Ao abrigo do programa “Intercultura – AFS Portugal”, o jovem Juan Mendoza integrou a turma E, do 12.º ano, na Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso.
No âmbito da disciplina de Português desenvolveu múltiplas atividades e ultimamente elaborou um conto que ilustrou com fotografias suas, tanto do concelho da Póvoa como da República Dominicana. Vale a pena espreitar o conto que nos mostra a sua sensibilidade e a sua vivência : https://pt.calameo.com/read/0070121127deaabcfeae6
Sendo um estudante de intercâmbio, a minha atitude e os meus propósitos eram diferentes aos dos meus colegas, mas não de uma maneira negativa. Eu preocupava-me pela minha aprendizagem independentemente de uma possível nota que eu pudesse receber. Eu era mais que um estudante mas, era um participante. Nunca tive a preocupação de ser o melhor ou de ter notas excelentes, como tinha na República Dominicana, o que me permitiu aprender mais tranquilamente.
As aulas de português
foram as mais proveitosas e frutíferas para mim. Um dos meus maiores objetivos
neste ano era ser capaz de falar e escrever português, para mim fazia sentido
priorizar estas aulas sobre as outras.
Participar e interagir
com a minha professora e os meus colegas, dando as minhas opiniões e fazendo
comentários sobre o conteúdo das aulas foi pouco a pouco uma das maneiras mais
efetivas de melhorar a minha fluidez e coerência quando falava este novo
idioma.
A minha atividade
favorita, sem dúvida alguma, foi a interpretação dos poemas de Fernando Pessoa.
Às vezes, concordava com as suas metáforas, mas o seu pessimismo chocava um
bocado com a minha maneira de ver as coisas. Como amante mesmo da poesia
também foi interessante analisar os seus heterónimos e distinguir as
características literárias de todos eles.
Gostei de ser capaz de
apreciar a minha evolução. No princípio, para mim o tradutor era imprescindível
quando tinha que escrever. Às vezes, precisava dele também quando estava a
falar. Agora sou capaz de escrever textos corretamente (com alguns erros,
falta-me muito para aprender) sem precisar de nada ou ninguém.
Fico muito feliz e
satisfeito com o tempo que estive aqui. Ajudou-me muito. Desde o primeiro segundo que
entrei pela porta, senti-me muito incluído na minha turma. Nunca tive medo
nenhum de fazer perguntas. E agora os amigos que fiz aqui são os meus irmãos
que a vida me ofereceu.