quinta-feira, 21 de abril de 2022

Celebrar abril - poema


         Se eu fosse uma flor 



Se eu fosse uma flor 

Seria o cravo da revolução

Nas espingardas dos capitães de abril.

 

Seria o cravo da revolução

Para me arrepiar com o cântico

Do povo, aquele que mais ordena.

 

Seria o cravo da revolução

Para salpicar os tanques de primavera

Nas ruas de Lisboa

 

Seria o cravo da revolução

Para cheirar a liberdade

Pontapeada numa prisão de Caxias.

 

Seria o cravo da revolução

Para ver os lacaios do Estado Novo

Vencidos, de joelhos.

 

Seria o cravo da revolução

Para ver a esperança

Nos rostos das gerações por nascer.

 

Seria o cravo da revolução

Para lembrar aos jovens

Que a liberdade é vermelha

Do sangue e do cravo.

                Fernanda Magalhães