Quinta-feira, 7 de maio
de 2020
Querido diário,
Estamos, hoje, no
quinquagésimo terceiro dia de quarentena. Para todos os assuntos mais falados,
há sempre teorias da conspiração, sendo que o coronavírus não escapou à regra.
Desta vez, a teoria
diz-nos que o vírus foi criado em laboratório. E qual seria o motivo para isso?
Reduzir a população mundial (pois, no futuro, prevê-se uma enorme escassez de
recursos, devido ao aumento brusco da população mundial) e a poluição. A OMS já
tratou de declarar que este vírus não proveio de um laboratório, apresentando
as suas justificações. Ainda assim, os EUA afirmam que este vírus teria
certamente saído de um laboratório, mas não de forma propositada: ocorreu um
acidente.
Acho caricato como há
sempre espaço para a criação de teorias, mesmo em fases tão atribuladas para o
mundo, como é esta pela qual estamos a passar. E no meio de todos estes
argumentos, surge sempre a dúvida: quem terá razão? Pessoalmente, confio na OMS
e acredito que este vírus seja proveniente de um morcego.
Maria João Fontão
(11ºC)
07-05-2020
Mais um dia com,
algo que vai mudar um pouco a minha rotina, a escrita de mais um texto para
este diário que tenho gostado de acompanhar. Tudo está a tentar voltar ao
normal, e há uma coisa que tenho feito e que por estranho que pareça tem
trazido alguma tranquilidade aos meus dias, é uma forma de me abstrair de
coisas fúteis que fazem parte de grandes momentos da nossa vida. Pode parecer
algo banal e que toda a gente diz e que até já se tornou um clichê mas que realmente funciona, sabem
aquele tempo que passam em frente ao computador ou com o telemóvel, porque
finalmente vão ter uma pausa num dia cheio de altos e baixos, hoje nem que seja
só hoje parem para pensar, para ver o pôr-do-sol, a lua, as estrelas e aproveitem
esse tempo para refletir sobre o que se tem andado a passar pelo mundo, sim
pelo mundo, porque infelizmente não é só na nossa casa que há problemas, nem
foi apenas ao nosso país que este pesadelo chegou. Asseguro-vos de que se vão
sentir bem ao tirar esse tempo para vocês, comigo resultou, aqui em casa já
sabem que a partir de um certa hora eu vou estar na minha varanda, a ouvir
música a fazer tudo aquilo que já “disse” e a tentar imaginar como será o dia
de amanhã acreditando que será melhor que hoje. Assim se passa o final dos meus
dias. Agora que é possível não desperdicem essa oportunidade para fazerem
também alguma coisa por vocês e para vocês.
Cátia
Fernandes (10ºA)
Quero sentir a luz do sol, quero tocar a terra – o berço que
tanto nos dá, quero o que há de simples na vida, quero o que me preenche e me
anima.
Bruna Pereira (12ºB)
Hoje a distância é amor.
Hoje o silêncio grita o medo que estala em cada coração
Hoje mais que nunca temos de manter a fé.
Débora Mariana Ferreira (12ºB)
Ficar em casa é estar protegida, sair é assustador…
Beatriz Pereira (12ºB)
Querido diário,
Desde o início do confinamento que
não saio de casa, excetuando na terça-feira, e que não vejo os meus amigos e
familiares. Passo o dia a estudar, falo nas redes sociais com os amigos mais
próximos, pratico exercício físico (sempre que possível no exterior), brinco
com os meus cães e ajudo aqui em casa em algumas tarefas.
De vez em quando tenho dias maus,
em que me sinto mesmo exausta, triste, isolada, aborrecida, chateada com tudo. Mas, na maioria dos dias estou bem-disposta, alegre, inspirada, sem qualquer problema.
Para ser sincera, eu nunca me senti
farta de tudo isto, porque eu não era alguém que saía constantemente, que
visitava tudo o que era sítio. Além disso, vivo mais ou menos isolada, com
apenas dois vizinhos, mais ou menos próximos, e na parte envolvente tudo é
floresta. Estou no meio da natureza! Ouço os pássaros a cantar felizes nos dias
de sol, respiro sempre ar leve e puro, com um aroma a eucalipto e pinheiro,
vejo as flores a crescer lentamente e a mostrar a sua beleza colorida e
refrescante e aprecio a cor verde que predomina na paisagem, contrastando com o céu
ora cinza ora azul. É uma harmonia maravilhosa e que faz parte da minha vida
desde que nasci. Viver aqui é espetacular, principalmente agora, porque, tal
como disse, eu não senti assim tanta diferença. Posso sair de casa, desfrutar
de tudo o que referi, falar com o vizinho que passa na rua, visto que, tenho o
jardim e o terraço que nos separam ou fazer desporto ao ar livre. Neste
sentido, tenho pena e não consigo imaginar a frustração daqueles que não têm
este privilégio.
"Nada supera a paz que a natureza nos transmite!"
Marina Peixoto (11ºD)