Comigo, só…
Só, entre sete bilhões de pessoas,
Eufóricas, sociais, vivas;
Que amam calorosamente os seus
E
andam estressadas e alheias.
Só, mesmo cheia de família,
Quer de sangue, quer de coração.
Ela é próxima, atenta, solidária,
É o
alicerce e é o chão.
Só, entre uma sociedade
Vasta, um mundo barulhento
E andante, do qual eu,
Ser sentimental, estou afastado.
Só, desintegrado, isolado,
Quase esquecido… mas…
Lembrado interesseiramente.
Quem
me dera ter asas…!
Só, quero existir, viver…
(Será pedir muito ser alguém?)
…e participar reconhecidamente.
Deixar de ser um simples
ninguém.
Comigo, só, cheio de gente;
Silêncio, só, imenso fragor;
Desintegrado, só, numa estrutura;
Desgostoso, só, apenas brota amor.
Marina Peixoto (12ºD)
Porque a pintura pode ser vista à lupa da literatura...
“O Castelo nos Pirenéus”
René Magritte
Esta
pintura, que podemos observar na parte superior do texto, foi elaborada por
René Magritte e é apelidada como “O Castelo nos Pirenéus”
A
parte intrigante nesta obra de arte, é o facto de poder ser interpretada de
diversas maneiras dependendo da visão e perceção da realidade de cada
individuo. Para exemplificar, esta pintura pode ser facilmente conectada a
Antero de Quental e a certos temas dos seus poemas, sendo eles a angústia
existencial e a configuração do ideal, onde a última surge como uma atenuante e
um refúgio da primeira.
Teixeira Pascoaes afirma que “O ideal da nuvem
é o rochedo”. Com esta firmação e tentando estabelecer uma conexão com Antero
de Quental, podemos
O
Castelo referido encontra-se num rochedo, suspenso por cima de um mar
revolto/agitado. Rochedo este que pode ser interpretado como a dura, concreta e
pesada adversidade
Para
além deste rochedo, o mar agitado também pode ser tido como uma oposição ao castelo
(Imaginário/sonho/desejo).
Luis Ferreira (12ºB)
“O
Castelo nos Pirenéus” (1959), de René Magritte, ilustra um grande rochedo com
um castelo no topo, que levita sobre o mar.
No
plano de fundo, visualizamos um céu de cor clara coberto de nuvens, calmo e
pacífico,
Entre
estas duas realidades contrastantes, não só pela simbologia que
Porém,
como é tudo isto possível? Tanto a ideia do rochedo se tornar uma nuvem como a
da nuvem se tornar rochedo desafiam todas as leis da física, tornando o Ideal
uma realidade inalcançável, inconcebível. Resta apenas recorrer às crenças.
Será a fé suficiente?
Rodrigo Gomes (12ºB)