Esta palavra tão nossa
teve lugar na aula de Português do 12ºC
e o sonho andou pela mesma aula, mas no 12ºA
Saudade
E se eu olhar para ti
E te disser bem baixinho
Tenho saudades
Irás perguntar-me o motivo
E eu... apenas te
direi
Sorrindo e chorando
Não sei se sorrio dos momentos passados
Ou choro por saber que foram únicos
Só sei que agora dou
valor...
Mas já vou tarde
O tempo passou como um rio
E agora o que resta são as pedras
Pedras que podem vir a desaparecer
Pois o rio não para
Tentamos construir barragens
Mas num piscar de olhos
Chegamos ao mar.
Acordei.
E sinto saudade de quando
Ainda...estava na nascente.
Saudade…
É a lágrima mais bonita,
Que apareceu de sorrisos que passaram,
De sonhos que não acabaram
E de lembranças jamais esquecidas
É a coleção colocada na estante das memórias
É a dor que finge que sente
É o fogo que arde sem se ver
É a presença dos ausentes
Tantos sentimentos reunidos
Na palavra saudade.
“Sonho de olhos abertos”, é assim
que Antero de Quental inicia o seu poema “Contemplação”. Confesso que numa
primeira abordagem a mensagem transmitida por estas quatro palavras me interpelou.
Levou-me a questionar se quando sonho, estou realmente consciente do sonho ou
se estou apenas no plano do imaginário, logo, o que é (e como é possível) sonhar
de olhos abertos?
Para tentar responder a esta
questão, olhemos primeiro para a situação que me ocorre, vive-se o conflito entre Israel e Palestina,assiste-se
ao não agilizar, por parte do presidente
do Brasil, do processo de vacinação na maior pandemia do século XXI, e hoje o meu autocarro não tinha aquecimento!
No meio de tanto sofrimento, o
meu maior problema foi o de estar num local em que a temperatura não
ultrapassava os 15o C. Volto a questionar-me: estarei eu de olhos
abertos?
Com o avanço da tecnologia é
fácil tomar tudo como garantido, ignorando muitas vezes o elefante que
está na sala. Aliás, tudo está tão à mão que parece que começamos todos a
sonhar da mesma maneira. Teremos, pelo menos alguns de nós, perdido o que faz
de nós humanos? Para essa parte “de nós” parece estar a identidade na
quantidade de dinheiro, na fama. Coisas que levam alguns a sonhar,
esquecendo-se que o seu sonho é o pesadelo de outros…
Acredito que o Homem tem de
sonhar, só assim poderá evoluir, mas é importante seguir as palavras de Antero
“sonh[ar] de olhos abertos.
Pedro Carvalho, 12.ºA