Sábado,
30 de maio de 2020
Querido
diário,
Estamos,
hoje, no septuagésimo sexto dia de quarentena. Sempre achei que o trabalho
feito pelos estudantes não é suficientemente valorizado.
Claro
que nem todos os estudantes se aplicam da mesma forma, porém, estudar acaba por
ser um trabalho, tal como os outros, mas sem remuneração. Muitos dizem que é “a
nossa obrigação” estudar, pois estamos a fazê-lo por nós, e não o nego; mesmo
assim, ainda que não tenhamos um salário, já estamos a lutar pelo nosso futuro.
Gostava
que todos reconhecessem o estudante como alguém que se prepara e esforça para
contribuir economicamente para a sociedade, e não como alguém que apenas
“cumpre a sua obrigação”. Estudar é tão exaustivo como um longo e cansativo dia
de trabalho. E é cada vez mais difícil ter um longo e cansativo dia de trabalho
sem um bom desempenho escolar prévio.
Maria João Fontão (11ºC)
Querido diário,
Ontem, durante cerca de meia hora, ocorreu uma forte
tempestade. Foi algo um pouco assustador. O vento estava muito forte, o que
levou à queda de ramos e algumas árvores, a temperatura baixou alguns graus, o
céu ficou de forma uniforme cinzento, trovejou agressivamente e a chuva caía
incontrolavelmente e com força, intercalada com bolas consideravelmente grandes
de granizo, levando a que algumas tampas de esgoto saíssem com a força da água
e a ruas se inundassem em alguns centímetros. Depois, o céu ficou azul e o sol
ainda raiou um pouco como se nada tivesse acontecido.
Hoje voltou a estar um dia quente e abafado. Este clima de
verão ajuda-me a concentrar e a manter a minha produtividade elevada, deste
modo, dediquei-me a um trabalho de filosofia que já te tenho falado. A parte
pior está feita. Já juntei toda a informação necessária de vários documentos e sites e, agora, só falta reduzir tudo
perfeita e coerentemente.
“Algumas tempestades chegam apenas para testar a força das
nossas raízes!”
Marina Peixoto (11ºD)
Querido
diário,
É interessante como a vida muda. A
mudança é algo essencial para nos fazer crescer enquanto pessoas. Nem sempre as
pessoas querem mudar, porque se sentem acomodadas e têm medo do que poderá vir,
mas a vida é um carrossel que não para de girar e cabe-nos a nós acompanhá-lo.
Hoje, no momento mais fresco deste
presente que nos envolve, encontramo-nos a passar por uma pandemia mundial, a
enfrentar medos e inibições que nos levarão ao futuro. Mas, de certa forma, é
impossível encarar o presente e desejar o futuro sem que as nossas memórias
apelem ao passado. Hoje, temos cuidados e preocupações que há um ano não nos
ocorreriam. Este ano foi, sem dúvida, um ano de mudanças: uso de máscara, aulas
presenciais em tempo de pandemia, exames especiais, etc.
Quem poderia imaginar? Tenho a certeza
que a criancinha que ia todos os dias para o infantário pintar e a adolescente
que tinha acabado de entrar no curso de ciências e tecnologias não tinham a
mínima ideia do que viria a acontecer. Mas a vida é assim. A pessoa que somos
hoje é um aglomerado de tempos, vivências e desejos que tanto nos prendem ao
passado como nos levam ao futuro, tendo sempre em mente que temos uma vida que
precisa de ser vivida, no presente.
Bárbara
Fernandes, 12.ºB