terça-feira, 7 de abril de 2020

aepl.estetempo 7.abril.2020



Terça-feira, 7 de abril de 2020
Querido diário,

Hoje, o dia foi dedicado à organização do escritório. Os três, eu e os meus dois irmãos, arrumamos livros, arquivamos documentos, reorganizamos gavetas… tanto papel! Tanto trabalho! O dia esteve chuvoso e frio, por isso a nossa saída ao terraço foi adiada por mais um dia. Gostamos de jogar futebol, praticar algum exercício físico e jogar ping pong, mas hoje não foi possível. Os pássaros, esses, felizes e alheios à covid-19, cá nos continuam a visitar. Adoram beber a água que verte nos pratos dos vasos, depois da rega que a minha mãe realiza cuidadosamente quando não chove, saltar e penicar pequenas migalhas de bolacha maria que propositadamente lhes deixo ficar sobre o tapete que se encontra à entrada da cozinha. Que felizes parecem estar, em liberdade de corpo e alma.
Ao final da tarde, vesti o meu avental de cozinheiro e fiz panquecas. Adoramos esta sobremesa com mel, geleia de marmelada, compota de morango ou de tomate, gelado e fruta… estavam deliciosas! O dia terminou mais doce...

Nuno Cunha (10º A)


Terça-feira, 7 de abril de 2020
Querido diário,
Estamos, hoje, no vigésimo terceiro dia de quarentena e vou falar-te sobre os profissionais de saúde.
Nos últimos dias, os profissionais de saúde têm sido, e bem, admirados e homenageados, por estarem na linha da frente no combate ao coronavírus. Mas, antes deste surto, considero que as pessoas que desempenham este tipo de profissão não eram devidamente reconhecidas.
Por norma, idolatramos pessoas famosas, relacionadas com o mundo do entretenimento, e acabamos por nos esquecer daqueles que todos os dias lutam para salvar vidas – os profissionais de saúde. E atenção: não estou, de forma alguma, a diminuir as pessoas que nos entretêm, pois esses também são importantes (incluindo nesta altura, dado que nos auxiliam a superar o tédio).
Ultimamente todos reconhecemos a importância que os funcionários do setor da saúde têm nas nossas vidas, mas devê-lo-íamos fazer sempre. Como é óbvio, estas pessoas são indispensáveis para que se ultrapasse esta pandemia e, todos os dias, se submetem à pressão de um sistema de saúde sobrecarregado, sem poder contactar com a família ou, quando o fazem, o medo de a por em risco é maior – portanto, não se trata apenas de um grupo de pessoas que permite exterminar o surto: trata-se de um grupo de heróis. E aí está: os profissionais de saúde não são heróis apenas agora – já o são há muito. Por isso, mais uma vez, devemos sempre lembrar-nos da sua importância e, talvez, esta fase nos permita entender isso.

Maria João Fontão (11ºC)



Dia 17 (7 de abril de 2020)
Querido diário,
Já se passaram 3 semanas desde que te comecei a escrever… as saudades dos amigos e da família são cada vez maiores!
Hoje soube que a filigrana foi nomeada às 7 maravilhas da cultura popular. Uma boa notícia dentro de toda esta situação difícil. É bom saber que esta arte tão praticada na Póvoa de Lanhoso está a ser reconhecida a nível nacional.
Atualmente a ourivesaria nacional portuguesa tem vindo a sofrer falta de incentivos e apoios. Agora, o problema é ainda maior devido ao novo coronavírus uma vez que desde que surgiu tem vindo a prejudicar os mais variados setores industriais. Espero que quando tudo isto regressar ao normal, esta valorização seja um incentivo a todos os trabalhadores para que continuem a dar o seu melhor em prol do nosso concelho.
Miguel Almeida. (11ºC)


Querido diário,

Hoje enquanto corria, para exercitar o corpo e porque adoro muito, apercebi-me que estes 20 minutos do meu dia são calmos. Parece um pouco contraditório, porque correr cansa, mas este é um cansaço físico e a calma é psicológica.
A cada segundo que passa como um foguete, eu dou por mim numa reorganização interna. É quando consigo refletir corretamente sem o som da televisão, o computador, as publicações das redes sociais, o isolamento da casa e todas os objetos que achamos importantes no nosso dia a dia. Todas as células tornam-se essenciais naquele momento e na frescura e pureza da floresta, na ternura e vivacidade do sol, no som relaxante do vento entro num momento só meu, sem preocupações nem stress. É um alívio muito satisfatório.
Acho que nunca me tinha apercebido da beleza do meu corpo. Talvez não seja perfeito, segundo os estereótipos que a sociedade impõe, mas é ele que me mantem viva, que me permite fazer tudo o que quero, que me sustenta e que me deixa disfrutar de todo um conjunto de sensações e sentimentos, bons ou maus.

Marina Peixoto (11ºD)