Se eu fosse uma flor
Seria o cravo da revolução
Nas espingardas dos capitães de abril.
Seria o cravo da revolução
Para me arrepiar com o cântico
Do povo, aquele que mais ordena.
Seria o cravo da revolução
Para salpicar os tanques de primavera
Nas ruas de Lisboa
Seria o cravo da revolução
Para cheirar a liberdade
Pontapeada numa prisão de Caxias.
Seria o cravo da revolução
Para ver os lacaios do Estado Novo
Vencidos, de joelhos.
Seria o cravo da revolução
Para ver a esperança
Nos rostos das gerações por nascer.
Seria o cravo da revolução
Para lembrar aos jovens
Que a liberdade é vermelha
Do sangue e do cravo.
Fernanda Magalhães