com a resolução de alguns exercícios de Matemática, que me
ajudaram a praticar o que aprendi nas aulas anteriores, de forma a não perder o
ritmo.
Ao almoço tentei, o mais possível, afastar o tema que mais tem
preenchido os telejornais: a pandemia do COVID-19. Alegrar aqueles com quem
tenho partilhado estes dias, a minha mãe, o meu pai e a minha irmã, é algo que
sinto como uma obrigação para que eles não se sintam tristes e demasiado
preocupados com este assunto. Sim, porque preocupados todos devemos estar e,
para isso, temos que seguir os conselhos da Direção Geral de Saúde.
Para minimizar a eventual, mas com certeza, falta dos amigos,
combinamos fazer uma videochamada, na qual me diverti muito e pude, novamente e
com mais convicção, perceber que a companhia deles, embora virtual, é
imprescindível na minha vida.
Depois desse momento confraternizador, vi uns episódios de uma série,
li mais umas páginas d’Os Maias e passeei a minha cadela, o que me permitiu
relaxar e aproveitar um pouco mais este tempo.
E assim termino, mais um dia, com a esperança de que a resposta à
minha pergunta matinal permaneça negativa!
Miguel Almeida. (11ºC)
Caro amigo diário,
Já Camões disse: “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades!”. De
facto, neste momento, é necessária uma mudança de mentalidade por parte de
todos os humanos, é preciso entender que houve uma mudança dos tempos e, sendo
assim, é necessário mudar os nossos hábitos e as nossas rotinas.
E, talvez hoje, caro amigo, foi
o dia no qual tal alteração foi mais sentida. Dia no qual era suposto, como
sempre, acordar e dirigir-me à escola e passar grande parte do tempo diário no
sítio a que todos os estudantes denominam como “Segunda casa”. E, apesar de tal
alteração ser causada por algo catastrófico, levou-me a refletir sobre um
determinado assunto. Creio que, em geral, a alteração da rotina é algo
completamente positivo na vida humana. Na minha opinião, a quebra da rotina
diária de vez em quando, demonstra-se como algo totalmente benéfico, uma vez
que nos dá a sensação de que, como seres racionais, temos o poder de controlar
a nossa vida, sendo que esta não está completamente programada, dando um
propósito de vida a cada ser humano.
Obviamente, compreendo plenamente a importância da manutenção da mesma
atividade todos os dias, sendo que, apenas deste modo é possível a aquisição de
um conhecimento prático e intelectual consistente.
Concluindo, hoje foi um dia totalmente diferente, levando-me a
concluir que são as coisas mais diferentes e inovadoras que realizamos que
permitem que a chama da vida não se apague. Tal chama representa a esperança e
a vontade de viver. E a mudança, a meu ver, é aquela que alimenta tal chama,
impedindo a escuridão.
Esta foi a reflexão que fiz enquanto tentava escrever o resumo do meu
dia. Sem qualquer motivação de descrever o meu dia, sentindo que não realizei
nada de especial e interessante, percebi que, pelo simples facto de não fazer o
que faço normalmente, já tornou o meu dia em algo totalmente incrível.
Fábio Rodrigues (11ºC)
Dia 1
da quarentena, 16/03/2020
O encerramento das escolas foi finalmente aprovado pelo
governo português e com isto, todos os alunos, professores e todos os outros
envolvidos nas atividades letivas, foram aconselhados a ficar em casa para
desacelerar a proliferação do agora famoso Covid-19 que neste momento já
infetou 245 pessoas em território nacional.
Sinceramente, estou um pouco irritado com o meu país...
Esta situação podia ter sido facilmente evitada. Ok... talvez não tão
facilmente, mas nós sabíamos o poder deste vírus e quais eram as consequências
de este chegar a Portugal, e, no entanto, o que fizemos? Nada. Vimos países
como a Itália a ser completamente arrastados para o isolamento em pouquíssimo
tempo e o que fomos capazes de fazer foi olhar e vangloriarmo-nos de ser um dos
únicos países da Europa que não tinha sido contaminado.
Mas bem, agora temos de colher o que plantamos, e
infelizmente, na data em que escrevo esta página, foi confirmada a primeira morte por ação do
vírus em Portugal.
Chega de desgraças por hoje, vou falar agora do meu dia.
Começou como um dia normal de aulas, porquê? Esqueci-me de desligar o despertador....
Logo pela manhã recebi a minha primeira tarefa dada pela professora de
matemática, com ela, vinha uma sugestão invulgar, a de escrever um diário. Porém,
o que tinha de invulgar tinha também de interessante, e por isso estou agora
aqui a teclar.
O dia prosseguiu e foi bastante relaxante, fiz os meus
trabalhos e tive mais do que tempo para me divertir.
Eu e 2 dos meus colegas, desenvolvemos uma técnica de
estudo. Como a quantidade de trabalhos de português é bastante elevada,
começamos por dividi-las por dias, deu-nos no total 13 dias. Agora com a
divisão feita, comprometemo-nos a todos os dias, fazer uma das tarefas logo
após o almoço. Como passamos muito tempo nos joguinhos online, temos já o
hábito de usar plataformas de comunicação, o que facilita a tarefa. Hoje
foi a primeira vez, e correu bastante bem.
À noite, vi o novo filme live action do Sonic. Posso
dizer que foi um dos melhores filmes que vi ultimamente, não sei se pela minha
conexão desde novo com o personagem dos videojogos da SEGA, mas adorei.
Este foi o meu primeiro de isolamento social. Ainda não
tenho muito medo do Corona vírus, neste momento o que realmente me assusta, é a
inscrição para os exames nacionais que deve ser feita até dia 24 de março e
ainda não temos nenhuma informação de como deve ser feita. Espero receber
alguma informação em breve .
Pedro
Carvalho (11ºC)
Sei que um diário serve, obviamente,
para falar do nosso dia a dia, porém nesta tempo de quarentena, os meus dias
limitam-se a estudar, jogar, conversar com a minha família ou comer.Podia
também falar do alarmante número de infectados na ocidental praia Lusitana, que
na altura em que escrevo, está em 245, mas tenciono deixar os tópicos mais
aborrecidos para os telejornais. Por isso, neste diário vim falar de uma coisa
que me apercebi ao longo deste período de reflexão.
O que trouxe a tecnologia de bom ao combate às pandemias? Bem, não é novidade que hoje em dia somos chamados sociedade tecnológica, e isso deve-se ao facto de basicamente tudo o que fazemos envolver tecnologia.
E um aspeto que me vem deixando intrigado é a forma como a tecnologia influencia a forma que uma epidemia ou um vírus se espalham. Ela não só ensina as pessoas a como se comportar perante uma situação caótica como também servem de passatempo a pessoas que, noutros tempos, não tinham forma de passá-lo. Porém, como todas as rosas têm espinhos, a tecnologia também tem um grande malefício neste assunto, o alarmismo.
A verdade é que não sou grande fã do 8 ou 80, por acreditar que existe sempre um 44, um ponto médio que os separa e que de certa forma balanceia os dois lados. E é precisamente nisso que, a meu ver, as grandes mídias como os telejornais falham. Ao ser capa de jornal todo o santo dia e ao haver uma repetição incessante dos diversos problemas que provêm do vírus que se vem a alastrar por todo o mundo, a imprensa está a causar o caos e o alarmismo exagerado, o que faz com que exista exemplos de pessoas que esvaziam supermercados, usam máscaras sem saber realmente o que elas fazem, etc.
Bem, diário, creio que é tudo por hoje, até breve. (16/03/2020)
O que trouxe a tecnologia de bom ao combate às pandemias? Bem, não é novidade que hoje em dia somos chamados sociedade tecnológica, e isso deve-se ao facto de basicamente tudo o que fazemos envolver tecnologia.
E um aspeto que me vem deixando intrigado é a forma como a tecnologia influencia a forma que uma epidemia ou um vírus se espalham. Ela não só ensina as pessoas a como se comportar perante uma situação caótica como também servem de passatempo a pessoas que, noutros tempos, não tinham forma de passá-lo. Porém, como todas as rosas têm espinhos, a tecnologia também tem um grande malefício neste assunto, o alarmismo.
A verdade é que não sou grande fã do 8 ou 80, por acreditar que existe sempre um 44, um ponto médio que os separa e que de certa forma balanceia os dois lados. E é precisamente nisso que, a meu ver, as grandes mídias como os telejornais falham. Ao ser capa de jornal todo o santo dia e ao haver uma repetição incessante dos diversos problemas que provêm do vírus que se vem a alastrar por todo o mundo, a imprensa está a causar o caos e o alarmismo exagerado, o que faz com que exista exemplos de pessoas que esvaziam supermercados, usam máscaras sem saber realmente o que elas fazem, etc.
Bem, diário, creio que é tudo por hoje, até breve. (16/03/2020)
Marcos Oliveira (11ºC)
este tempo… dia 3
16.Março.2020
O dia começou cedinho. Era hoje que arrumava o armário do escritório.
Mas… mandei o trabalho a realizar para os meu alunos e começaram as
perguntas:
«Professora, não recebi!», «Professora, não mandou mail para mim!» - como
se eu fosse capaz de adivinhar os e-mails de quem não mos facultou!!! «Professora, não consegui entrar na sala!», «Professora, eu já fiz tudo o que havia a fazer, mas a
plataforma diz ‘não realizado’».
É este o problema… quando as plataformas fazem convites e começam a
falar…
Eram 20.39h, quando acabei de enviar todos os mails que havia a
enviar
(achava eu, porque a esta hora – são 22.33h – ainda estou a responder
a mais dois!).
E o armário?... Fica para amanhã.
Margarida Corsino da
Silva