Porque hoje é sábado
(30 de janeiro 2021)
Pandemia, covid-19, mortos,
infectados, hospitais em ruptura, ambulâncias em espera, cuidados intensivos,
confinamento, use a máscara, fique em casa, são as palavras/frases que mais
temos ouvido neste 1º mês do ano que prometia ser de alguma esperança com a
vacinação…
Último sábado de um mês frio,
chuvoso, cinzento e mortífero. Com a excepção da ida diária e rápida ao jornal,
e aos bens essenciais uma vez por semana, tenho estado em casa. Assustada e um
pouco amorfa, como me dizem estar familiares e amigos a quem ligo, mantenho a
lucidez e energia possíveis seguindo os cuidados sanitários e socorrendo-me da
leitura: a informativa, através do jornal ( mais fiável e menos alarmista) e da internet, com sites e plataformas
escolhidos para ajudar na preparação de atividades escolares, ou tão só para me
descontrair; a recreativa, como não podia deixar de ser, através dos livros, a
melhor companhia que se pode ter a seguir a alguns seres humanos e alguns
animais de estimação!
Após um sono maior em número de
horas e um pequeno-almoço retemperador, assisti a um webinar promovido pela
Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva (conhecida pela sigla BLCS) intitulado “Livros,
leituras e leitores”, em que foi orador o professor Fernando Azevedo. Quase
sem se dar por ela, passou hora e meia
e, embora muito daquilo que o professor apresentou, não tenha sido
novidade para mim, gostei de relembrar assuntos/ questões já esquecidos, ou nem
sempre postos em prática nesta tão difícil empreitada de formar leitores e
promover o gosto pela leitura.
Sinto obrigação de partilhar algumas
ideias que retive como deveras importantes para que nós, enquanto pais,
professores, bibliotecários, animadores, preocupados com os baixos índices de
leitura dos jovens (e não só!), os possamos ajudar a aumentar e melhorar esta
competência.
E a 1ª ideia é a de que nós
não nascemos leitores, nós fazemo-nos leitores.
2ª ideia: a leitura tem de ser
fonte de satisfação, de gratificação, tem de ser eufórica.
3ª ideia: a leitura é um direito,
não uma obrigação.
E chegados aqui, lembraram-se Os direitos inalienáveis do leitor, dados a
conhecer pelo professor francês Daniel
Pennac, no livro " Como um romance”.
4ª ideia: o papel importantíssimo do mediador de leitura,
um leitor que deverá ser habitual, comprometido, criativo, conhecedor de um
vasto, adequado e actualizado conjunto de textos, acessíveis numa pluralidade
de formatos e com capacidade para promover a participação.
A leitura como direito implica partilha, amor,
responsabilidade, paixão.
5ª ideia: evitar a todo o custo a instrumentalização da
leitura (o famoso discurso do conta para a nota!)
6ª ideia: libertarmo-nos do espartilho do manual escolar
e da ficha de leitura.
Por fim, a disponibilização de 3 espaços online muito
interessantes sobre livros, leituras e leitores:
https://bibliotronicaportuguesa.pt
Concluir que, no
século XXI com o digital, só não é leitor quem não quer. Todos sabemos que com
a leitura, com leituras temos a capacidade de ser mais autónomos, de interagir melhor
com os outros e, sobretudo, de
interpretar o mundo.
Queiramos ser leitores!
(usando o antigo Acordo Ortográfico)