sexta-feira, 1 de abril de 2022

Clube de leitura

 

  “Os Putos” de Altino do Tojal              

 

O escritor Altino do Tojal, nascido em Braga em 1939 e falecido em Brunhais em 2018, manteve ainda ligações a Sobradelo de Goma.

Braga, Porto e Lisboa também o acolheram ao longo dos seus 78 anos de vida.

Homem discreto, solitário, “autêntico bicho do mato”, dizia ele de si mesmo, foi sobretudo um exímio contador de histórias.

Dia 22 de março, na biblioteca da escola secundária, das 12 às 13h, realizou-se a 2.ª sessão do Clube de Leitura com a turma do 12.ºD, as professoras Lurdes Silva, Paula Dias, Rosa Sousa e o professor Manuel Sousa e homenageou-se Altino do Tojal. Não era data do seu nascimento, nem da morte, nem da publicação de uma qualquer obra sua. Era dia de Leitura. Era dia de falar de uma grande obra deste filho da terra, que os nossos alunos não conheciam.

Publicado pela 1.ª vez na década de 60, “Os Putos”, com inúmeras edições, traduções e adaptações ao cinema, teatro e BD, continua uma obra de referência da literatura portuguesa contemporânea.

Nos anos 70, esta obra foi levada a palco em Lisboa e o autor não apreciou.

 Em abril de 2001, uma edição especial da editora Ave Rara, intitulada “Os melhores contos de Os Putos”, foi apresentada no Theatro Club da Póvoa de Lanhoso. 

Nessa altura, a escola secundária tinha uma oficina de teatro e a genial encenação de alguns dos contos, feita pelo genial professor Afonso Fonseca, foi de tal forma marcante que o próprio Altino depois da sua apresentação, escreveu no jornal “Terras de Lanhoso” este testemunho: “ Entrara no Theatro Club pensando como iria disfarçar o tédio, os inevitáveis bocejos. Precisei de me esforçar- isso sim!- para não fraquejar, para controlar com postura varonil e intensa emoção que me proporcionaram aquele jovem actor e aquelas jovens actrizes.” O título do artigo era “Puro êxtase!”.

Na 3.ªfeira não houve teatro. Já não há Afonso, nem oficina…perduram as memórias apenas! E elas foram transmitidas, assim como o carinho que nós, os professores que com ele convivemos e acompanhámos o percurso de muitos alunos, alguns atores de profissão hoje, fizemos questão de recordar.

Não houve teatro, mas os alunos em causa deliciaram-nos com uma leitura expressiva e muito comovida de contos como “Felisberto”, “O comboio das vinte e duas”, “Patrícia”, “Sardinhas e lua”, etc.

 A terminar, encontrei no elogio da jornalista Isabel A. Ferreira, no seu blog o lugar da língua portuguesa, a melhor definição para o estilo deste grande escritor “prosa escorreita, onde as palavras, sempre bem seleccionadas, têm força, e transmitem-nos emoções, e descrevem realidades, umas, vividas, outras, observadas. Magnificamente.”  

Fica o repto para virem descobrir este autor e esta obra em particular.

Ficam dois links de jornais que noticiaram a morte do escritor e elogiaram a sua obra.

https://www.correiodoporto.pt/obituario/altino-do-tojal-1939-2018

https://www.publico.pt/2018/07/16/culturaipsilon/noticia/morreu-altino-do-tojal-autor-deos-putos-1838163  

 

Fica  a ligação para o Facebook da biblioteca onde poderão ver e ouvir notícias das atividades dinamizadas e outras de caráter institucional. 

 

https://www.facebook.com/BEdoAEPL/videos/298993562294180

 


 Rosa Sousa, Coordenadora da Biblioteca

  

 

Depois da leitura,  os sentimentos de quem leu...

 


 Os alunos do 12.ºD