Querido diário,
É primavera! Mas esteve a chover...
Era suposto ser diferente, sol, pássaros a alegrar o dia, flores a abrir
timidamente e a deslumbrar-nos com a sua beleza. Mas nem tudo é como queremos e
nunca esta expressão fez tanto sentido neste momento. Momento este em que, em
PORTUGAL, o número de casos infetados com o coronavírus ultrapassou os 1000.
Enfim…estou a tentar, nem que seja por poucos minutos, abstrair-me deste
tema tão perturbador.
Hoje dediquei-me a português e para te ser sincera adoro cada vez mais esta
disciplina. Sabes porquê? Por um lado, porque nestes dois últimos anos tive uma
professora excelente e, por outro lado, fascina-me e coloca-me à prova, faz-me
pensar, descodificar, querer saber mais e pesquisar por novos significados,
sinónimos, origens…
Quero confessar-te ainda uma coisa. Tenho saudades! Saudades de estar na
paragem à espera do autocarro, da campainha, das conversas e risadas com os
amigos nos corredores, das filas do bar, dos professores, dos “Bom dia!”, dos
“Até já!”, das correrias para não chegar atrasado às aulas, das auxiliares
super simpáticas. Isto tudo e ainda só passou uma semana desde que soubemos que
iríamos para isolamento social. A sensação é que passou muito mais tempo.
Contudo, tenho-me mantido confiante
e com esperança de que tudo vai ficar bem e é a música a minha arma. E tu,
claro!
Por hoje é tudo. Fica bem.
Marina Peixoto (11ºC)
Sexta-feira, 20 de março de 2020
Querido diário,
Estamos hoje no quinto dia de quarentena. Hoje,
quando estava no Instagram a ver algumas histórias, deparei-me com algo que já
não via há algum tempo nesta rede social – uma notícia falsa, que se espalhou
pelo Instagram através de sucessivas partilhas. E o que dizia essa
notícia? Passo a citar, com algumas supressões: “ (...) Esta noite, a partir de
00:30 até às 03:30, o nosso planeta estará com uma radiação altíssima. Os raios
cósmicos vão passar perto da Terra. (…) Não deixe o seu aparelho perto do seu
corpo, ele pode causar-lhe danos terríveis. (...) Envie esta mensagem para
todas as pessoas que lhe importam.”. Acho que ambos concordamos que esta
notícia é uma autêntica barbaridade. E foi daí que surgiu o tema de hoje: notícias
falsas.
Todos nós já lemos alguma notícia falsa alguma
vez na vida. E, nos dias de hoje, é mais comum do que pensamos a utilização
desta metodologia, para vários fins: atrair mais visitas aos sites, influenciar
os resultados eleitorais (através da manipulação dos cidadãos), discriminar um
oponente / inimigo, entre outros.
Ainda assim, é bastante fácil combater a
propagação de notícias deste género – basta sermos informados. Quando nos
deparamos com alguma notícia que soe minimamente suspeita, devemos
imediatamente tentar informar-nos acerca do assunto e, por norma, se a notícia
for falsa, é relativamente rápido de se entender.
Manipular e informar erradamente as pessoas, bem
como difamar e discriminar é imoral e antiético, sendo, obviamente punido por
lei. Embora este seja um tema que, normalmente, “nos passa ao lado”, gera um
grande combate, por parte das autoridades, para que se possa minimizar e, se
possível, abolir atitudes deste género. Por isso, devemos sempre compartilhar
apenas aquilo que temos a certeza que é verdade.
Maria João Fontão (11ºC)
Querido diário.
Chegou a minha vez de
escrever em ti. Depois de ler tudo o que já foi escrito aqui, começo a perceber
que realmente para algumas pessoas foste a forma de desabafo ou ainda uma
maneira que arranjaram para que, por alguns momentos, se possam abstrair
daquilo que tem sido uma verdadeira roda-viva e uma triste realidade com que
nos deparamos nos dias de hoje no nosso país.
Hoje, dia 20-03-2020, o sol decidiu não brilhar, no entanto a minha rotina foi, ainda assim, posta em prática para iniciar mais um dia, com a melhor disposição possível, tendo em conta a situação, sempre com a companhia da música que é algo crucial na minha vida. Falando então do assunto inevitável que assola Portugal atualmente, o coronavírus, posso dizer que é um misto de emoções, havendo alturas em que me sinto confiante com tudo isto, já naqueles momentos em que o número de pessoas infetadas sobe, a esperança de que a minha família e amigos não sejam infetados acaba por tomar um pouco conta de mim, uma vez que já mais de 1000 pessoas (apenas em Portugal) não se conseguiram livrar deste pesadelo, que é bastante real. Mas bom falando de coisas mais positivas, os meus dias têm sido passados a estudar e a terminar trabalhos que esperávamos concluir na escola, tenho estado com a minha irmã, e se algo de bom veio com esta pandemia, foi sem dúvida essa ligação, que devido a horários não coincidentes se tinha vindo a "desgastar" com o tempo, os meus pais, esses sim, continuam a trabalhar, mas felizmente pelo menos ontem conseguimos passar mais que um dia do pai, mas sim um dia incrível em família, mesmo sendo em casa.
Hoje, dia 20-03-2020, o sol decidiu não brilhar, no entanto a minha rotina foi, ainda assim, posta em prática para iniciar mais um dia, com a melhor disposição possível, tendo em conta a situação, sempre com a companhia da música que é algo crucial na minha vida. Falando então do assunto inevitável que assola Portugal atualmente, o coronavírus, posso dizer que é um misto de emoções, havendo alturas em que me sinto confiante com tudo isto, já naqueles momentos em que o número de pessoas infetadas sobe, a esperança de que a minha família e amigos não sejam infetados acaba por tomar um pouco conta de mim, uma vez que já mais de 1000 pessoas (apenas em Portugal) não se conseguiram livrar deste pesadelo, que é bastante real. Mas bom falando de coisas mais positivas, os meus dias têm sido passados a estudar e a terminar trabalhos que esperávamos concluir na escola, tenho estado com a minha irmã, e se algo de bom veio com esta pandemia, foi sem dúvida essa ligação, que devido a horários não coincidentes se tinha vindo a "desgastar" com o tempo, os meus pais, esses sim, continuam a trabalhar, mas felizmente pelo menos ontem conseguimos passar mais que um dia do pai, mas sim um dia incrível em família, mesmo sendo em casa.
Cátia Fernandes (10ºA)
Reflexões
sobre estes dias da quarentena
Como diria
Fernando Pessoa, o dia deu em chuvoso. Não sei bem qual a razão para tal, mas
gosto tanto desta frase.
Deve ser
por gostar mais ainda do Pessoa. Os dias não são muito diferentes. Perdida,
angustiada, baralhada, zangada no meio de tantos emails, tantas mensagens nas redes sociais. Mas será que ninguém
tem mais nada que fazer além disto? Já não há um livro para ler? Olha só
quem fala!!!!! Quando soube que iria ficar fechada em casa, sim, é disso
que se trata, TEMOS DE FICAR EM CASA, comentei com os meus que pelo menos poria
a leitura em dia. Já pareço os políticos, que quando se reformam ou lá o que
lhes acontece depois de se retirarem da vida ativa, assim fica mais chique!,
dizem sempre que irão ler, MUITO. Qualquer dia apanham-me a dizer que vou
escrever as minhas memórias.
Dito isto,
ainda nem o livro que comecei a ler há já algum tempo, bem foi-me oferecido no
Natal!, abri. Prometo, meu prezado e estimado diário, que irei ter tempo para
ler e o primeiro a quem vou revelar tal és tu!
Bem, por
falar em dias muito iguais, tenho a família a dizer que tem fome e tenho uma
videochamada com as minhas queridas amigas daqui a pouco. Tenho de ir!
Prometo-te
que amanhã voltarei, já me fazes falta.
Até amanhã,
em casa, em segurança. Melhores dias virão.
Isabel
Friande
20/03/2020
Boa noite Diário,
Faz hoje uma semana que a
quarentena foi decretada e, sendo assim, faz também hoje uma semana desde que
não saio de casa. Começo a sentir a falta de sair do mesmo ambiente, passar
tempo em outros locais, conhecer novas pessoas. Porém, como bom cidadão,
cumprirei o meu dever. Durante o dia, ao navegar pela Internet começo a
visualizar cada vez mais um aumento da preocupação da população, também devido
ao facto de hoje, atingirmos um milhar de infetados e o número de mortos
continuar a aumentar consideravelmente em Portugal e em todo o Mundo. E de
facto, apesar de isto estar a acontecer há algum tempo, nunca fiquei muito
preocupado, pensando sempre “O que são centenas num país com10 milhões de
habitantes”. Porém, devido ao elevado ritmo do crescimento do número de
infetados começo a ficar um pouco preocupado.
Apesar de estar sempre em casa,
existem inúmeras atividades a realizar. Hoje decidi investir parte do meu
tempo, como normalmente, na aprendizagem, mas também melhorei as minhas
habilidades no que toca à culinária, ajudando na preparação do almoço e
cozinhando algumas panquecas para a minha família durante a tarde. Realizei a
minha atividade física diária, pois já como Galileu dizia “A condição natural
dos corpos não é o repouso, mas o movimento.”, e por isso mesmo temos de
continuar a cuidar da nossa saúde!
Por hoje é tudo, não te
preocupes comigo pois estou confiante que tudo vai melhorar. Descansa e nunca
percas a esperança!
Fábio Rodrigues (11ºC)
20/3/2020
Olá querido diário!
Mais uma vez estou aqui para te contar como foi o meu dia.
Hoje, acordei às 9:30h e, logo depois do pequeno-almoço, fui para o
escritório trabalhar um pouco. Estive a ajustar e a dar os últimos toques num
trabalho coletivo de física e química, e ainda de manhã o enviei para a
professora. Após o almoço decidi fazer algo que gosto bastante: organizar a
minha estante de livros. Gosto muito de tirar todos os livros, para depois os
ordenar de uma forma diferente. Existem vários métodos, ordem alfabética do
título, do nome do autor, por género, por data... Desta vez decidi organizar
pela cor da lombada. Após este trabalho, decidi estudar biologia. Infelizmente
acho que não o terminarei ainda hoje. Ainda bem que ainda tenho o fim de semana
para fazer/terminar todos os trabalhos, de forma a começar a próxima semana
mais organizada.
Neste momento planeio assistir a um episódio de alguma série. E a
minha escolha é assistir mais uma vez a algum episódio da minha série favorita
“1986”.
Obrigada por me escutares, querido diário. Nestes momentos mais
conturbados e preocupantes é bom contar contigo para ouvires as minhas
histórias, por muito repetitivas que elas sejam.
Joana Faria
(10ºA)
Póvoa de
Lanhoso, 20 de Março de 2020
Querido Diário,
Continuamos na nossa luta diária, tanto para nossa prevenção como de
todos. Mas se é para ser uma luta, que esta seja divertida e algo produtiva.
O que me dizes se fizéssemos um desenho e nele passássemos uma
mensagem de força e coragem a todos os nossos guerreiros que trabalham num
hospital diariamente a tentar salvar vidas pondo, ao mesmo tempo, a sua em
risco? É que se pensarmos bem… bolas não é para qualquer um! Proponho então que
escrevamos o seguinte: “A todos vocês o nosso muito OBRIGADO! A vossa coragem e
valentia tem dado, nos últimos tempos, os seus frutos. Acreditamos que agora
não será diferente! Não desistam e lutem por todos nós! Também estamos a fazer
a nossa parte! Juntos seremos sempre mais fortes!” Esta mensagem é
verdadeiramente para transmitir valentia e firmeza. Mas sabes, querido diário,
custa-me muito escrevê-la pois a verdade é que os nossos profissionais estão
exaustos. São já muitas noites sem dormir. São já muitos dias a trabalhar
praticamente 24 sob 24 horas. É muito duro vê-los assim. Afinal de contas
também são eles a cura desta maldita doença. Por isso se dependemos deles,
cumpramos à risca o que nos é recomendado. Só assim, os ajudaremos de alguma
forma.
Este momento parece, para todos nós, negro. E a verdade é que está
mesmo um pouco negro. A vida é um caminho constante de batalhas, mas mesmo que
não as vençamos todas, nunca poderemos desistir de sorrir pois as oportunidades
são para aqueles que persistem.
Um beijinho,
Ana
Margarida (12ºF)
Sexta-Feira,
dia 20 de março, 11:00, no sofá
Querido
Diário,
É estranho
de pensar como a tua vida e os teus objetivos mudam repentinamente, nos últimos
dias tenho reparado que o meu telemóvel apresenta sempre a mesma notificação “O seu tempo de uso aumentou cerca de 145%”.
São crescimentos alarmantes, tudo devido ao facto de sermos obrigados a
isolarmo-nos da população, para que a nossa segurança e a saúde da família
permaneçam intactas. Este acontecimento deve-se essencialmente ao vírus
denominado “Coronavírus”, agora apelidado de COVID-19.
Foram impostas diversas medidas por parte do nosso governo, como por
exemplo decretar Estado de Emergência no país, algo que já não acontecia há
muito tempo. Esta ação aboliu e restringiu totalmente a movimentação dos
cidadãos, alguns direitos são abolidos e as pessoas com o seu dever cívico
devem permanecer em casa.
Lojas, bares, restaurantes, escolas, universidades, quase tudo se
encontra fechado. As compras e as entregas de comida (Take Aways) chegam aos
prédios de pouco em pouco tempo.
Agora, como é passado o meu tempo?
Nem sei como responder a essa
questão, por vezes o tempo pode ser passado simplesmente com as mais básicas
ações (Acordar, Comer, Dormir); Procuro por vezes passar mais tempo com a
família. Ouvir música, a ver uma série, a fazer aquilo que é pedido pelos
diversos professores para não perdermos o fio à meada, são alguns exemplos de
como ultrapassar o vazio que paira sobre as nossas casas.
Tento ter o mais cuidado possível com a Higiene, e procurar fazer aquilo
que gosto para me sentir feliz, em vez de estar constantemente preocupado com
os problemas que nos rodeiam.
Por fim penso que devemos estar sempre em alerta, relativamente às
notícias que são dadas pelos meios de comunicação, nomeadamente os Jornais
Televisivos, como a TVI, SIC, entre outros, para estarmos atualizados com esta
situação e sabermos como agir e o que fazer nesta crise.
Joel
Oliveira (12ºF)
Póvoa de Lanhoso,
20 de Março de 2020
Querido Diário,
Sinceramente, nunca pensei estar nesta situação. Em anos anteriores,
na escola, quando estudei os tempos horrorosos da peste negra e por ai adiante,
nunca imaginei que pudesse algum dia presenciar uma epidemia desta dimensão.
Esta semana tem sido uma descoberta de novas atividades para realizar
em casa, lembrei-me de fazer de tudo, arrumar, lavar os meus pincéis de
maquilhagem bem a fundo (uma vez que não vejo motivos para os sujar há uma
semana), ver séries que nunca pensei ter interesse em ver, e pela primeira vez
na vida, ir à varanda tornou-se algo incrível.
Aqui, em minha casa, a minha mãe e o meu padrinho continuam a
trabalhar e, por isso, o sentido de quarentena para mim perdeu um bocadinho o
sentido ainda que a tenha cumprido com excelência. Confesso que nem ao
supermercado eu tive a “coragem” de ir. Sempre que eles chegam tomam banho,
colocam a roupa para lavar e desinfetam tudo o que podem para que não se torne
mais perigoso para nós. Contudo, a situação está a agravar-se bastante aqui na
minha freguesia, já foram descobertos dois casos e bem mais perto do que
pensávamos (agora começa a parecer cada vez mais real).
Resumindo, os meus dias baseiam-se todos em acordar por volta do
meio-dia, faço os trabalhos da escola e acabo mais ou menos a meio da tarde,
depois lancho e passo o resto da tarde a ver séries. Acaba por tornar-se uma
rotina muito aborrecida, porém, temos de aprender a dar valor ao facto de estar
no nosso “cantinho”. Tenho explorado a culinária com a minha mãe, o que também
fortalece a relação e é ótimo, porque o tempo passa a voar. Quanto aos meus
amigos, posso assumir que a videochamada nos tem salvado a todos do tédio.
Acabamos também por instalar a aplicação do momento “Houseparty” (serve para jogar vários jogos enquanto estamos em
vídeo chamada) e rendemo-nos, não posso negar.
Espero que este momento terrível que estamos a atravessar, acabe o
mais rápido possível para que possa voltar à minha rotina normal (fora de
casa). Como adolescente que sou, passo a vida a queixar-me da escola e da
rotina, mas é nestes momentos que damos o devido valor a essas pequenas coisas.
Boa tarde,
Beatriz Vieira (12ºF)
Dia 5 da quarentena,
20/03/2003
Este final de semana foi
provavelmente um cheirinho do que será o resto do isolamento. Desde quinta que
não tenho vontade de fazer nada. Liguei o computador, não me apeteceu jogar,
pensei em ver uma série, mas não me estava a cativar muito a ideia. Com isto,
pensei em fazer algum trabalho para a escola, no entanto, tinha algo na cabeça
que me ocupava o espaço todo e simplesmente deixei isso de lado. Felizmente, na
sexta já consegui achar a motivação para fazer alguns exercícios e lá adiantei
alguma coisa.
É mesmo isto que tenho
para dizer hoje, talvez fruto de um pequeno deslize tenha desorganizado as
minhas ideias e deixei acumular trabalho, causando pressão desnecessária. Estou
a pensar em criar um horário específico para não me deixar levar por
pequenas tentações novamente.
Como não posso deixar de
falar de desgraças....
Bem, o número de
infetados é de 1020, um número que é cerca de 4 vezes maior que
o registado no início da semana…. No entanto, não foi só esta a causa de
preocupação do dia, no meio da tarde recebi um mail da stora de
biologia com a correção do teste. Fiquei cerca de 2 minutos a olhar para ele e
a ganhar coragem para o abrir, mas lá abri. A nota não foi a melhor, mas como
diria a velha Clarisse, o que importa é ter saúde.
Por hoje é tudo, talvez
na próxima te escreva em inglês, vamos ver.
Este tempo… dia 7
20.Março.2020
Hoje, o dia começou mais sereno. O dia ou eu, nem sei! Tinha acabado
de começar a Primavera e… chovia. Realmente, nem tudo acontece como o
imaginamos.
Ontem, já depois de o dia ter terminado, alguém me recordava uma
música pela qual não passo há anos. Hoje, voltei lá. Daquela forma que só os
italianos sabem, Lucio Dalla canta-me L’anno
Che Verrà [O ano que virá] e diz-me que «há-de ser três vezes Natal, festa todos os dias, cada Cristo vai
descer da Cruz e também os passarinhos vão voltar. Há-de haver comida e luz o
ano inteiro […] alguma coisa que nos incomoda muito agora vai desaparecer. Vê
bem, cara amiga, o que eu te escrevo e o que eu te conto e como estou contente
por estar aqui, neste preciso momento. Vê como ainda vamos rir de tudo. Vê como
continuamos cheios de esperança. […]» E respondi-lhe: aqui estou! A fazer
parte desse regresso.
*Sim, sei que uma folha de papel não ouve. Mas imagina lá que isso
algum dia é possível. Fica aqui a tal música. Ah! E também sei que continuo a
usar o antigo acordo ortográfico.
Margarida Corsino da Silva
20 março 2020
Querido diário,
Hoje, na parte da manhã, fui
dominada por uma onda de preguiça que não me deixou fazer nada de vantajoso em
termos escolares. Fiquei no quarto da minha irmã a ver séries enquanto ela
tinha aulas digitais. Ultimamente tenho dado comigo a pensar que, se não fosse
pelo encerramento da sua universidade, ela ainda estaria em Lisboa!
Para compensar esta manhã nada
produtiva, passei a tarde a estudar e a realizar alguns exercícios de forma a
não perder o ritmo. No final coloquei em ordem todas as tarefas que ainda vou
ter de fazer ao longo do fim de semana e respondi aos meus emails em atraso.
Quando a minha mãe finalmente
chegou a casa contou-nos como foi o seu dia de trabalho e a falta de
conhecimento de certas pessoas que, perante a situação em que vivemos, ainda
vão ao Centro tentar ter consultas de rotina, sem pensarem nas consequências…
Bem, por hoje é tudo…
Matilde Carvalho (11ºC)
Dia 5 (20 de março de 2020)
Dear
diary,
Today I decided to write you in English. The answer is
the same - no!
Today was similar to the other days: doing some school
exercises, video calling with friends... However, I started a new exercise routine
with my sister to stay active and healthy.
This morning, the first case in the municipality of Póvoa
de Lanhoso was confirmed. Now, more than ever, we must follow the guidelines
given to protect ourselves and especially those who are most vulnerable, such
as our grandparents...
I miss them so much! I haven't been with them in over
two weeks, and I don't know when I'm going to be with them again. This
uncertainty i'm left with makes me very sad… When
am I going to hear my grandmother offer me more and more food again? When am I
going to hear my grandfather ask again about his esteemed knife? I hope as soon
as possible.
I can't stand being here this long without them!
Miguel Almeida. (11ºC)