A Interculturalidade e migração eram os
temas que não esperava ouvir na palestra
de Tomás Bandeira, autor de Zahra,
isto porque fui assistir à palestra com a ideia de que seria apenas um apresentação
e divulgação do seu livro.
A
palestra foi realizada de forma muito intuitiva, os temas abordados foram bem
explicados e a sua importância magistralmente estabelecida, com tudo muito bem
fundamentado. Tal fundamentação resulta, no caso de Tomás Bandeira, da sua experiência
pois, como médico, ele já tivera trabalhado e feito voluntariado em diversos
países, tendo assim vivenciado as situações apontadas.
Apesar
de diversos países terem sido citados, o autor destacou o caso do “Conflito do
Sahara Ocidental”, onde as populações se veem obrigadas a viver, segundo o
autor, numa situação claustrofóbica. Acredito que este tema tenha sido
destacado não apenas pela sua importância, mas também para, apesar de não ser
totalmente uma apresentação de Zahra,
o autor poder introduzir a sua obra, visto que a história da sua narrativa
ocorre na situação descrita.
Apesar
de, como já referido, o conflito do Sahara Ocidental ter sido em parte usado
para introdução de Zahra, pude ficar
a conhecer uma situação que até ao instante desconhecia completamente. Após a
introdução este tema, Tomás Bandeira mostrou-nos imagens de como era a vida dos
refugiados sarauis, desde as limitações de recursos até ao isolamento do campo
de refugiados, fazendo-me sentir, mesmo sem estar na situação descrita, como se
estivesse numa caixa, criando em mim, mesmo que por instantes, um medo
claustrofóbico.
Após
a palestra, reparei que apesar das minhas dificuldades no dia-a-dia, tenho
sorte em estar na minha posição. Refleti que existem por todo o mundo pessoas a
tentar mudar as suas condições de vida, as quais são um inferno comparadas com
as minhas, havendo casos de pessoas que mesmo que queiram mudar de vida não
podem.
Concluo
que esta palestra foi um sucesso, pois levei questões e opiniões para fora do
auditório e refleti sobre as mesmas, assim como Tomás Bandeira disse que
pretendia.
João
Machado Gonçalves, 12.ºA