terça-feira, 17 de março de 2020

aepl.estetempo 17.março.2020

Querido diário,
Já estamos no 4º dia de isolamento social devido à pandemia do COVID-19 que tem levado todo o mundo para um colapso social e económico.
Hoje foi um dia bastante cansativo, tanto em termos físicos como em termos psicológicos. O dia começou cedo e passeia manhã a semear batatas. Terminei esgotada, mas também permitiu-me abstrair-me deste tema tão catastrófico que “engole” redes sociais, telejornais e conversas com familiares e amigos.
Durante a corrida contra o tempo foi enorme, primeiro pela tentativa falhada de resolver todos os exercícios de matemática até ao limite estipulado e segundo pela tentativa de enviar as resoluções no mesmo prazo, após alguns problemas com a capacidade de espaço do meu telemóvel. Contudo, estas adversidades não me inibiram de posteriormente ao prazo terminar a resolução dos mesmos.
Por fim, consegui, mais descontraída, adiantar a proposta de trabalho de geografia. Acabei o dia relaxando com um pouco de música.
Como deu para perceber este tempo em que todos nos encontramos em casa não são férias, temos que trabalhar, temos que estudar, temos que nos esforçar, temos que dar o nosso melhor… nunca esquecendo que temos que cuidar de nós e daqueles que estão próximos de nós.

Marina Peixoto (11ºD)



Diário 1 – 17 de março de 2020

Olá, meu pensamento!

O dia começou incerto. Talvez pelas nuvens que cobriam de forma irregular o céu e a névoa que proporcionava à manhã húmida um ar fantasmagórico, talvez pela situação vivida atualmente em Portugal e pela maior parte do mundo, a Pandemia do Covid-19...

Ainda assim, o tempo continuara. Tomei um pequeno-almoço mais generoso, pois estes dias de quarentena mais descontraídos assim o permitem, enquanto, em simultâneo, contemplava a Natureza luxuriante, verde, da janela da cozinha, e que me transmitia uma sensação de calma. A manhã ia-se completando; então, antes do estudo escolar que se avizinhava, sentei-me no banco do piano para praticar algumas melodias e valsas, para não perder o ritmo ou para me perder no ritmo... De momento, Golliwog’s Cakewalk, um dos 6 movimentos de Children’s Corner, composto por Claude Debussy, preenche-me o meu tempo de estudo musical. Esta valsa, ritmada, irregular, extrema e imprevisível, completa o meu corpo de energia e vontade de continuar o dia de estudo que, embora em casa, deve ser igualmente produtivo.

Comecei, por isso, pela resolução de algumas fichas de Matemática, até à hora do almoço. Assim, por volta das 12:00h, colaborei, como é hábito, na preparação do almoço. Através de um rápido e subtil lance dos olhos na televisão, a notícia que dominava todos os canais de informação era, sem dúvida, a pandemia do Covid-19. Mais casos são registados e as pessoas parecem consciencializar-se, cada vez mais, felizmente, de que esta situação requer medidas.

Embora todo este alarmismo, mantenho-me calmo e racional, cuidadoso e sensibilizado para com o problema, fazendo a minha parte: FicoEmCasa!

Este dia previa-se mais intenso em termos de carga escolar, não tendo restado tempo para uma caminhada pelos bosques com a minha família. Fi-la ontem, é certo: as generosas copas dos carvalhos e pinheiros, os galhos secos dos choupos geram um cenário de conto de fadas, devido aos raios de Sol, que mais parecem espadas, que lá encontram uma pequena abertura para conhecer a terra tão sozinha e escurecida, o cheiro apimentado e fresco dos eucaliptos fazem-me sentir mais leve e refrescado, os sons dos meus passos e da água que embate consigo própria nos pequenos ribeiros que por lá deixam o seu rasto. Todos estes fatores despertam os meus sentidos, relaxam-me.

Fora deste cenário tão idílico, na parte da tarde deste dia, realizei outros trabalhos, ou seja, os trabalhos das disciplinas de Português, Geologia e Química.

Já era tarde quando dei por terminados os trabalhos das ditas disciplinas, pelo que fui à sala ter com os meus pais, que estavam a ver televisão, para ter uma ideia do ambiente aí vivido. O tempo parece que passou depressa e já era tarde, hora de descansar...

Antes disso, claro, passei algum tempo no meu telemóvel e computador em aplicações de índole criativa, sem esquecer, finalmente, de ler um bom livro que, no meu caso, é Crime e Castigo, escrito por Fiódor Dostoiévski. Este livro tem sido a minha série do momento e introdução à literatura russa. Captou-me pela sua atmosfera obscura e claustrofóbica, o retrato exímio que Dostoiévski faz da sociedade russa e as suas facetas e o grande foco que se dá à mente humana (na personagem de Raskólnikov)  e que, no meu caso, precisa de descansar...  

Vai dormir, pensamento, continua, sonha agora de olhos fechados!

Fernão Veloso (11ºC)



17 março 2020
Querido diário,
À medida que os dias vão passando é que me começo a aperceber que isto está realmente a acontecer! Não é a cena de um filme, não é a cena de uma série, é mesmo a realidade que estamos a viver. Inicialmente, parecia que esta epidemia era algo muito distante que nunca chegaria até nós... Infelizmente isso não é verdade. Qualquer que seja o canal nacional, o tema dos programas é sempre o mesmo: a epidemia do COVID-19. Mesmo que tentemos pensar noutra coisa para aliviar a cabeça de toda esta confusão, somos, de certa forma, compelidos a ver as notícias para estarmos cientes do que está a acontecer à nossa volta!
Cá em casa estamos constantemente preocupados com o nível de exposição à qual a minha mãe está sujeita no Centro de Saúde e, mesmo que façamos piadas sobre isso durante o jantar, é algo que não conseguimos esconder dela.
Pelo que tenho visto, são os momentos em família que nos irão ajudar a passar esta fase complicada.
Penso que quando tudo isto acabar é que as pessoas vão dar valor às pequenas coisas que achávamos tão banais, tal como um simples café com os amigos ou até o abraço de uma irmã.
Bem, por hoje é tudo…

Matilde Carvalho (11ºC)


17/3/2020
Querido diário
Hoje passei  o dia no escritório da minha casa.
De manhã depois do pequeno almoço, por volta das 9h00, respondi e a mandei  mails para os professores. De seguida, iniciei os  trabalhos de Biologia e por volta da 11h00 comecei a realizar os trabalhos de matemática com alguns contratempos devido há dificuldade em abrir a plataforma  e a lentidão da mesma. Por volta da 13h00 parei para almoçar e às 14h00 retomei o trabalho, após a realização e o envio dos mesmo, dediquei-me então a acabar o trabalho de filosofia que tinha iniciado no dia anterior acabando por volta das 19h30.
Após esta hora realizei alguns exercícios físicos em família, jantei e voltei para o computador para continuar a trabalhar.
E aqui estou eu!

Maria Coelho (10ºA)



Terça-feira, 17 de março de 2020

Mais um dia se inicia, um novo amanhecer. Com ele vem também uma avalanche de pensamentos e sentimentos.
Quando acordei o meu cérebro dirigiu-se para dois grandes campos:
O que será que o dia tem reservado para mim e o que tenho eu que fazer para me continuar a superar? e uma outra grande pergunta: Neste momento quais serão, também, os sentimentos das outras pessoas? O que será que sentem e que por vezes, guardam apenas para elas próprias para, por um lado, não alarmar quem os rodeia ou, por outro lado, ao não verbalizarem tentarem não tornar certos cenários reais.
Devo confessar que falo com a minha família sobre a situação atual do país e do mundo, mas, por vezes, tento abstrair-me da mesma. Sinto que é igualmente necessário ter essa capacidade.
No entanto, às vezes sinto-me impotente. Bem… a situação está cada vez pior. Os números crescem de dia para dia de forma cada vez mais intensa e, dento de casa, cada um de nós resguarda-se daquilo que é uma das maiores crises de saúde pública de sempre.
Falo por mim, sinto-me impotente, por vezes até tenho a sensação que sou um corpo que deambula a dar de frente com as paredes de casa e que não pode fazer rigorosamente nada. Tanta gente a morrer e a sofrer lá fora e não existe nada que consiga fazer para os ajudar, a não ser ajudar-me a mim mesma e a quem convive comigo diariamente ciente da responsabilidade que tenho enquanto cidadã consciente. É difícil, mas mantenho a esperança. É nestas alturas que percebo que tenho de projetar a força armazenada dentro de mim.
E é com essa ideia que pretendo terminar o dia. O otimismo tem de prevalecer e tenho de olhar para esta situação como uma fase de aprendizagem.
    
Cristiana Rodrigues (10ºB)


Querido diário,
Hoje, tal como ontem, investi algum do meu tempo para a escola com a resolução de alguns exercícios. Para além disso, enviei o boletim de inscrição dos exames, para os quais tenho vindo a trabalho durante estes dois anos.
À tarde, decidimos ir caminhar para o local em que eu plantei uma árvore há um ano. Fez-me refletir acerca das “sementes” que nós vamos deixando ao longo da nossa vida, sementes essas que nos vão permitindo colher frutos.
O que fizemos no dia de hoje pode, muito bem, não decidir, por completo, o nosso futuro, mas ajuda na sua construção. Em muitos momentos da nossa vida, deparamo-nos com várias situações nas quais precisamos de tomar decisões. As escolhas que fazemos dependem inteiramente de nós, por isso, não nos esqueçamos de que se queremos um puzzle bem e todo montado, temos que começar já a colecionar as peças.
Ah, e ainda não, felizmente!
Miguel Almeida. (11ºC)



Olá diário!
Hoje foi o quarto dia de quarentena. Estive a organizar os meus cadernos e a estudar. Também houve tempo para ouvir música e ver um episódio da minha série favorita. Dentro das circunstâncias, foi um dia muito bom.
Ainda está a custar um pouco adaptar a esta fase, mas sei que tudo isto é necessário para o bem comum. As medidas de segurança começam a apertar cada vez mais e é nosso dever aceitar. No fundo estamos todos no mesmo barco. Poderia continuar a descrever o cenário em que estamos, mas a comunicação social já o faz de forma constante. Adorava dizer que não me sinto preocupada, porém estaria a mentir. 
Acredito que o melhor que se tem a fazer é encarar a situação com a cabeça erguida. Nem tudo é tão mau quanto pode aparentar ser. Que isto seja um despertar para todos nós. Para saber aproveitar coisas que pareciam banais como sair de casa para ir à escola, ir ao café, ir à catequese, ver os amigos e até mesmo ligar a televisão e poder ver um programa que não seja sobre o covid-19.
São coisas que parecem pequenas. Talvez agora consigamos entender que é nelas que a felicidade reside.
Vamos viver um dia de cada vez! É bom pensar que amanhã temos um novo dia, uma nova página em branco. 

Joana Faria (10ºA)