E os nossos alunos continuam a provar que a questão da desigualdade de género os indigna e os motiva a darem as suas opiniões. Sinal de sensibilidade e vontade de construção de uma sociedade justa.
O mundo em que vivemos
O mundo em que vivemos hoje é um mundo
renovado, marcado pela evolução e pelo desenvolvimento. Apesar disso, a
desigualdade de género é um dos problemas que persiste, e é lamentável a sua
existência!
Somos todos seres humanos. A meu
ver, não faz qualquer sentido a distinção entre homens e mulheres, jamais
conseguirei entender isto. Em pleno século XXI é incompreensível ver que as
mulheres continuam a sofrer por causa da desigualdade. É real, acontece mesmo à
frente dos nossos olhos. Olhando para o Afeganistão é possível sentir o medo
das mulheres, que vivem reprimidas, tratadas como meros objetos, sem direitos,
sem liberdade. Com que direito é que alguém declara um ser humano sua
propriedade, restringindo-lhe tudo, até a sua própria vida? É inaceitável!
Sinto-me obrigada a questionar o porquê de em certos locais do mundo a mulher
não ter direito à educação, não ter direito a decidir por si mesma, não ter
direito à dignidade. O pior de tudo é que a desigualdade não ocorre apenas em
países em desenvolvimento, mas também naqueles que são mais desenvolvidos,
embora de forma menos evidente, como por exemplo a partir das diferenças de
salário. É inadmissível!
Sou mulher. Sinto-me tentada a
gritar ao mundo que não somos propriedade de ninguém, temos os mesmos direitos
e devemos ser tratadas de igual forma. O género não define quem nós somos, nem
nunca deveria ser um entrave. A educação, a liberdade, o tratamento igual é um
direito, o ser humano merece-o.
Apesar de tudo, continuamos a assistir à
desigualdade, sentados na plateia. Se compararmos a nossa vida a uma peça de
teatro, temos de ser os protagonistas e não os espectadores, temos de lutar
para que, no final do espetáculo, tenhamos contribuído para resgatar ou
aumentar a felicidade dos outros. Todos merecemos uma vida na qual sejamos a
personagem principal, livre e digna, com o pleno usufruto dos nossos direitos.
Cristiana Oliveira Rodrigues, 12C