O distanciamento dos acontecimentos leva-nos, por vezes, a esquecer aquilo que, nalgum momento, parecia tão importante. Olhando à volta, nesta fase de desconfinamento gradual, o ritmo tão acelerado da nossa vida parece retomar-se e corremos o risco de deixar para trás os bons propósitos feitos numa altura em que, efetivamente tínhamos percebido o que é essencial nas nossas vidas.
Neste próximos dias, a equipa do Preto no Branco online publicará algumas reflexões críticas escritas durante o período de confinamento na disciplina de Filosofia.
Atualmente, vivemos num momento
catastrófico da vida humana, sendo que, até esta pode estar em risco de
extinção se pensarmos em todos os cenários possíveis. Como tudo na vida, apesar
das inúmeras consequências nefastas causadas pela pandemia, podemos também refletir
sobre os impactes positivos que provoca.
Covid-19, o assunto mais falado no momento em
toda as redes sociais, causa ao redor do mundo, um terrível rastro de sangue
por todos aqueles que infeta, obrigando a que milhões de pessoas se mantenham
em casa, evitando a interação social. A doença que causa a separação das
famílias e uma morte lenta e dolorosa marcada por dificuldades respiratórias. Apesar de tudo isto, os ambientalistas afirmam
que todo este sofrimento e morte se refletem num impacte extremamente positivo
no planeta.
Devido
ao isolamento e aos estados de emergência decretados pelos países, a nível
industrial, houve uma considerável diminuição no que toca à produção e como
consequência, uma redução da emissão de gases poluentes, diminuindo o efeito de
estufa. Para além disto, esta pandemia pode ser uma maneira de mudar os hábitos
da população que está estritamente ligada ao elevado consumismo. A população ao ter a própria vida em risco, reflete
sobre as suas verdadeiras prioridades, descartando alguns dos hábitos que tinha
antigamente, como por exemplo, passar grande parte do seu tempo nos shoppings,
quando não necessitam verdadeiramente de algo. A mudança deste terrível hábito
resultará numa diminuição do consumismo e numa melhor gestão do tempo de cada
individuo que, deste modo, terá maior disponibilidade para realizar o que
realmente importa, como o desenvolvimento do seu intelecto e conviver com
amigos e família.
Concluindo, esperamos que toda este sofrimento
sirva de algum modo para mudar os ideais e a maneira de pensar das pessoas.
Espero que no futuro, sempre que pensam nesta terrível catástrofe que está a
acontecer, reflitam sobre o tempo irrecuperável que estão a desperdiçar da sua
vida em coisas totalmente insignificantes que não enriquecem de qualquer modo o
indivíduo, como é o caso do consumismo exacerbado.
Fábio Rodrigues (11º C)