sábado, 21 de março de 2020

aepl.estetempo 21.março.2020


Boa noite diário,

Já é o quinto dia que te escrevo e estou a gostar imenso desta experiência. Tens sido um baú onde eu tenho depositado os meus pensamentos e emoções. Tenho reparado que tens sido uma forma muito valiosa para eu, outros jovens, colegas, professores desabafarem e conseguirem ultrapassar estes momentos mais difíceis de uma forma mais fácil e mais calma, tentando sempre manter a esperança de que tudo vai melhorar e que, daqui a uns tempos, vamos olhar para trás e tudo não passará de uma memória, menos boa, mas uma memória.  
Hoje lembrei-me de uma música que já tem uns anos, mas que realmente descreve bem esta situação… There comes a time / When we heed a certain call / When the world must come together as one / There are people dying / Oh, and it's time to lend a hand to life/ The greatest gift of all / We can't go on / Pretending day-by-day / That someone, somewhere soon make a change / We're all a part of God's great big family / And the truth, you know, love is all we need / We are the world... When you're down and out, there seems no hope at all / But if you just believe there's no way we can fall / Well, well, well, well let us realize / Oh, that a change can only come / When we stand together as one, yeah, yeah, yeah”.
Acho que realmente as pessoas precisam de se unir e com isso não digo juntarem-se fisicamente, mas sim protegerem-se umas às outras, pensarem umas nas outras, ajudarem-se mutuamente, serem solidários, como está a acontecer com a China, que, atualmente, está numa melhor fase, e está a ajudar os países europeus com materiais de proteção.
Então, obrigada por estes momentos, por me “ouvires”.   
Até amanhã, bjs.
Marina Peixoto (11ºD)



Sábado, 21 de março de 2020
Querido diário,
Estamos hoje no sexto dia de quarentena e o tema que me surgiu foi o da clonagem humana.
Antes de mais nada, existem dois tipos de clonagem humana: a clonagem terapêutica, na qual se reproduzem células ou tecidos humanos, com o objetivo de se tratarem doenças, e a clonagem reprodutiva, que consiste na “cópia” de seres humanos. Vou incidir sobre a última, que gera uma enorme divisão de opiniões.
Defensores da clonagem reprodutiva afirmam que este processo permite restaurar o material genético dos humanos que são clonados, bem como ajudar casais inférteis a terem filhos. Do outro lado, temos os que se opõe, que se baseiam na baixa eficiência deste processo (pois a esperança de vida dos clones é bastante baixa e, também, envelhecem precocemente) e no facto de se gerarem várias anomalias; para além disso, existem os conflitos morais – perde-se a autenticidade de cada humano.
Os danos causados nos clones trazem-lhes uma qualidade de vida bastante reduzida, o que faz com que os fins da clonagem reprodutiva sejam injustificáveis. Considero que facilmente se encontram alternativas para os casais inférteis, pois existe sempre a alternativa da adoção e, desta forma, pode ajudar-se uma criança, a encontrar a sua família. Por outro lado, ao legalizar-se a clonagem humana, qualquer um pode escolher passar por este processo – queremos mesmo que terroristas, assassinos em série e tiranos (entre outros “vilões”) voltem à vida? Não estaremos a aumentar os conflitos mundiais?
Não restam dúvidas de que me oponho totalmente à clonagem reprodutiva. Por muito que a evolução científica nos traga várias vantagens, há limites – e, a meu ver, este procedimento ultrapassa-os, quer biologicamente, quer eticamente.
Maria João Fontão (11ºC)   



21-3-2020

Olá querido diário!

Hoje é sábado, e como tal decidi acordar um pouco mais tarde. Eram 10 horas quando acordei, e fui logo tomar o pequeno-almoço e verificar novas mensagens e notícias no meu telemóvel. Infelizmente os números divulgados no boletim diário da DGS não são bons. E a verdade é que estão sempre um passo atrás da realidade. Neste momento existem muitas mais pessoas infectadas, porém só daqui a uma semana tomamos conhecimento. Enfim, após o momento de preparação deste novo dia, decidi ir estudar para o escritório, mais concretamente estudar biologia. Confesso que ter trabalhos para fazer neste momento é bom, pois ajuda a manter a cabeça ocupada, e ajuda a fazer-me sentir ativa. A estante ontem arrumada acaba por ser mais uma vez alterada. Troco alguns livros de lugar e acabo por retirar um ou dois para colocar na mesinha de cabeceira, para reler em breve.
Com os meus dias a tornarem-se repetitivos acabo por me ir acostumando à quarentena. Tenho de admitir que não é assim tau mau estar em casa. De facto tenho imensas saudades de sair, mas pelo menos tenho um lugar confortável para estar, e desta forma estou segura e não me arrisco.
Talvez estes tempos nos estejam a preparar para algo melhor. Até lá é o momento de mostrar o nosso respeito pelo próximo, através de algo muito simples: ficar em casa. Noutro dia assisti a um vídeo que transmitia uma mensagem interessante: as ruas nunca estiveram tão silenciosas, nunca estiveram tão vazias, nunca estiveram quietas. E isso mostra que também as pessoas nunca estiveram tão unidas.
E assim foi o meu registo de hoje querido diário.

Joana Faria (10ºA)



Não é fácil para mim escrever aquilo que eu sinto e, 
por isso, não te vais chamar Diário mas sim Pensário.

6º dia de quarentena

Querido Pensário,

hoje acordei com a esperança de que estas 2 semanas tivessem sido apenas um grande pesadelo, passados 5 min de refletir que terei que ficar fechada mais um dia em casa fui ao telemóvel:
-Só são 7:40
Pousei o telemóvel e voltei a dormir

Neste curto período de tempo, têm surgido inúmeras transformações na minha vida, na vida de todos na verdade. O meu pai, um dos meus maiores pilares, teve que voltar ao seu país de origem para cuidar da minha avó e encontrar um novo trabalho. Deixando à minha responsabilidade os meus 2 cães e 2 gatas. Há uma semana que não vejo os meus amigos, professores, família, teatro...

Quando acordei de vez, verifiquei o e-mail.
Os professores mandam-nos todos os dias trabalhos, o que não é mau de todo. No meio desta semana de "quarentédio" ajuda-me a distrair das notícias sobre este vírus que já matou mais de 12.500 pessoas e 12 delas em Portugal.
 Mas nem tudo é mau hoje, e nestes últimos dias aprendi a conviver com a minha família, vejo o meu irmão aprender novas palavras e aprendo com ele, eu a minha mãe fizemos um bolo de laranja (espero que não fique queimado, quero mesmo comer) e também fomos alimentar os meus cães.

E este foi o meu dia, aprendi algo, fiquei entediada mas estou viva e com saúde...

Lara Cave (10ºB)


Dia 6 (21 de março de 2020)
Querido diário,
Sábado é dia de ir aos escuteiros, é, sobretudo, um dia para confraternizar com aqueles que se comprometem a ajudar o próximo em todas as circunstâncias.
Foram muito os momentos que vivi no meu agrupamento… desde os fogos de conselho nas noites mais frias em que o silêncio e a escuridão eram preenchidos por gargalhadas e sorrisos àqueles raides intermináveis que, depois de feitos, nos fazem acreditar que somos capazes de tudo, desde que trabalhemos em equipa.
Eles são, à semelhança do teatro, uma segunda família para mim e só me resta esperar para que me volte a reunir com eles.
Procuro sempre deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrei, como nos incutiu BP, e, por isso, nada melhor para terminar o dia do que cozinhar para a família, com o intuito de proporcionar um dia diferente aos meus pais e os libertar de mais uma tarefa nestes que têm sido dias de alguma preocupação.
Espero que a resposta de hoje – não - prevaleça nos próximos dias.
Miguel Almeida. (11ºC)

21 março 2020

Querido diário,

Hoje, tal como todos os sábados, ajudei mais um bocado cá por casa nas tarefas domésticas, de forma a não sobrecarregar a minha família e a tornar o trabalho mais rápido!
Aproveitei também para adiantar os trabalhos da escola e para esclarecer algumas dúvidas em certas matérias.
Como este tempo de isolamento afeta um bocado as nossas rotinas, voltei a pegar no romance “Os Maias” que tinha posto de lado e pretendo acabar de o ler até meados do mês de abril.
A minha mãe, sendo uma profissional de saúde que tem de trabalhar, é a nossa única ligação com o exterior. É ela que tem feito as compras e todos os recados que necessitamos cá para casa.
Bem, por hoje é tudo…

Matilde Carvalho (11ºC)



Olá, Diário

Não, não me esqueci de ti! Mas hoje, que até li e enviei menos emails, whatsapps ---.é certo que corrigi alguns testes, não muitos, admito, sinto uma angústia maior relativa a  este momento que todos estamos a viver. O tempo não ajudou, dia cinzento e triste, tal como nós. A Primavera este ano começou invernosa, será um prelúdio do que nos aguarda? Querido diário, eu confidenciei-te que hoje não era um bom dia para te contar a minha jornada, perdoa-me se também tu ficas triste com as minhas palavras, mas os amigos também servem para desabafarmos e tu já és um amigo! Prometo que te hei-de animar nos muitos dias que ainda me/nos restam para confidenciarmos. Fica bem, e perdoa-me se também tu sofres com as confidências de uma Humanidade em suspenso.
                                                                                                                                                                                                                                  Isabel Friande


Este tempo… dia 8
21.Março.2020

Finalmente, abri as portas do tal armário. Seis grandes gavetões e quatro enormes prateleiras olharam assustadoramente para mim. Respirei fundo e abri o primeiro gavetão.

Ao ver o que continha, um sorriso abriu-se e, como quem entra num espaço que respeita, fui retirando o que lá estava dentro. Deixei-me tocar pelo que ia surgindo. E saboreei cada memória…

Margarida Corsino da Silva