A meu
ver, a forma como a apresentação foi feita foi muito bem conseguida. O autor
começou por contextualizar o que o levou a escrever o livro, o que se torna
mais interessante do que estar apenas a falar sobre o livro. Fez a sua própria
definição de Interculturalidade (são as pessoas e as línguas que vivem num só
mundo!). Zahra vem do árabe, e significa flor e o escritor acrescentou que não
há flores no deserto, mas há, uma frase que me deixou a pensar bastante.
No fim
da sua apresentação puseram-se algumas questões, que considero terem sido bem
respondidas, na medida em que o autor soube responder sem muitos rodeios e
deixou-nos as respostas claras. Entre elas, o porquê de acrescentar alguma
poesia ao livro. A sua resposta foi que o livro seria muito externo sem ela, e,
para além disso, a poesia é uma tradição oral dos povos nómadas (que o mesmo
teve oportunidade de conhecer). Cada poema é uma história… e o dromedário? um
transporte de histórias. Tomás demonstrou-nos também que ainda se lembrava de
ter lido Memorial do Convento ao ser feita uma pergunta de comparação do seu
livro com Memorial, se era uma história de amor: o seu livro demonstra um amor
entre mãe e filho.
A forma
como respondeu a todas as perguntas e como estava recetivo a ouvi-las
deixou-nos, sob o meu ponto de vista, à vontade para pormos qualquer questão
que tivéssemos.
Acho
que esta palestra teve um impacto bastante positivo sobre todos nós, por
abordar vários temas como a interculturalidade, a importância de ajudarmos o
próximo e percebermos que a nossa realidade não é a mesma que a de outros
povos, infelizmente.