Porque hoje é sábado (13
de fevereiro 2021)
Sábado menos triste depois de a
chuva ter dado tréguas e um tímido sol ter espreitado pela tarde…
Na última meia hora antes do
fecho das lojas, como habitualmente, passo pela peixaria, frutaria e talho. Na
1ª, ninguém a fazer compras e a encomenda de lampreia adiada. Na 2ª, em que não
chego a entrar, vejo as pessoas à porta, ora apoiando-se num pé, ora noutro e
olhando para todos os lados, na esperança, creio, de fintar o tempo de espera.
Eu, que faço o mesmo à porta do
talho, acabo por descobrir sempre novos pormenores nas fachadas das casas, nas varandas,
nos telhados, nos fios elétricos, na enorme grua mesmo ao lado; analiso o design e as cores dos anúncios
publicitários; pergunto-me para onde terão ido as dezenas de pardais que se
abrigavam e chilreavam na grande árvore agora despida de folhas… e, com um pé
dentro e outro fora, reparo num pormenor que, não sendo propriamente insólito
hoje, sê-lo-ia há alguns anos atrás. Com idades entre os 40 e 60 e muitos anos
(tirados pela pinta e por algumas “deixas” da conversa), são 3 os homens que
fazem as compras e é uma mulher que os atende, que de cutelo em riste, corta as
costeletas do cachaço, o entrecosto, o nispo, os bifes do vazio.
Era sobre videojogos que tencionava
escrever, pois acabei de ler um artigo interessantíssimo em que os estudiosos
afirmam serem estes uma ferramenta valiosa para se manterem os laços sociais e
a saúde mental durante o confinamento.
Diabolizados durante tanto tempo,
são agora valorizados e aconselhados. Assunto para sábado próximo.
Entretanto, porque não jogar em
família os velhinhos e universais jogos das damas, da glória, dominó, cartas, xadrez,
mikado, monopólio ou trivial pursuit?
Rosa Sousa