Querido diário,
Estes dois últimos dias não te
escrevi porque foram, no sábado, os preparativos para ontem, o dia de Páscoa,
que quis aproveitar ao máximo. Ontem foi o dia da Ressurreição de Cristo que
vivi de forma muito diferente dos últimos anos. Eu desde pequena que faço parte
do compasso pascal e, assim, ando pelas casas da freguesia com a cruz
distribuindo paz, amor e alegria. Já mal me lembro de celebrar este dia em casa
junto da família, por isso, também foi bom para relembrar aqueles tempos em que
isso acontecia, embora só com a minha mãe e irmão.
Hoje é um dia de transição. Digo
adeus às férias e recebo vivamente as aulas (digitais). Já estive a preparar
tudo. Registei-me em plataformas que os professores vão utilizar connosco,
organizei os livros todos, atualizei todas as informações que nos foram
enviadas por email.
Há, contudo, uma informação um
pouco perturbante que me deixa ansiosa. Embora com todos os esforços possíveis
da direção da escola, ainda não foi colocado nenhum professor de economia. Isto
significa que desde o dia 27 do mês de fevereiro inclusive que não tenho aulas
de Economia. Daqui a pouco faz dois meses e vai-se tornando mais complicado
recuperar a matéria por mais esforços que façamos, tendo também em atenção que
as aulas digitais acabam por ser menos eficazes. Porém, a minha maior
preocupação é o exame nacional que vamos realizar, se tudo correr bem, daqui a
três meses aproximadamente. São tudo questões que espero ver resolvidas o mais
rápido possível. No entanto, estou grata pelos esforços que todos estão a fazer
para que não sejamos prejudicados.
É ainda muito
gratificante tudo o que as pessoas, nomeadamente os professores, fazem por nós,
pela nossa educação, pela nossa melhor aprendizagem, a forma como se preocupam
todos os dias pelo nosso bem estar e estão disponíveis para nos ajudar o melhor
que podem neste tempo que não é, nem vai ser, fácil para todos.
Marina
Peixoto (11ºD)
Dia 20 (13 de abril de 2020)
Querido diário,
Já se passou 1 mês desde que te comecei a escrever e hoje é o
último dia de férias. Amanhã regressamos à rotina, por mais estranha que nos
pareça… Começa um novo período, o último deste ano letivo!
Aproveitamos o dia de hoje, no qual costumávamos passear e visitar
locais diferentes, para arrumar e reorganizar o escritório, de forma a
começarmos uma nova etapa!
Miguel
Almeida. (11ºC)
Segunda-feira, 13 de abril de 2020
Querido diário,
Estamos, hoje, no vigésimo nono dia
de quarentena e, ultimamente, tenho pensado na forma como o período de
isolamento deve estar a afetar as vítimas de violência doméstica.
Agora mais abafado pelas notícias
sobre o coronavírus, o tema da violência doméstica tem estado bastante presente
nos últimos anos. Isto porque o número de vítimas tende a aumentar todos os
anos, o que não é, de certeza, algo bom de se ouvir.
Mas o problema é que, durante o
período de isolamento, as famílias são forçadas a passar muito mais tempo
juntas. Por isso, se a violência já ocorria no seio familiar, ao acrescentar-se
o facto de a família em questão não poder sair de casa, o stress aumenta, o que poderá aumentar a frequência de atos
violentos.
Vi algumas notícias que diziam que,
quando alguém estivesse a ser alvo de violência, deve deslocar-se à farmácia e
pedir pela “Máscara-19”. Achei uma boa iniciativa pois, mesmo no meio de uma
fase em que o foco é a pandemia, não nos podemos esquecer dos restantes
problemas que ainda afetam a nossa sociedade, como é o da violência doméstica.
É importante que nos lembremos sempre dessas pessoas, para que não se sintam
desamparadas e desprotegidas.
Maria
João Fontão (11ºC)
13/04/2020
Boa
noite Diário,
Segunda feira, o início da semana de trabalho
e que a maioria das pessoas intitula como “O pior dia da Semana”. A meu ver,
segunda-feira é o dia mais importante de toda a semana, uma vez que já tivemos
a oportunidade de descansar e é neste dia que estamos sujeitos a uma escolha
muito importante, ou podemos passar todo o tempo a lamentar por causa do começo
de uma nova semana de trabalho o que não vai adiantar absolutamente nada, ou
podemos começar o dia com pensamentos positivos, e com o maior empenho
possível, pois só assim é que obteremos o rendimento e eficácia que
pretendemos. Esta segunda-feira foi um pouco diferente de todas as outras uma
vez que estamos no período pascoal.
Hoje foi o último dia das férias escolares e
por isso, amanhã começará o terceiro período, e confesso que estou um pouco
ansioso. Também é segunda-feira de Páscoa, o que nos anos anteriores seria
celebrado na minha pequena aldeia, com vários familiares reunidos na minha
casa, com muitas especiarias prontas a comer e com uma visita do padre do
concelho. Claro que fizemos uma pequena celebração dentro de casa, mas devido
ao cenário atual, foi algo totalmente diferentes dos anos anteriores e muito
mais limitado e restrito.
Espero que amanhã tenha a disponibilidade para
te contar como tudo correu…
Fábio Rodrigues (11ºC)
13 abril 2020
Querido diário,
Já não escrevo há um tempo porque
os dias têm sido muito parecidos. Desde então já passaram as férias, as quais
foram sossegadas e reparadoras. O domingo de Páscoa foi um pouco diferente, uma
vez que a minha irmã fez anos. Foi um dia agradável, apesar da situação em que
nos encontramos.
Amanhã começa o 3º período e como
já sabemos, as aulas vão continuar a ser em formato digital. No entanto, está a
ser ponderada a hipótese de voltarmos a ter aulas presenciais para as disciplinas
de exame. A meu ver, esta medida terá de ser muito bem planeada para minimizar
os riscos de contacto entre as pessoas. Estamos constantemente a ser informados
das novas alterações relativas ao ano letivo, como por exemplo as datas dos
exames. Todas essas mudanças estão a obrigar-nos a uma adaptação a esta nova
realidade.
Bem, por hoje é tudo…
Matilde Carvalho (11ºC)
[páginas recuperadas de 12.abril.2020]
domingo, 12 de abril de 2020
Bem, Domingo de Páscoa, o dia que
durante toda a minha vida não tem nunca passado em branco, e, hoje, apesar de
todas as circunstâncias, não foi esquecido… O único adjetivo que me vem à
cabeça é estranho. Sim, estranho. Aquele dia que nunca estava em casa, andava
de casa em casa a celebrar. Estranho porque não pude sentir a felicidade de
toda a gente lá da aldeia… quando nos contavam as suas extensas histórias pois
não tinham com quem falar, e, apesar de a festa ser um só dia, estávamos lá
para os ouvir, sem pressas, com lágrimas nos olhos ora a relembrar as famílias
ora a tê-la presente em comunhão.
Os foguetes logo de manhã, ao almoço
e ao recolher; as sinetas ao longe e as mães, tias e avós a certificar-se que a
mesa está perfeita, a família toda em roda dela, as comidas e as bebidas para
dar e vender. Pode parecer bastante banal para alguns, mas para mim, é das
festas que mais anseio durante o ano… A hospitalidade de todos, não nos deixam
sair sem comer!
E cá estou hoje, ao fim do dia, a
sentir toda a alegria destas memórias e a ver um pouco turvas já as palavras… A
dor de ir à janela e não ouvir a melodia das campainhas que noutro dia qualquer
era irritante, mas neste dia era como música. São momentos como estes que nos
fazem agradecer pelos momentos outrora vividos, e com esperanças de que
brevemente possamos voltar, não ao normal porque nada vai voltar ao mesmo, mas
um normal onde sejamos mais atentos e sensíveis a tudo o que nos rodeia.
Marta Ribeiro (12.ºA)
Domingo, 12 de abril de 2020
Querido diário,
Hoje é dia de Páscoa. A azáfama,
logo pela manhã, é grande. Preparar a mesa para receber Jesus, composta de tudo
o que é doce, é uma tarefa muito agradável. A casa enche-se de flores e de
alegria pela vinda dos avós maternos e paternos, dos tios e dos primos. Já se
ouve a campainha e a chegada do compasso aproxima-se. Tão bom! O coração bate
mais depressa por receber Aquele que por nós deu a vida no mais belo ato de
amor de que há memória. Dar a vida por alguém. À chegada, a Cruz de Cristo é
entregue ao meu pai que a dá a beijar respeitosamente a toda a família. É um
momento único e de reflexão. É um renascer sempre novo. Rezamos e, logo depois,
petiscamos as doçuras da mesa, preparadas cuidadosamente no dia anterior. Não
pode faltar também o café acabadinho de fazer ou o vinho do Porto para quem
apreciar. Mas o tempo urge e a visita pascal deve continuar. Há muitas casas
ainda para visitar. Saem apressados para cumprir a missão a que se propuseram,
levando Jesus ao coração de cada um de nós. O dia corre animado. O almoço
aproxima-se. O cabrito assado perfuma a casa e os sorrisos e as conversas
entusiasmadas caracterizam este momento. A tarde é dedicada à brincadeira.
Estar com os primos é sempre maravilhoso e o tempo passa tão rapidamente. A
noite chega e, depois do jantar, lá vamos nós até aos paços do concelho para,
animados, vermos o espetáculo da Queima do Judas. O dia termina da melhor
forma, sempre em família. Não há nada mais valioso! Que bom que é estarmos
juntos, rirmos juntos, partilharmos estes momentos juntos.
Acordo. Hoje é dia de Páscoa.
Levantamo-nos mais tarde do que é habitual. Não há mesa pascal para preparar.
Apenas o almoço e esse também não tem horas marcadas. Estamos os cinco. Não se
sente a azáfama própria do dia, não se ouve a campainha, não há fogo de
artifício. Apenas silêncio e ruas despidas. O cabrito e os doces perfumam a
casa, mas a mesa tem lugares vazios. Faltam os avós, os tios, os primos. Faltam
esses sorrisos e a alegria da visita de Jesus que a Cruz florida simboliza.
Para quebrar esse vazio, construímos nós uma cruz e enfeitamo-la com algumas
flores que já brotam nos vasos do nosso terraço. À tarde, falamos com todos. As
novas tecnologias permitem-nos estar mais perto. Rimos como se estivéssemos
juntos, partilhamos alegrias, choramos, pois tantas são as saudades.
Renascemos… o amanhã será sempre melhor e mais nos aproxima dos abraços.
Nuno Cunha (10º A)
Dia 19 (12 de abril de 2020)
Querido diário,
Depois de um sábado dedicado às limpezas e à culinária, chegou o
grande dia! O dia em que andaríamos pela aldeia de porta em porta, sentiríamos
o aroma das amêndoas e do cabrito e admiraríamos os belos tapetes à entrada das
casas.
O som da campainha que acompanhava a cruz, que me transmitia
felicidade, foi substituído pelo toque do telemóvel que, neste dia, me permitiu
saber se a minha família estava bem e feliz.
Hoje o meu tio fez 50 anos e, por isso, fizemos uma videochamada
para lhe cantarmos os parabéns. Durante o dia, joguei jogos de tabuleiro com os
meus pais e a minha irmã e, mais tarde, com os meus primos via online, tentando aproximar esta Páscoa a
uma livre da pandemia.
No final do dia de Páscoa, costumo participar na Queima do Judas.
Um bom evento para terminar este belo dia, com o qual, infelizmente, hoje não
pude contar.
Páscoa é dia de renovação dos nossos corações e, mesmo não tendo
sido celebrada da forma tradicional, fui capaz de refletir sobre aquilo que
quero manter/alterar na minha vida.
Tentámos ao máximo fazer de tudo para sentirmos presente o espírito
pascal mas houve uma coisa que não pudemos deixar de sentir falta: a presença
de toda a família.
Miguel Almeida. (11ºC)