quarta-feira, 2 de junho de 2021


 Esta palavra tão nossa

teve lugar na aula de Português do 12ºC

e o sonho andou pela mesma aula, mas no 12ºA


Saudade

E se eu olhar para ti

E te disser bem baixinho

Tenho saudades

Irás perguntar-me o motivo

E eu... apenas  te direi

Sorrindo e chorando

Não sei se sorrio dos momentos passados

Ou choro por saber que foram únicos

 Só sei que agora dou valor...

Mas já vou tarde

O tempo passou como um rio

E agora o que resta são as pedras

Pedras que podem vir a desaparecer

Pois o rio não para

Tentamos construir barragens

Mas num piscar de olhos

Chegamos ao mar.

Acordei.

E sinto saudade de quando

Ainda...estava na nascente.

Saudade…

É a lágrima mais bonita,

Que apareceu de sorrisos que passaram,

De sonhos que não acabaram

E de lembranças jamais esquecidas

É a coleção colocada na estante das memórias

É a dor que finge que sente

É o fogo que arde sem se ver

É a presença dos ausentes

Tantos sentimentos reunidos

Na palavra saudade.


                                           Mariana Oliveira, 12.ºC


“Sonho de olhos abertos”, é assim que Antero de Quental inicia o seu poema “Contemplação”. Confesso que numa primeira abordagem a mensagem transmitida por estas quatro palavras me interpelou. Levou-me a questionar se quando sonho, estou realmente consciente do sonho ou se estou apenas no plano do imaginário, logo, o que é (e como é possível) sonhar de olhos abertos?

Para tentar responder a esta questão, olhemos primeiro para a situação que me ocorre, vive-se o  conflito entre Israel e Palestina,assiste-se ao não agilizar, por parte do  presidente do Brasil,  do processo de vacinação  na maior pandemia do século XXI,  e hoje o meu autocarro não tinha aquecimento!

No meio de tanto sofrimento, o meu maior problema foi o de estar num local em que a temperatura não ultrapassava os 15o C. Volto a questionar-me: estarei eu de olhos abertos?

Com o avanço da tecnologia é fácil tomar tudo como garantido, ignorando muitas vezes o elefante que está na sala. Aliás, tudo está tão à mão que parece que começamos todos a sonhar da mesma maneira. Teremos, pelo menos alguns de nós, perdido o que faz de nós humanos? Para essa parte “de nós” parece estar a identidade na quantidade de dinheiro, na fama. Coisas que levam alguns a sonhar, esquecendo-se que o seu sonho é o pesadelo de outros…

Acredito que o Homem tem de sonhar, só assim poderá evoluir, mas é importante seguir as palavras de Antero “sonh[ar] de olhos abertos.

 

Pedro Carvalho, 12.ºA