Boa noite diário,
Já é o quinto dia que te escrevo e estou a gostar imenso desta
experiência. Tens sido um baú onde eu tenho depositado os meus pensamentos e
emoções. Tenho reparado que tens sido uma forma muito valiosa para eu, outros
jovens, colegas, professores desabafarem e conseguirem ultrapassar estes
momentos mais difíceis de uma forma mais fácil e mais calma, tentando sempre
manter a esperança de que tudo vai melhorar e que, daqui a uns tempos, vamos
olhar para trás e tudo não passará de uma memória, menos boa, mas uma memória.
Hoje lembrei-me
de uma música que já tem uns anos, mas que realmente descreve bem esta
situação… “There comes a time / When we heed a certain call / When the world must come
together as one / There are people dying / Oh, and it's time to lend a hand to
life/ The greatest gift of all / We can't go on / Pretending day-by-day / That someone,
somewhere soon make a change / We're all a part of God's great big family / And
the truth, you know, love is all we need / We are the world... When you're down and out, there seems no hope
at all / But if you just believe there's no way we can fall / Well, well, well, well let us realize / Oh, that a change can only come / When we stand together as one, yeah, yeah, yeah”.
Acho que
realmente as pessoas precisam de se unir e com isso não digo juntarem-se
fisicamente, mas sim protegerem-se umas às outras, pensarem umas nas outras,
ajudarem-se mutuamente, serem solidários, como está a acontecer com a China,
que, atualmente, está numa melhor fase, e está a ajudar os países europeus com
materiais de proteção.
Então,
obrigada por estes momentos, por me “ouvires”.
Até
amanhã, bjs.
Marina Peixoto (11ºD)
Sábado, 21 de março de 2020
Querido diário,
Estamos hoje no sexto dia de
quarentena e o tema que me surgiu foi o da clonagem humana.
Antes de mais nada, existem dois
tipos de clonagem humana: a clonagem terapêutica, na qual se reproduzem células
ou tecidos humanos, com o objetivo de se tratarem doenças, e a clonagem
reprodutiva, que consiste na “cópia” de seres humanos. Vou incidir sobre a
última, que gera uma enorme divisão de opiniões.
Defensores da clonagem reprodutiva
afirmam que este processo permite restaurar o material genético dos humanos que
são clonados, bem como ajudar casais inférteis a terem filhos. Do outro lado,
temos os que se opõe, que se baseiam na baixa eficiência deste processo (pois a
esperança de vida dos clones é bastante baixa e, também, envelhecem
precocemente) e no facto de se gerarem várias anomalias; para além disso,
existem os conflitos morais – perde-se a autenticidade de cada humano.
Os danos causados nos clones
trazem-lhes uma qualidade de vida bastante reduzida, o que faz com que os fins
da clonagem reprodutiva sejam injustificáveis. Considero que facilmente se
encontram alternativas para os casais inférteis, pois existe sempre a
alternativa da adoção e, desta forma, pode ajudar-se uma criança, a encontrar a
sua família. Por outro lado, ao legalizar-se a clonagem humana, qualquer um
pode escolher passar por este processo – queremos mesmo que terroristas, assassinos
em série e tiranos (entre outros “vilões”) voltem à vida? Não estaremos a
aumentar os conflitos mundiais?
Não restam dúvidas de que me oponho
totalmente à clonagem reprodutiva. Por muito que a evolução científica nos
traga várias vantagens, há limites – e, a meu ver, este procedimento
ultrapassa-os, quer biologicamente, quer eticamente.
Maria João Fontão (11ºC)
21-3-2020
Olá querido
diário!
Hoje é
sábado, e como tal decidi acordar um pouco mais tarde. Eram 10 horas quando
acordei, e fui logo tomar o pequeno-almoço e verificar novas mensagens e
notícias no meu telemóvel. Infelizmente os números divulgados no boletim diário
da DGS não são bons. E a verdade é que estão sempre um passo atrás da
realidade. Neste momento existem muitas mais pessoas infectadas, porém só daqui
a uma semana tomamos conhecimento. Enfim, após o momento de preparação deste
novo dia, decidi ir estudar para o escritório, mais concretamente estudar
biologia. Confesso que ter trabalhos para fazer neste momento é bom, pois ajuda
a manter a cabeça ocupada, e ajuda a fazer-me sentir ativa. A estante ontem
arrumada acaba por ser mais uma vez alterada. Troco alguns livros de lugar e
acabo por retirar um ou dois para colocar na mesinha de cabeceira, para reler
em breve.
Com os meus
dias a tornarem-se repetitivos acabo por me ir acostumando à quarentena. Tenho
de admitir que não é assim tau mau estar em casa. De facto tenho imensas
saudades de sair, mas pelo menos tenho um lugar confortável para estar, e desta
forma estou segura e não me arrisco.
Talvez
estes tempos nos estejam a preparar para algo melhor. Até lá é o momento de
mostrar o nosso respeito pelo próximo, através de algo muito simples: ficar em
casa. Noutro dia assisti a um vídeo que transmitia uma mensagem interessante:
as ruas nunca estiveram tão silenciosas, nunca estiveram tão vazias, nunca
estiveram quietas. E isso mostra que também as pessoas nunca estiveram tão
unidas.
E assim foi
o meu registo de hoje querido diário.
Joana Faria
(10ºA)
Não é fácil
para mim escrever aquilo que eu sinto e,
por isso, não te vais chamar Diário
mas sim Pensário.
6º dia de
quarentena
Querido
Pensário,
hoje
acordei com a esperança de que estas 2 semanas tivessem sido apenas um grande
pesadelo, passados 5 min de refletir que terei que ficar fechada mais um dia em
casa fui ao telemóvel:
-Só são
7:40
Pousei o
telemóvel e voltei a dormir
Neste curto
período de tempo, têm surgido inúmeras transformações na minha vida, na vida de
todos na verdade. O meu pai, um dos meus maiores pilares, teve que voltar ao
seu país de origem para cuidar da minha avó e encontrar um novo trabalho.
Deixando à minha responsabilidade os meus 2 cães e 2 gatas. Há uma semana que
não vejo os meus amigos, professores, família, teatro...
Quando
acordei de vez, verifiquei o e-mail.
Os
professores mandam-nos todos os dias trabalhos, o que não é mau de todo. No
meio desta semana de "quarentédio" ajuda-me a distrair das notícias
sobre este vírus que já matou mais de 12.500 pessoas e 12 delas em Portugal.
Mas nem tudo é mau hoje, e nestes últimos dias
aprendi a conviver com a minha família, vejo o meu irmão aprender novas
palavras e aprendo com ele, eu a minha mãe fizemos um bolo de laranja (espero
que não fique queimado, quero mesmo comer) e também fomos alimentar os meus
cães.
E este foi
o meu dia, aprendi algo, fiquei entediada mas estou viva e com saúde...
Lara Cave
(10ºB)
Dia 6 (21 de março de 2020)
Querido diário,
Sábado é dia de ir aos escuteiros, é, sobretudo, um dia para
confraternizar com aqueles que se comprometem a ajudar o próximo em todas as
circunstâncias.
Foram muito os momentos que vivi no meu agrupamento… desde os fogos
de conselho nas noites mais frias em que o silêncio e a escuridão eram
preenchidos por gargalhadas e sorrisos àqueles raides intermináveis que, depois
de feitos, nos fazem acreditar que somos capazes de tudo, desde que trabalhemos
em equipa.
Eles são, à semelhança do teatro, uma segunda família para mim e só
me resta esperar para que me volte a reunir com eles.
Procuro sempre deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrei,
como nos incutiu BP, e, por isso, nada melhor para terminar o dia do que
cozinhar para a família, com o intuito de proporcionar um dia diferente aos
meus pais e os libertar de mais uma tarefa nestes que têm sido dias de alguma
preocupação.
Espero que a resposta de hoje – não - prevaleça nos próximos dias.
Miguel
Almeida. (11ºC)
21 março
2020
Querido
diário,
Hoje, tal
como todos os sábados, ajudei mais um bocado cá por casa nas tarefas
domésticas, de forma a não sobrecarregar a minha família e a tornar o trabalho
mais rápido!
Aproveitei
também para adiantar os trabalhos da escola e para esclarecer algumas dúvidas
em certas matérias.
Como este
tempo de isolamento afeta um bocado as nossas rotinas, voltei a pegar no
romance “Os Maias” que tinha posto de lado e pretendo acabar de o ler até
meados do mês de abril.
A minha
mãe, sendo uma profissional de saúde que tem de trabalhar, é a nossa única
ligação com o exterior. É ela que tem feito as compras e todos os recados que
necessitamos cá para casa.
Bem, por
hoje é tudo…
Matilde
Carvalho (11ºC)
Olá, Diário
Não, não me
esqueci de ti! Mas hoje, que até li e enviei menos emails, whatsapps ---.é
certo que corrigi alguns testes, não muitos, admito, sinto uma angústia
maior relativa a este momento que todos estamos a viver. O tempo não
ajudou, dia cinzento e triste, tal como nós. A Primavera este ano começou
invernosa, será um prelúdio do que nos aguarda? Querido diário, eu
confidenciei-te que hoje não era um bom dia para te contar a minha
jornada, perdoa-me se também tu ficas triste com as minhas palavras, mas os
amigos também servem para desabafarmos e tu já és um amigo! Prometo que te
hei-de animar nos muitos dias que ainda me/nos restam para confidenciarmos.
Fica bem, e perdoa-me se também tu sofres com as confidências de uma Humanidade
em suspenso.
Isabel
Friande
Este tempo…
dia 8
21.Março.2020
Finalmente,
abri as portas do tal armário. Seis grandes gavetões e quatro enormes
prateleiras olharam assustadoramente para mim. Respirei fundo e abri o primeiro
gavetão.
Ao ver o
que continha, um sorriso abriu-se e, como quem entra num espaço que respeita,
fui retirando o que lá estava dentro. Deixei-me tocar pelo que ia surgindo. E
saboreei cada memória…
Margarida Corsino da
Silva