domingo, 8 de março de 2020

Texto de opinião sobre Palestra do dia 14 de Janeiro

            A Interculturalidade e migração eram os temas  que não esperava ouvir na palestra de Tomás Bandeira, autor de Zahra, isto porque fui assistir à palestra com a ideia de que seria apenas um apresentação e divulgação do seu livro.
            A palestra foi realizada de forma muito intuitiva, os temas abordados foram bem explicados e a sua importância magistralmente estabelecida, com tudo muito bem fundamentado. Tal fundamentação resulta, no caso de Tomás Bandeira, da sua experiência pois, como médico, ele já tivera trabalhado e feito voluntariado em diversos países, tendo assim vivenciado as situações apontadas.
            Apesar de diversos países terem sido citados, o autor destacou o caso do “Conflito do Sahara Ocidental”, onde as populações se veem obrigadas a viver, segundo o autor, numa situação claustrofóbica. Acredito que este tema tenha sido destacado não apenas pela sua importância, mas também para, apesar de não ser totalmente uma apresentação de Zahra, o autor poder introduzir a sua obra, visto que a história da sua narrativa ocorre na situação descrita.
            Apesar de, como já referido, o conflito do Sahara Ocidental ter sido em parte usado para introdução de Zahra, pude ficar a conhecer uma situação que até ao instante desconhecia completamente. Após a introdução este tema, Tomás Bandeira mostrou-nos imagens de como era a vida dos refugiados sarauis, desde as limitações de recursos até ao isolamento do campo de refugiados, fazendo-me sentir, mesmo sem estar na situação descrita, como se estivesse numa caixa, criando em mim, mesmo que por instantes, um medo claustrofóbico.
            Após a palestra, reparei que apesar das minhas dificuldades no dia-a-dia, tenho sorte em estar na minha posição. Refleti que existem por todo o mundo pessoas a tentar mudar as suas condições de vida, as quais são um inferno comparadas com as minhas, havendo casos de pessoas que mesmo que queiram mudar de vida não podem.
            Concluo que esta palestra foi um sucesso, pois levei questões e opiniões para fora do auditório e refleti sobre as mesmas, assim como Tomás Bandeira disse que pretendia.
João Machado Gonçalves, 12.ºA