quarta-feira, 18 de março de 2020

aepl.estetempo 18.março.2020



Boa noite diário,
É em tom bem carregado e pensativo que te falo.
Não… ainda não chegou aqui, não te preocupes. Mas hoje, neste dia quente e abafado, fala-se em “guerra”, em “isolamento compulsivo”, em mais uma morte em Portugal, em mais centenas de infetados, em “estado de emergência nacional” (aprovado há pouco tempo), em crise mundial, em prejuízos e roturas financeiras…
Pensei que seria um dia mais calmo e no qual me abstrairia desta catástrofe quando… uma ligação de um familiar em quarentena por estar em contacto com uma pessoa infetada… mais uma para perguntar se estava tudo bem e debater mais um pouco este tema horrível… Por hoje deve chegar, mas… outra mensagem para termos cuidado e seguirmos as indicações da Direção Geral de Saúde.
Já chega! – disse eu – Vou antes estudar o nosso amigo Os Maias de Eça de Queirós. Foi sem dúvida tempo bem investido.
Ah! Já me ia esquecendo. Tive a primeira aula digital que foi sobre funções contínuas.
Amanhã trarei mais novidades.


Marina Peixoto (11ºC)



18.março.2020
Acho que vou iniciar o diário da quarentena questionando se isto é filme ou realidade?!
Se é filme, não gosto do género!!!!!
Bem, dito isto, este será o meu primeiro dia do diário da quarentena.
No final de cada dia, enviarei os meus relatos.
Fiquem bem, keep safe, stay at home!
Isabel Friande


18/03/2020
Olá querido diário!
Hoje o meu dia começou às 8:30h, mas antes de qualquer coisa, tomei o pequeno-almoço enquanto que, ao mesmo tempo, verificava as notícias e novidades no meu telemóvel, tentando organizar mentalmente o meu horário para o dia. O mais importante é verificar o e-mail, algo que ultimamente tem sido um ponto praticamente indispensável do meu dia. Recebi pedidos e indicações do trabalho que deveria seguir, e fiz o meu melhor para cumprir com as orientações que me foram solicitadas. De forma a tornar mais agradável o ambiente de trabalho, coloquei a minha playlist a tocar. Ouvir música deixa-me sempre muito feliz. Qualquer tipo de música. De facto o que me cativa na música é a história por detrás dela, cada música tem uma história para contar. Após o meu período de trabalho, decidi ler um livro. No caso estive a ler uma obra chamada “A coragem de Cilka” de Heather Morris. O livro fala sobre a sobrevivência de uma jovem que após o período do Holocausto foi enviada para um campo de trabalhos forçados na Sibéria. Ainda não terminei o livro, de modo que não posso estabelecer uma opinião em concreto, mas até ao momento estou a gostar da história, e estou a aprender muito.
O relato de hoje chega ao fim, e poderia ser o relato de um dia perfeitamente normal, não fosse o vírus que anda por aí e que de certa forma condiciona a nossa liberdade. Penso naquilo que o dia de amanhã me reserva, e em simultâneo aquilo que o dia de hoje me proporcionou. E penso também no dia em que tudo voltar ao normal, onde a normalidade será mais bonita do que nunca.
Teoricamente somos feitos de átomos, mas gosto de acreditar que somos principalmente feitos histórias. E este momento, apesar de não ser um dos melhores, será certamente uma grande história para um dia contar.

Joana Faria (10ºA)


18/03/2020
Querido diário!
Hoje acordei cedo, como o faço diariamente. Depois do pequeno almoço, liguei o computador e vi os
mails para iniciar o trabalho. Teria um dia diferente dos anteriores... Uma experiência nova na minha aprendizagem: uma aula de matemática à distância. Até para a professora seria novo! Correu bem! Percebi os conteúdo lecionados e de seguida resolvi os exercícios propostos para solidificar a matéria.
Durante o almoço em família, tentei descontrair e falar de diversos assuntos e desligar-me um pouco das noticias para não me deixar abater. Vivemos dias de muita angústia por tudo o que ouvimos nas noticias e não somos indiferentes a esta realidade mas, teremos de fazer, de uma forma responsável, a nossa parte: manter o nosso afastamento social. Estes momentos servem também para refletir e valorizar aspetos que, por vezes, nos passam despercebidos.
De seguida, voltei ao meu trabalho: enviei o trabalho de português à professora e estudei Física e Química e Biologia.
Após o jantar, parei para descansar... e aqui estou eu a escrever-te!

Inês Fernandes (10ºA)

Quarta-feira, 18 de março de 2020

Querido diário,
Hoje é um novo dia.
Através da janela do meu quarto observo o quão radiante está o sol. Começou tímido no horizonte a lançar os seus primeiros raios, para depois perder toda a sua vergonha e dar ao dia uma nova cor. Com o Sol trago também a inspiração para o meu novo dia, que seja cheio de cor, apesar das circunstâncias.
Hoje assisti a três vídeo-aulas e resolvi alguns exercícios matemáticos relativamente a essa mesma matéria. Depois decidi que haveria de arrumar um armário cá de casa, onde costumo colocar as coisas que mais gosto. Foi durante essa arrumação que encontrei algo que já havia esquecido que tinha guardado precisamente naquele local. Era um CD que já tem alguns aninhos mas devo dizer que, no seu interior carrega umas das minhas melhores recordações. Este CD tem a data que corresponde ao ano letivo de 2008/2009, e sim, ainda tinha apenas cerca de 5 anos. Ao ver as fotos presentes no CD reavivei memórias e recordei pessoas, amigos e no fim de tudo senti que acabei mergulhada em amizade e alma, vivacidade. É nestes momentos que me esqueço da catástrofe lá fora.
Para terminar o meu dia queria deixar a ideia de que recordar é viver e que a esperança tem que ser um companheiro de vida.

Cristiana Rodrigues (10ºB)


Quarta-feira, 18 de março de 2020
Querido diário,
Estamos hoje no terceiro dia de quarentena e resolvi, então, começar a escrever-te. Como é expectável, a minha rotina diária foca-se principalmente em estudar e tentar encontrar fontes de entretenimento, para fazer render o tempo de isolamento; por essa razão, acho mais pertinente abordar temas / questões que surjam ao longo do dia, e não necessariamente a minha rotina. E nada melhor do que começar com o motivo desta quarentena: Covid-19.
Acho que é do conhecimento de todos que estamos a passar por uma fase negra, a nível global, que não se cinge apenas à doença e às suas consequências para o organismo humano, mas também à crise económica que tem vindo a crescer nos últimos dias. É curioso pensar no quão rápido se globalizou o coronavírus – em dezembro, confirmou-se o primeiro caso na China e, pouco tempo depois, vários países registaram novos casos; hoje, 159 países lidam com o surto, cujo foco está na Europa.
A comunicação social tem aproveitado para se debruçar quase unicamente sobre esta doença, o que desencadeou uma onda de críticas, na medida em que várias pessoas ficaram exageradamente alarmadas. Estamos, portanto, a ser constantemente avisados do perigo iminente deste vírus, altamente contagioso: devemos evitar ao máximo o contacto social e higienizar com frequência as mãos. E é aqui que entra a faceta egoísta (e até mesmo ignorante) de algumas pessoas que, mesmo estando ao corrente das medidas de prevenção desta pandemia, as desprezam, mantendo a sua rotina habitual; ouvem-se entrevistas de pessoas que, mesmo estando incluídas nos grupos de risco, afirmam que dificilmente serão contaminadas – para além de se sujeitarem a um grande perigo, põem em risco a saúde de outras pessoas.
Mas, como em tudo, há sempre um lado bom: a poluição a nível mundial reduziu drasticamente desde que se estabeleceram as quarentenas. Temos, então, a última prova que precisamos, de que os humanos são a causa de toda a poluição e suas consequências. Talvez se possa, finalmente, entender que temos de por rédeas a algumas atividades humanas, que são exaustivas para o ambiente.
Realço, por último, a necessidade de nos unirmos, para ultrapassarmos conjuntamente esta situação.

Maria João Fontão (11ºC)


Querido diário,
A resposta ainda permanece negativa... ainda bem!
Hoje foi, mais uma vez, dia de fazer videochamada com os meus amigos e de jogar Gartic®. Foi sem dúvida um momento para relaxar e esquecer, por momentos, tudo aquilo que se tem passado à nossa volta.
Neste dia, senti, especialmente, falta do teatro, uma peça importantíssima do meu puzzle. Todas as quartas depois das aulas tenho uma sessão de Teatro. E a verdade é que já não me consigo ver sem esse momento.
O teatro é uma segunda casa para mim, uma família que me apoia em todos os momentos e que me permite viver momentos inesquecíveis, da qual me orgulho muito. Já o faço há 7 anos, anos incríveis que me ajudaram a crescer e a desenvolver um gosto enorme por esta arte.
Acabei de saber que o país entrou em estado de emergência. Para mim, não fará muita diferença e só espero que se estas medidas, que afetam e muito a vida dos portugueses, estão a ser aplicadas sejam para que possamos regressar à nossa rotina habitual o quanto antes. Enquanto isso não acontece, vamos sendo responsáveis e aproveitando este tempo para experimentarmos coisas novas, em casa… Quem sabe não encontramos um novo hobby.
Miguel Almeida. (11ºC)


Diário, 18/03/2020

Querido Diário,

Acordei para mais um dia de trabalho, cheio de alegria, aprendizagem e companheirismo.
Começo a pensar nas saudades que tenho dos meus amigos e no que faria para estar com eles. É nestes momentos que descobrimos o quão necessária é a liberdade. É tão mau quando no-la retiram e pior ainda quando nós próprios a retiramos, mas claro que neste tempo, há coisas que nos obrigam a parar, a “FILTRAR” e pensar no que realmente importa. E, neste momento, é a saúde. Sei que estou a fazer tudo que está ao meu alcance para me proteger a mim e aos outros.
 Nestes dias, acabei por descobrir coisas que nem passavam pela minha cabeça, porque estes dias de quarentena, dá-me tempo para refletir sobre os valores. São tempos de mudança. Mas só espero, que ela venha para o bem de todos, é o meu maior DESEJO de hoje.

  Filipa Mota (10º B)



Dia 3 da quarentena, 18/03/2020 

Passaram-se dois dias desde o meu último vestígio neste diário. Senti-me pouco inspirado ontem e por isso não escrevi. No entanto, hoje penso que valha a pena partilhar o meu dia nestas páginas. 
Começo já a habituar-me à rotina da quarentena, acordar, tomar o pequeno almoço, que acabo enquanto vejo algo que deixei por ver durante a noite, abrir o mail, e, finalmente, fazer as tarefas e quando der por tudo concluído, usufruir do meu tempo comigo mesmo. 
Hoje, vi-me movido pela minha infância. No meio de uma pesquisa no Youtube, deparei-me com uma das músicas que acompanhava uma das minhas animações favoritas, por curiosidade e mesmo para satisfazer aquele meu sentimento nostálgico, decide escutar. No fim, já com a magia nos ouvidos, decidi que queria aprender a tocar aquela música na guitarra! Não tenho jeitinho nenhum com as cordas, mas tenho um mês inteiro para treinar o meu dedilhado. 
Nada corria mal, mas há sempre certas esparrelas vestidas de anjos que acabam por nos fazer cair nas suas graças. Realmente, a parte de cair é verdadeira, mas de graciosa a queda não tem nada. 
Estou neste momento na terceira temporada de Vikings, uma série sugerida pelo meu colega e amigo Fábio. Estou a adorar a série e está decerto no meu top 5. A mistura de ação, mitologia, história e até, eventualmente, de alguns romances torna a história muito envolvente e viciante. 
Hoje, são confirmados 642 casos de infeção pelo vírus mais famoso da nossa geração e infelizmente 2 mortes são também confirmadas. Espero que o caso não se agrave muito mais. 

Pedro Carvalho (11ºC)



18 março 2020

Querido diário,
Hoje, tal como nos outros dias, tive de me levantar cedo para realizar todas as tarefas que tinha previsto para o meu dia.
Pela primeira vez tive uma aula em formato digital que, a meu ver, correu lindamente. Consegui acompanhar bem a matéria lecionada e nem parecia que estava em casa, mas sim numa sala da escola. No meio de toda esta confusão em que vivemos, este é também um tempo em que podemos experienciar coisas novas que, de outra forma, não teríamos oportunidade de fazer. Acredito que esta seja a primeira novidade de muitas outras que ainda estão para vir.
O principal tema de conversa continua a ser esta epidemia que nos está a dificultar um bocado a vida, impedindo-nos até de sair de casa e de estar com os nossos amigos. Julgo que este é um momento que nos vai permitir refletir sobre as nossas escolhas e decisões, dando-nos a possibilidade de pensar não só em nós, mas sim em todos que estão a passar pela mesma situação.
Bem, por hoje é tudo…

Matilde Carvalho (11ºC) 


18/03/2020

Boa noite, Diário.
Hoje, acordei com a incidência de inúmeros raios sobre o soalho do meu quarto. Exclamei em voz alta “Que bela manhã! “. Comecei o novo dia a pensar no que iria fazer ao longo do dia. Nada melhor para começar o dia com a realização dos trabalhos de casa. Deste modo, ao realizar os trabalhos de manhã, tenho a oportunidade de dedicar todo o tempo restante a outras atividades. Hoje, também, foi-nos apresentada a primeira aula digital, a qual achei bastante interessante e produtiva.
Sendo assim, durante a tarde joguei video-jogos e também dediquei grande parte do meu tempo à prática de atividade física, pois, apesar de ser obrigado a ficar em casa, isto não implica a adoção de um estilo de vida totalmente sedentário, uma vez que o desporto se revela como altamente benéfico ao ser humano. Para além de tudo isto, decidi investir parte do meu tempo no desenvolvimento das minhas capacidades literárias com a leitura do livro sugerido pela professora de Português “Os Maias” escrito por Eça de Queirós.
Nos próximos dias, começarei a realizar mais atividades no exterior e talvez comece a rever a matéria dos anos anteriores como preparação para os exames nacionais. Conto-te tudo nos próximos dias.

                Fábio Rodrigues (11ºC)


este tempo… dia 5
18.Março.2020

Pouco passava das 6 horas, quando a mensagem caiu. Mais um amigo que está doente… Que possa recuperar bem e rápido! Bom, mas vamos lá à vida – pensei, logo de seguida, levantando-me.
O dia passou com muito trabalho (nunca imaginaria que isto fosse ser assim! A este ritmo completamente louco…). Tantos mails. Tanto computador. Uma ida a correr à farmácia. Mas bem. Quase todos os alunos responderam às propostas – espero que estejam a aproveitar e a aprender.
De repente, uma ideia que chega do Líbano! Vamos gravar músicas para embelezar as celebrações da Semana Santa e da Páscoa que os Jesuítas proporcionarão pela internet? Que bom! Música (que não a do teclado do computador)! Cada um faz as suas gravações em quarentena e, depois, juntamos tudo. Que bom! Que bom!
Ah! O armário ali continua a olhar provocadoramente para mim à espera que o arrume! Amanhã…

Margarida Corsino da Silva


Fragmentos do diário dos dias em construção

Segunda-feira, 16 de março de 2020
Já passa das 9h e o meu carro faz o percurso de sempre. Vou a caminho da minha Escola e sinto uma tristeza nova e pesada…não há quase ninguém na estrada, não estará quase ninguém na Escola. O quase total silêncio do percurso e a minha absoluta solidão pesam e retiram ao tímido sol que desponta a luz e o brilho.
Está frio lá fora. Cá dentro sou eu e o meu silêncio e uma inusitada tristeza, a tal nova e pesada tristeza..
Chego ao meu destino. Os portões estão fechados. A pouca mas muito boa gente com que me cruzo sorri e cumprimenta, com um “bom dia” que, em boa verdade, é um triste dia. Não há vida na Escola. Está um silêncio igual à tal tristeza.
Combinado o trabalho a fazer e enviados os e-mails urgentes, despeço-me das pessoas e olho os espaços de uma casa que conheço tão bem com olhar triste. Não vi os meus colegas de trabalho nem os alunos e era para lá estarem. Deveriam lá estar, para tudo estar certo.
Falei com a Filipa e com a Paula. Disse-lhes que gosto muito delas. Em troca recebi sorrisos.
Os dias são diferentes. Os dias são difíceis, mas continuam a ter sorrisos.
Até já, querido diário.

Rosa Maria Martins