terça-feira, 5 de maio de 2020

aepl,estetempo 5.maio.2020


Taíde, 5 de maio 2020
Querido diário,

Estamos em casa há tanto tempo e, pessoalmente, já não consigo distinguir o dia e a noite sem olhar o relógio. O dia é comandado pelo som do toque do alarme que toca de manhã e me desperta para mais um dia monótono deste ciclo vicioso sem fim em que a minha vida se tem vindo a tornar.
Estamos fechados à espera que nos abram a porta que há já muito tempo foi fechada, estamos à espera que nos devolvam a liberdade.
De dia para dia, a melancolia cresce, a nostalgia avança e as emoções tomam conta de mim. Lá fora o Sol está mais brilhante, a chuva mais escura, os ventos mais fortes, as nuvens maiores, o fogo está mais quente, a água está mais fria.
As ruas estão vazias, os postes mais altos, os muros maiores, as paredes mais densas.
Não proibiram o amor, a ternura, o consolo, a amizade, mas de que é feito o amor sem um beijo? A ternura sem um abraço? O consolo sem a presença? A amizade sem os conselhos? O que é da minha vida sem o teu abraço, o teu beijo, os teus conselhos, a tua presença? Quem sou eu sem ti? Quem és tu sem mim? Quem somos nós sem o outro?
Hoje escrevo porque sinto falta dos outros, sinto falta de mim. Sinto a tua falta! Fazes-me falta!

                                                                                     Cláudia Ferreira - 9ºA


Terça-feira, 5 de maio de 2020
Querido diário,

Estamos, hoje, no quinquagésimo primeiro dia de quarentena. Lembras-te de te dizer que a ciência não tem necessariamente resposta para tudo? Hoje, li uma notícia que reforça isso.
A notícia dizia que há uma nova condição em doentes de Covid-19 – a hipoxia feliz ou silenciosa –, que faz com que os níveis de oxigenação do sangue sejam extremamente baixos. O mais intrigante nesta condição é que estes níveis são, geralmente, suficientes para que ocorram perdas de consciência e, em casos mais graves, podem levar à morte mas, neste caso, os pacientes sentem-se perfeitamente normais.
Acho interessante a forma como o corpo humano se manifesta de formas tão diferentes, que intrigam constantemente a comunidade científica. É esta aleatoriedade do ser humano que nos torna tão diferentes uns dos outros, e faz com que a ciência não consiga explicar esta diversidade tão grande de características.

Maria João Fontão (11ºC)




Querido diário,

Hoje foi um dia bem estressante e cansativo. Tive várias tarefas, que ainda não consegui terminar, infelizmente, e tive que ir, inadiavelmente e por motivos necessários (mas não o coronavírus felizmente), pela primeira vez em quase dois meses, à vila da Póvoa de Lanhoso, o que ocupou bastante tempo do meu dia e me privou de elaborar mais rapidamente as tarefas escolares.
Estou completamente “estourada” por incrível que pareça e não vejo a hora de ir descansar.
Esperançosamente, amanhã será um dia melhor.

Marina Peixoto (11ºD)