sábado, 26 de outubro de 2024

Inspirados por Cesário

Quando saio da escola...

Saio da escola….

Mal saio da escola tenho em mim uma mistura de sentimentos. Uma alegria enorme ao reencontrar-me com a minha mãe, que sempre espera por mim, mas, entretanto, dou por mim numa solitária caminhada até ao carro. Paro, penso e percebo que este percurso está perto do fim. Bem, está mais perto o último reencontro com a minha mãe bem como esta caminhada solitária até ao carro.

Entro no carro, aguarda-me um longo caminho até casa. Após uma curta conversa com quem mais amo, sou consumido pelos pensamentos novamente. De repente, uma imagem lembra-me o inferno, desperta-me, estou a chegar a casa e há agora  as árvores destruídas, o verde perdido e o negro mancha toda aquela, outrora bela paisagem. Lembro-me de todo aquele trajeto até casa, todas aquelas cheirosas e íngremes árvores, todos aqueles elegantes cavalos, que eu e a minha mãe parávamos para ver, agora tudo foi consumido pelas chamas. Sinto em mim algo que nunca tinha sentido.

Acaba a viagem, abro a porta de casa e sou recebido da melhor maneira pelos meus cães, que alegria! Que privilégio!

Afonso Filipe, 12.ºB


Nostalgia

 Apenas dor de cabeça! Saio com memórias vividas de assuntos triviais.

Caminho calmamente para a paragem de autocarro, numa rua longa, carregada de restaurantes e comércio, indo em direção àquele cujas cores vibrantes atingem os meus sentidos! Cheiro o pólen neste tão amado jardim, olho a fonte, bem no meio que não jorra água, mas embeleza a paisagem.

Sigo em frente, deparo-me com os bancos de jardim, ponto de encontro dos mais idosos que põem a conversa em dia. Ouço o rio que passa pela vila, muitas vezes sujo, tenebroso, hoje, limpo, claro.

Chego à paragem, sento-me sobre a pedra gelada no mesmo instante, chega o autocarro, devagar, trava. Sento-me ao lado da janela um banco depois da porta de saída do autocarro, não sei, sento-me sempre no mesmo lugar.

A caminho de casa passo por pequenas freguesias, montes, e, num breve instante vejo o caminho, aquele que me leva a casa.

Um caminho de muito introspeção, penso naquilo que poderia ter sido, fantasio uma vida impossível, de sonhos, de lazer…

Levanto-me, ando, saio, do interior daquele que me trouxe, que já segue adiante. De cabeça baixa, ando, com pensamentos confusos, cansados, domada pela quietude! Estes lugares provocam-me ansiedade, como se nada mudasse. Será mesmo que nada mudou?! Aquilo que um dia poderia ser confuso, cheio … está, hoje, quieto, calmo, silencioso.

Dirijo-me a casa, abro a porta, coloco as mochilas no chão. Deito-me na cama, ouço alguma música que me distrai. Acordo. Como? Não notara que tinha adormecido!

Ao eu do meu passado dirijo uma pergunta sincera, onde me meti? Já nada é como antes, tudo mudou… AH! Talvez não seja mais criança e o tempo de inocência já tenha passado. Talvez! Oh! Nostalgia do passado!

Cândida Carvalho, 12.ºB