PORTUGUÊS - 12ºB
Na primeira aula de Português, com a professora Helena Bártolo, os alunos do 12ºB pensaram e escreveram as palavras que desejam nunca perder ou esquecer na sua vida. Aqui ficam algumas delas.
“ As Palavras que nunca perderei…”
“Toque – Não que a comunicação verbal e a organização não sejam importantes, mas a
meu ver, o significado do toque neste, e em quaisquer outros tempos, transcende
outros conceitos.
Desde meados do mês de março que
a população portuguesa ficou privada de sentir o toque das pessoas por quem
nutre sentimentos. À exceção do contacto das pessoas com quem partilhamos teto,
mais nada foi praticável: um aperto de mão, um abraço caloroso, uma simples
palmadinha no ombro, um beijo… Tudo impensável, tudo impossível!
No último meio ano, a nossa
sociedade tem sido formatada a considerarem estranho duas pessoas darem as
mãos; a ter medo de alguém que não usa máscara…
Dou por mim a pensar que, um
momento dos mais comuns como ver um filme ou um vídeo qualquer de há bem pouco
tempo, preenche-me de um sentimento atípico, traz-me uma certa agonia e um
pensamento na linha do: «Como era possível existirem aglomerações tão grandes e
com tantos toques inatos e naturais?»
Só de pensar que, em gerações
futuras, viver assim será considerado normal…
Mal posso esperar por tocar
novamente, normalmente!
“Respeito – Em todos os momentos
da nossa vida, o respeito é fundamental, não só para o convívio como para o equilíbrio
da sociedade. Nestes tempos de confinamento e pandemia, a necessidade de
respeitar os outros não foi exceção. Acrescentaram-se regras, planos a seguir e
distanciamentos desejados que temos todos de respeitar.
Para mim, o respeito é o valor
que pauta qualquer uma das nossas atuações e, sem ele, a dinâmica da vida é
alterada. Quando não respeitamos os que nos rodeiam ou as regras estipuladas,
estamos certamente a magoar alguém seja física ou psicologicamente. Por isso,
precisamos todos de guardar respeito por nós próprios e nunca esquecer de o
aplicar aos restantes.”
Carina Viegas
“Memórias - Ter memória de tudo o
que vivemos, com quem conversamos e do que aprendemos, permite-nos ser pessoas
melhores. Melhores a nível mental, social e mesmo físico. As memórias que
guardamos connosco farão com que vivamos o presente, baseando-nos no passado e
projetando o nosso futuro.
Recordar é uma arma poderosa do
Ser Humano: evita que este cometa o mesmo erro pela segunda vez, tendo plena
noção das consequências que daí possam advir. A título de exemplo, recordem-se
das descriminações raciais, das desigualdades de género, a História não deve
ser apagada, mas sim recordada para que possamos evoluir e jamais regredir!
Para ter consciência dos nossos
passos e da nossa identidade em prol de uma constante melhoria, temos de
preservar a memória.”
Miguel Almeida
“Aprendizagem – Como todos
sabemos, estamos todos a passar por uma nova e difícil fase das nossas vidas,
momentos estes acerca dos quais não podemos deixar de refletir!
Só não vê quem não quer: famílias
destruídas, identidades perdidas, pobreza a todos os níveis e desigualdades
flagrantes. O que irá decorrer daqui para a frente, será que irá voltar tudo ao
normal?
Penso várias vezes nestes aspetos
e chego a uma conclusão evidente. A vida coloca-nos – nós jovens que ainda
temos um percurso tão grande pela frente - perante uma enorme aprendizagem.
Devemos viver um dia de cada vez, aproveitar todos os momentos para alcançarmos
um futuro brilhante junto da nossa família. Mas é essencial tirar lições de
cada instante e crescer com essas aprendizagens para que, no futuro, possa
passar e aconselhar os meus filhos e netos nos seus passos, através desta
experiência e destas aprendizagens.”
“ Empatia – Optei por guardar
esta palavra porque sinto que possui imenso poder e, para mim, é capaz de mudar
muitos rumos.
Nesta situação de pandemia,
enquanto estivemos em casa, o tempo livre sobrava constantemente, portanto
tivemos mais oportunidade para observar o que nos rodeia. Dei por mim a pensar
que a maldade no mundo sempre existiu, porém talvez nos passasse «ao lado» e
não tivéssemos noção de como está o mundo e a gravidade da situação.
Abalaram-nos casos de racismo
extremo, acentuaram-se as desvalorizações dos problemas do próximo, … Para mim,
em muitos destes aspetos: inexistência de empatia.
Quanto a mim, se o Ser Humano se
colocasse mais no lugar do Outro, não existiriam tantos problemas, desastres e
mortes trágicas. Temos por obrigação compreender os «porquês» de certas
palavras e/ou atuações e reagir em conformidade como seres racionais que somos.
Temos de permitir que a empatia exista, melhorando assim a nossa própria vida e
aquela dos que nos rodeiam.”
Íris Castro