quinta-feira, 23 de abril de 2020

aepl.estetempo 23.abril.2020


Quinta-feira, 23 de abril de 2020
Querido diário,
Estamos, hoje, no trigésimo nono dia de quarentena. As aulas à distância estão, agora, bem organizadas, e penso que o trabalho esteja a ser bem doseado.
É agora que percebo, mais do que nunca, aquilo que sempre me disseram: a organização é muito importante. Nunca fui uma pessoa desorganizada, mas também nunca precisei de uma organização extrema para realizar as minhas tarefas “normais”; porém, um estudo constante em casa necessita de bastante mais organização, caso contrário, é relativamente fácil esquecer-me de alguma tarefa que tenha de fazer.
Penso que este seja mais um dos poucos aspetos positivos da quarentena: desenvolver a capacidade de autonomia, que será bastante importante para o futuro. Por muito que pareça que estamos apenas encurralados em casa, sem qualquer vantagem, não é bem assim; podemos sempre melhorar pequenos detalhes enquanto lidamos com algum problema.

Maria João Fontão (11ºC)




Quinta-feira, 23 de abril 2020
Querido diário,

Era bom que houvesse notícias para te dar, mas tudo está igual. Tudo se repete dia após dia. Sempre a mesma rotina. Acordo cedo, ligo o computador e começo as atividades e as tarefas propostas pelos professores. Tento fazer tudo e tento acabar cedo as tarefas para no final do dia dar uma caminhada, pois é a única coisa que podemos fazer fora de casa. E que bem que sabe!
Há tantas emoções e tantas coisas em que pensamos nesta quarentena. Achamos que só nós, os jovens, sentimos isso e ficamos aborrecidos, chateados até. Olhando à nossa volta vemos um país inteiro, posso até dizer, um mundo inteiro a sentir o mesmo. Não podemos ser egoístas e enfadarmo-nos com isso, é uma nova experiência, não a melhor, mas tenho de encarar como algo mais positivo. Aproveito este tempo para o passar com a minha família, aproveitar tempo desperdiçado, acabando por dar mais valor a quem amamos. Estar longe dos amigos com quem convivemos diariamente, acho que para mim, e para maior parte das pessoas, é o mais complicado.
As saudades apertam, mas há de positivo retermos um tempo como o que vivemos até há aproximadamente um mês. Para hoje resta despedir-me de ti e aproveitar o resto do dia da melhor maneira.

Érica Gonçalves (12.º B)



Querido diário,

Os sentimentos são algo que fazem parte do ser humano desde o primeiro dia de vida.
Todos nós, de um modo ou de outro, sabemos e já experienciamos o que é a felicidade, a tristeza, o amor, o ódio, a esperança, o medo, a diversão, o estresse, a satisfação, a frustração, o entusiasmo, a vulnerabilidade, a euforia, a ira, a motivação, a vergonha…
 Estas emoções podem ser agradáveis e provocar o bem-estar, mas também podem ser negativas e causar mal-estar. Neste tempo difícil que todo o mundo está a passar muitas vezes surgem sentimentos desagradáveis e indesejados que nos transtornam os pensamentos e nos deixam vulneráveis, frágeis. Contudo, é importante que cada um consiga lidar com eles, porque são essenciais para o nosso desenvolvimento e progresso enquanto pessoas. Além disso, uma boa gestão dos mesmos é fulcral para que não surjam problemas de saúde física e psíquica, como transtornos depressivos.
Estar em isolamento com a família ou sozinho em casa, com uma rotina monótona e chata, por vezes, sem ninguém por perto para desabafar e a receber informações constantes sobre a COVID-19 leva as pessoas a desesperarem e a querem quebrar as normas. Eu por isso considero importantíssimas as linhas de apoio e a ajuda entre todos para melhor combatermos este turbilhão de sensações.

Marina Peixoto (11ºD)


Este tempo… dia 41
23.Abril.2020

Hoje, dei comigo em pensar em tantas pessoas para quem esta anormalidade que me sinto a viver agora é a normalidade dos seus dias. Quantas pessoas estão sempre em casa? Quantas vivem a sua vida fechadas onde quer que seja? Seja por estarem doentes. Seja por terem sido feitas escravas. Por serem perseguidas. Por viverem num país que a isso as obriga. Ou por outra razão que seja. Acho que nunca tinha pensado muito nestas pessoas a partir deste lugar, agora, mais próximo.
Este momento trouxe-me esta possibilidade. O distanciamento que me é pedido daqueles que me são habitualmente próximos aproximou-me de tantos tão distantes. Espero mantê-los por perto. Espero não me esquecer deles…

Margarida Corsino da Silva