terça-feira, 1 de junho de 2021


A propósito do sonho

na aula de Português do 12ºB



              O sonho foi, é e sempre será o que faz mover a Humanidade. Desde o paleolítico até aos dias de hoje, o Homem sonhou, mas o que, atualmente, sonhamos, é bem diferente das voagens à mente que os nossos antepassados realizavam.

         Um dos grandes problemas que, agora, vivemos, é o fácil e rápido alcance daquilo que desejamos. O que, antigamente, era considerado sonho, hoje, é tido como garantido, mas se apenas refletirmos numa perspetiva materialista.

– Eu quero ser, quando for grande, artista! – exclamou Maria João Abreu na sua infância.

O seu sonho concretizou-se, – e que concretização! – tornando-se numa das mais prestigiadas figuras da cultura do nosso país. Desejar trabalhar da arte é, em Portugal, uma missão à Tom Cruise, mas há quem a resolva. A digníssima “João” será, por isso, sempre recordada por todos nós, por ter sonhado e feito grande.

         Do outro lado da balança, há a pessoa comum, aquela que vive para consumir, para parecer o que não é, para alterar o que de bem e de mal a caracteriza. A diferença está na ambição, uma, desmedida, e outra, que nem parece ter definição possível; uma que nos permite ser autênticos e outra, sermos meros clones uns dos outros.

         E, desta forma, afirma-se ser fulcral salientar o facto de que sermos alguém a almejar um sonho tão difícil de alcançar, é simultaneamente, contribuir para a evolução e construção da Humanidade, à semelhança da mui nobre Maria João Abreu.

                                                                                                Miguel Almeida - 12ºB 



O que significa realmente ser Humano?

         Creio que ninguém saiba, com toda a certeza, a resposta. No entanto, há sempre espaço para reflexões e confrontos de ideias. Para mim, ser Humano, é querer mais do que aquilo que se pode ter, a ganância está-nos no sangue. Fomos, sem sombra de dúvidas, abençoados com o dom da inteligência, o poder de mudar o mundo! Criamos peças, feitos e momentos incríveis a partir de ideias por vezes extravagantes, pensadas por mentes brilhantes. Contudo há sempre um mal para todos os bens.

         Continuando a expressar a minha opinião, a nossa existência assenta em sonhos mirabolantes. Todos ansiamos por algo que nunca na vida conseguiremos alcançar. É óbvio que estes desejos variam de pessoa para pessoa: uns querem pura e simplesmente riqueza e outros tecem perguntas para as quais não desejam realmente respostas. Evitamos muito as questões existenciais, pois estas fazem-nos sentir insignificantes e se há uma certeza, é que o Ser Humano detesta sentir-se pequeno, inútil, efémero. Tudo isto está na nossa natureza: nascemos assim e, em parte alterado ou não, morremos assim.

           Tenho para mim que sabemos que, no fundo, nada nos trará a verdadeira felicidade. Nunca estamos satisfeitos. Como é que nos poderíamos sentir completos? Isto não significa, claro, que não estejamos e sintamos alegria, amor e vida com a nossa família e amigos. Porém, uma certeza sobressai: temos de refletir acerca das nossas atitudes, decisões e sonhos. Poderíamos ser melhores? Possivelmente! Mas, mais uma vez, isso seria apenas alimentar a esperança para outro sonho utópico, ou seria o contrário?

              Então, por favor, deixai-nos sonhar, porque é nisso que realmente somos bons e livres!

 João Vilaça - 12ºB