segunda-feira, 13 de abril de 2020

aepl.estetempo 13.abril.2020


Querido diário,

Estes dois últimos dias não te escrevi porque foram, no sábado, os preparativos para ontem, o dia de Páscoa, que quis aproveitar ao máximo. Ontem foi o dia da Ressurreição de Cristo que vivi de forma muito diferente dos últimos anos. Eu desde pequena que faço parte do compasso pascal e, assim, ando pelas casas da freguesia com a cruz distribuindo paz, amor e alegria. Já mal me lembro de celebrar este dia em casa junto da família, por isso, também foi bom para relembrar aqueles tempos em que isso acontecia, embora só com a minha mãe e irmão.
Hoje é um dia de transição. Digo adeus às férias e recebo vivamente as aulas (digitais). Já estive a preparar tudo. Registei-me em plataformas que os professores vão utilizar connosco, organizei os livros todos, atualizei todas as informações que nos foram enviadas por email.
Há, contudo, uma informação um pouco perturbante que me deixa ansiosa. Embora com todos os esforços possíveis da direção da escola, ainda não foi colocado nenhum professor de economia. Isto significa que desde o dia 27 do mês de fevereiro inclusive que não tenho aulas de Economia. Daqui a pouco faz dois meses e vai-se tornando mais complicado recuperar a matéria por mais esforços que façamos, tendo também em atenção que as aulas digitais acabam por ser menos eficazes. Porém, a minha maior preocupação é o exame nacional que vamos realizar, se tudo correr bem, daqui a três meses aproximadamente. São tudo questões que espero ver resolvidas o mais rápido possível. No entanto, estou grata pelos esforços que todos estão a fazer para que não sejamos prejudicados.
É ainda muito gratificante tudo o que as pessoas, nomeadamente os professores, fazem por nós, pela nossa educação, pela nossa melhor aprendizagem, a forma como se preocupam todos os dias pelo nosso bem estar e estão disponíveis para nos ajudar o melhor que podem neste tempo que não é, nem vai ser, fácil para todos.
Marina Peixoto (11ºD)

Dia 20 (13 de abril de 2020)
Querido diário,                                                                                            
Já se passou 1 mês desde que te comecei a escrever e hoje é o último dia de férias. Amanhã regressamos à rotina, por mais estranha que nos pareça… Começa um novo período, o último deste ano letivo!
Aproveitamos o dia de hoje, no qual costumávamos passear e visitar locais diferentes, para arrumar e reorganizar o escritório, de forma a começarmos uma nova etapa!
Miguel Almeida. (11ºC)


Segunda-feira, 13 de abril de 2020
Querido diário,

Estamos, hoje, no vigésimo nono dia de quarentena e, ultimamente, tenho pensado na forma como o período de isolamento deve estar a afetar as vítimas de violência doméstica.
Agora mais abafado pelas notícias sobre o coronavírus, o tema da violência doméstica tem estado bastante presente nos últimos anos. Isto porque o número de vítimas tende a aumentar todos os anos, o que não é, de certeza, algo bom de se ouvir.
Mas o problema é que, durante o período de isolamento, as famílias são forçadas a passar muito mais tempo juntas. Por isso, se a violência já ocorria no seio familiar, ao acrescentar-se o facto de a família em questão não poder sair de casa, o stress aumenta, o que poderá aumentar a frequência de atos violentos.
Vi algumas notícias que diziam que, quando alguém estivesse a ser alvo de violência, deve deslocar-se à farmácia e pedir pela “Máscara-19”. Achei uma boa iniciativa pois, mesmo no meio de uma fase em que o foco é a pandemia, não nos podemos esquecer dos restantes problemas que ainda afetam a nossa sociedade, como é o da violência doméstica. É importante que nos lembremos sempre dessas pessoas, para que não se sintam desamparadas e desprotegidas.


Maria João Fontão (11ºC)


13/04/2020
Boa noite Diário,

Segunda feira, o início da semana de trabalho e que a maioria das pessoas intitula como “O pior dia da Semana”. A meu ver, segunda-feira é o dia mais importante de toda a semana, uma vez que já tivemos a oportunidade de descansar e é neste dia que estamos sujeitos a uma escolha muito importante, ou podemos passar todo o tempo a lamentar por causa do começo de uma nova semana de trabalho o que não vai adiantar absolutamente nada, ou podemos começar o dia com pensamentos positivos, e com o maior empenho possível, pois só assim é que obteremos o rendimento e eficácia que pretendemos. Esta segunda-feira foi um pouco diferente de todas as outras uma vez que estamos no período pascoal.
 Hoje foi o último dia das férias escolares e por isso, amanhã começará o terceiro período, e confesso que estou um pouco ansioso. Também é segunda-feira de Páscoa, o que nos anos anteriores seria celebrado na minha pequena aldeia, com vários familiares reunidos na minha casa, com muitas especiarias prontas a comer e com uma visita do padre do concelho. Claro que fizemos uma pequena celebração dentro de casa, mas devido ao cenário atual, foi algo totalmente diferentes dos anos anteriores e muito mais limitado e restrito.
 Espero que amanhã tenha a disponibilidade para te contar como tudo correu…

Fábio Rodrigues (11ºC)


13 abril 2020
Querido diário,

Já não escrevo há um tempo porque os dias têm sido muito parecidos. Desde então já passaram as férias, as quais foram sossegadas e reparadoras. O domingo de Páscoa foi um pouco diferente, uma vez que a minha irmã fez anos. Foi um dia agradável, apesar da situação em que nos encontramos.
Amanhã começa o 3º período e como já sabemos, as aulas vão continuar a ser em formato digital. No entanto, está a ser ponderada a hipótese de voltarmos a ter aulas presenciais para as disciplinas de exame. A meu ver, esta medida terá de ser muito bem planeada para minimizar os riscos de contacto entre as pessoas. Estamos constantemente a ser informados das novas alterações relativas ao ano letivo, como por exemplo as datas dos exames. Todas essas mudanças estão a obrigar-nos a uma adaptação a esta nova realidade.
Bem, por hoje é tudo…
Matilde Carvalho (11ºC)


[páginas recuperadas de 12.abril.2020]

domingo, 12 de abril de 2020
Bem, Domingo de Páscoa, o dia que durante toda a minha vida não tem nunca passado em branco, e, hoje, apesar de todas as circunstâncias, não foi esquecido… O único adjetivo que me vem à cabeça é estranho. Sim, estranho. Aquele dia que nunca estava em casa, andava de casa em casa a celebrar. Estranho porque não pude sentir a felicidade de toda a gente lá da aldeia… quando nos contavam as suas extensas histórias pois não tinham com quem falar, e, apesar de a festa ser um só dia, estávamos lá para os ouvir, sem pressas, com lágrimas nos olhos ora a relembrar as famílias ora a tê-la presente em comunhão.
Os foguetes logo de manhã, ao almoço e ao recolher; as sinetas ao longe e as mães, tias e avós a certificar-se que a mesa está perfeita, a família toda em roda dela, as comidas e as bebidas para dar e vender. Pode parecer bastante banal para alguns, mas para mim, é das festas que mais anseio durante o ano… A hospitalidade de todos, não nos deixam sair sem comer!
E cá estou hoje, ao fim do dia, a sentir toda a alegria destas memórias e a ver um pouco turvas já as palavras… A dor de ir à janela e não ouvir a melodia das campainhas que noutro dia qualquer era irritante, mas neste dia era como música. São momentos como estes que nos fazem agradecer pelos momentos outrora vividos, e com esperanças de que brevemente possamos voltar, não ao normal porque nada vai voltar ao mesmo, mas um normal onde sejamos mais atentos e sensíveis a tudo o que nos rodeia.

Marta Ribeiro (12.ºA)


Domingo, 12 de abril de 2020
Querido diário,

Hoje é dia de Páscoa. A azáfama, logo pela manhã, é grande. Preparar a mesa para receber Jesus, composta de tudo o que é doce, é uma tarefa muito agradável. A casa enche-se de flores e de alegria pela vinda dos avós maternos e paternos, dos tios e dos primos. Já se ouve a campainha e a chegada do compasso aproxima-se. Tão bom! O coração bate mais depressa por receber Aquele que por nós deu a vida no mais belo ato de amor de que há memória. Dar a vida por alguém. À chegada, a Cruz de Cristo é entregue ao meu pai que a dá a beijar respeitosamente a toda a família. É um momento único e de reflexão. É um renascer sempre novo. Rezamos e, logo depois, petiscamos as doçuras da mesa, preparadas cuidadosamente no dia anterior. Não pode faltar também o café acabadinho de fazer ou o vinho do Porto para quem apreciar. Mas o tempo urge e a visita pascal deve continuar. Há muitas casas ainda para visitar. Saem apressados para cumprir a missão a que se propuseram, levando Jesus ao coração de cada um de nós. O dia corre animado. O almoço aproxima-se. O cabrito assado perfuma a casa e os sorrisos e as conversas entusiasmadas caracterizam este momento. A tarde é dedicada à brincadeira. Estar com os primos é sempre maravilhoso e o tempo passa tão rapidamente. A noite chega e, depois do jantar, lá vamos nós até aos paços do concelho para, animados, vermos o espetáculo da Queima do Judas. O dia termina da melhor forma, sempre em família. Não há nada mais valioso! Que bom que é estarmos juntos, rirmos juntos, partilharmos estes momentos juntos.
Acordo. Hoje é dia de Páscoa. Levantamo-nos mais tarde do que é habitual. Não há mesa pascal para preparar. Apenas o almoço e esse também não tem horas marcadas. Estamos os cinco. Não se sente a azáfama própria do dia, não se ouve a campainha, não há fogo de artifício. Apenas silêncio e ruas despidas. O cabrito e os doces perfumam a casa, mas a mesa tem lugares vazios. Faltam os avós, os tios, os primos. Faltam esses sorrisos e a alegria da visita de Jesus que a Cruz florida simboliza. Para quebrar esse vazio, construímos nós uma cruz e enfeitamo-la com algumas flores que já brotam nos vasos do nosso terraço. À tarde, falamos com todos. As novas tecnologias permitem-nos estar mais perto. Rimos como se estivéssemos juntos, partilhamos alegrias, choramos, pois tantas são as saudades. Renascemos… o amanhã será sempre melhor e mais nos aproxima dos abraços.

Nuno Cunha (10º A)

Dia 19 (12 de abril de 2020)
Querido diário,                                                                                            
Depois de um sábado dedicado às limpezas e à culinária, chegou o grande dia! O dia em que andaríamos pela aldeia de porta em porta, sentiríamos o aroma das amêndoas e do cabrito e admiraríamos os belos tapetes à entrada das casas.
O som da campainha que acompanhava a cruz, que me transmitia felicidade, foi substituído pelo toque do telemóvel que, neste dia, me permitiu saber se a minha família estava bem e feliz.
Hoje o meu tio fez 50 anos e, por isso, fizemos uma videochamada para lhe cantarmos os parabéns. Durante o dia, joguei jogos de tabuleiro com os meus pais e a minha irmã e, mais tarde, com os meus primos via online, tentando aproximar esta Páscoa a uma livre da pandemia.
No final do dia de Páscoa, costumo participar na Queima do Judas. Um bom evento para terminar este belo dia, com o qual, infelizmente, hoje não pude contar.
Páscoa é dia de renovação dos nossos corações e, mesmo não tendo sido celebrada da forma tradicional, fui capaz de refletir sobre aquilo que quero manter/alterar na minha vida.
Tentámos ao máximo fazer de tudo para sentirmos presente o espírito pascal mas houve uma coisa que não pudemos deixar de sentir falta: a presença de toda a família.
Miguel Almeida. (11ºC)