Quando saio da escola...
Saio da escola….
Mal saio da escola tenho em
mim uma mistura de sentimentos. Uma alegria enorme ao reencontrar-me com a
minha mãe, que sempre espera por mim, mas, entretanto, dou por mim numa
solitária caminhada até ao carro. Paro, penso e percebo que este percurso está
perto do fim. Bem, está mais perto o último reencontro com a minha mãe bem como
esta caminhada solitária até ao carro.
Entro no carro, aguarda-me
um longo caminho até casa. Após uma curta conversa com quem mais amo, sou
consumido pelos pensamentos novamente. De repente, uma imagem lembra-me o
inferno, desperta-me, estou a chegar a casa e há agora as árvores destruídas, o verde perdido e o
negro mancha toda aquela, outrora bela paisagem. Lembro-me de todo aquele
trajeto até casa, todas aquelas cheirosas e íngremes árvores, todos aqueles
elegantes cavalos, que eu e a minha mãe parávamos para ver, agora tudo foi
consumido pelas chamas. Sinto em mim algo que nunca tinha sentido.
Acaba a viagem, abro a porta
de casa e sou recebido da melhor maneira pelos meus cães, que alegria! Que
privilégio!
Afonso Filipe, 12.ºB
Nostalgia
Caminho calmamente para a paragem de
autocarro, numa rua longa, carregada de restaurantes e comércio, indo em
direção àquele cujas cores vibrantes atingem os meus sentidos! Cheiro o pólen
neste tão amado jardim, olho a fonte, bem no meio que não jorra água, mas
embeleza a paisagem.
Sigo em frente, deparo-me com os
bancos de jardim, ponto de encontro dos mais idosos que põem a conversa em dia.
Ouço o rio que passa pela vila, muitas vezes sujo, tenebroso, hoje, limpo,
claro.
Chego à paragem, sento-me sobre a
pedra gelada no mesmo instante, chega o autocarro, devagar, trava. Sento-me ao
lado da janela um banco depois da porta de saída do autocarro, não sei, sento-me
sempre no mesmo lugar.
A caminho de casa passo por pequenas
freguesias, montes, e, num breve instante vejo o caminho, aquele que me leva a
casa.
Um caminho de muito introspeção,
penso naquilo que poderia ter sido, fantasio uma vida impossível, de sonhos, de
lazer…
Levanto-me, ando, saio, do interior
daquele que me trouxe, que já segue adiante. De cabeça baixa, ando, com
pensamentos confusos, cansados, domada pela quietude! Estes lugares provocam-me
ansiedade, como se nada mudasse. Será mesmo que nada mudou?! Aquilo que um dia
poderia ser confuso, cheio … está, hoje, quieto, calmo, silencioso.
Dirijo-me a casa, abro a porta,
coloco as mochilas no chão. Deito-me na cama, ouço alguma música que me distrai.
Acordo. Como? Não notara que tinha adormecido!
Ao eu do meu passado dirijo uma pergunta sincera, onde me meti? Já nada é como antes, tudo mudou… AH! Talvez não seja mais criança e o tempo de inocência já tenha passado. Talvez! Oh! Nostalgia do passado!
Cândida Carvalho, 12.ºB