quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

 

O sol dá vida, mas seca a terra.

O outono traz consigo a chuva 

que, por vezes nos incomoda, mas é benéfica para o solo. 

E permite-nos a beleza do arco-íris.

Não serão estas cores e estes ciclos da natureza

uma leitura da nossa realidade humana?


Cores da vida

 Alta, única e ingénua

Brilha incessantemente!

Contemplam-na e ela dá-lhes vida,

Mas a pobre terra fragmenta-se.

Cada pequena fenda

É uma grande ferida.

E ela, bondosa, lá no céu

Permanece só e cintilante.

Miram aquele azul

Eterno e inquietam-se…

De longe, suave e quente, a brisa

Beija o solo rendido em pó.

Mas o equinócio veio

E colhe-se a castanha.

Cada rasgo anseia por uma lágrima

Do acinzentado algodão denso.

Eis que chora por fim!

Ela bebe incansável,

Fitando a estrela semioculta,

Resplandecente e feiticeira;

Os raios brotam magia

E as cores fazem festa.

A luz trespassa alegre as gotas

E o mundo renova a energia.

                                   

                           Marina Peixoto 12.º D