Querido
diário,
Eu nunca
tinha escrito um diário até a minha professora de matemática ter sugerido como
uma “boa maneira de olharmos o nosso dia e deixarmos ressoar o que, realmente,
foi importante. Sensações. Sentimentos. Factos.”, já que íamos iniciar um tempos
difícil e diferente. Eu aceitei esta proposta e tem sido uma experiência
bastante desafiadora e benéfica para mim e, quem sabe, para aqueles que o leem
todos os dias no jornal da escola “Preto no Branco”.
Mas hoje
lembrei-me que há anos, uma menina alemã de origem judaica vítima do
Holocausto, enquanto vivia escondida num quarto oculto durante a invasão alemã
nos Países Baixos, escreveu as suas experiências em documentos. Ela chamava-se
Anne Frank e o seu diário foi publicado anos depois da sua morte. Atualmente, este
livro está acessível a todos e a história desta jovem sobre uma “situação
inaudita” é inspiradora para muitos. Infelizmente, nunca tive o interesse em
lê-la, mas, depois desta reflexão e talvez da aproximação entre os contextos,
eu quero ler atentamente o Diário de Anne
Frank.
Marina Peixoto (11ºD)
Querido Diário,
Garfe, 24 de abril de
2020
O dia do meu aniversário foi há
dois dias. Celebrei os meus 18 anos de idade. A transição tão esperada pela
maioria dos adolescentes, a “mudança” para adulto.
Infelizmente, não passei este dia
como queria. Mas acabei por ter um dia não muito diferente do que teria na dita
situação normal… passei a minha manhã em aulas. De tarde, foi um pouco
diferente. Passei o tempo todo em casa em vez de passar uma tarde com os meus
amigos. A dor maior foi a de não poder estar com a minha família e,
principalmente, com a minha mãe o que me entristece ainda mais.
Apesar de saber que nunca mais me
vou esquecer como passei o dia do meu aniversário dos 18 anos, sigo de cabeça
erguida, ainda que um bocado triste, mas não faltarão oportunidades de festejar
e o que me importa mais neste momento é que todas as pessoas que amo estejam
seguras e saudáveis.
Adeus, querido ouvinte,
Diogo Ferreira (12.ºC)
Sexta-feira, 24 de
abril de 2020
Querido diário,
Estamos, hoje, no
quadragésimo dia de quarentena. É verdade: aquilo que parecia, no início, algo
que duraria bastante pouco, já dura há quarenta dias. E é nestas alturas que
temos de recorrer, mais ainda, a formas de entretenimento.
Por muito que estejamos
numa fase em que tudo o que vemos nos traz ondas de pessimismo, há sempre
formas de melhorar o nosso dia – uma delas é o entretenimento. Como é óbvio,
este tem sempre grande importância mas, por vezes, no meio de tantos afazeres,
não nos resta tempo para que possamos abstrair-nos um pouco. Agora, ainda que
surjam sempre tarefas para fazer, temos mais tempo para aproveitar as várias
fontes de entretenimento.
Portanto, nos últimos
tempos, o entretenimento tem sido extremamente valorizado, até porque se torna
difícil produzi-lo quando não se pode sair de casa. Permite-nos esquecer todos
estes problemas, quer retirando o nosso pensamento deles, quer humorizando-os –
sempre considerei que encarar os nossos problemas de forma mais divertida nos
ajuda a ultrapassá-los.
Pode ser que, a partir
de agora, as diversas formas de entretenimento sejam mais valorizadas, porque
entretenimento, para além de fazer o que a própria palavra o diz – entreter –
também nos ajuda a viver “melhor” e, muitas vezes, torna-nos mais cultos.
Maria João Fontão (11ºC)