Domingo, 22 de março de 2020
Querido diário,
Estamos hoje no sétimo dia de
quarentena e resolvi escrever sobre as alterações climáticas.
Cada vez mais, o tema das
alterações climáticas tem emergido, dados os seus reflexos negativos na
sociedade humana. Como já sabemos, as alterações climáticas são consequência da
poluição humana, como a industrialização, utilização de automóveis, sprays, entre outros; todas estas ações
são extremamente extenuantes para o planeta, o que fará com que, no futuro, as
consequências sejam irreversíveis e o nosso planeta fique completamente
destruído.
Mesmo que sejamos constantemente
sensibilizados para as consequências da poluição, ainda há quem acredite que os
humanos não tenham qualquer tipo de responsabilidade sobre o assunto e que, até
mesmo, essa poluição não existe. O facto é que esta é real e a nossa atitude
irresponsável será drástica, não só para a espécie humana, como para todas as
espécies, que padecerão, por exemplo, sem habitat ou alimento.
Como já referi no primeiro dia de
quarentena, o estabelecimento de períodos de isolamento, por todo o mundo,
levou à redução da poluição: na China, o teor de dióxido de carbono reduziu
significativamente; em Veneza, as águas estão límpidas e cristalinas, novamente
repletas de diversidade biológica. Portanto, quem ainda não acredita que os
humanos são responsáveis pela poluição terrestre tem, agora, os últimos
acontecimentos, que provam o contrário.
O planeta Terra é a base da nossa
vida e, não existindo, até ao momento, um “planeta B”, devemos preservá-lo,
assim como preservamos as nossas vidas – do que adianta tentarmos escapar desta
pandemia, se não teremos onde viver no futuro?
Maria João Fontão (11ºC)
Querido diário,
Hoje, como era de esperar,
deixei-me dormir mais um bocado pela manhã. Quando, finalmente, me levantei realizei
alguns trabalhos de português e de inglês que tinha por fazer.
Visto que é domingo, almocei mais
tarde e, depois, ajudei na cozinha.
Durante a tarde, continuei a
estudar e, quando dei por isso, estava a chover torrencialmente. Tempo como
este dá vontade de ir para a sala com uma manta super quentinha e ver um filme com
a família! No entanto, a tarde foi destinada à escola e só à noite é que vamos
aproveitar para estarmos juntos e ter um serão diferente.
Passados estes dias todos de
isolamento sinto que isto tudo ainda está apenas a começar e que muito mais está
para vir! Estou otimista em relação ao futuro pois, se formos todos cidadãos
conscientes e responsáveis, iremos ultrapassar esta fase crítica.
Bem, por hoje é tudo…
Matilde Carvalho (11ºC)
Dia 7 (21/03/2020)
Querido diário,
Hoje, conto o sétimo dia desde que
foi decretado o isolamento profilático devido ao novo coronavírus, Covid-19,
que até ao momento, já infetou 1600 pessoas e provocou 14 mortes, em Portugal.
Todos os dias, tenho acordado cedo e
estudado um pouco de cada disciplina. Quando acabo os meus estudos, aproveito o
tempo que me resta até à chegada dos meus pais, vindos de mais um dia de
trabalho, para ver séries e fazer videochamadas com os meus amigos enquanto
jogamos alguns jogos e pomos a conversa em dia. Após a chegada dos meus pais,
ajudo-os a preparar o jantar, enquanto contamos como correu o nosso dia.
Hoje é domingo e, normalmente, acordo
bem contente, após mais uma longa semana de escola, sabendo que me vou reunir
com a minha família.
Costumamos encontrar-nos na casa do
meu avô paterno, onde, juntamente com os meus tios e primos preparamos um bom
almoço, após o qual, jogamos vários jogos, passeamos e passamos horas a
conversar à mesa ou, simplesmente, a ouvir os tios a falar sobre política e
negócios. Às vezes, também vamos ao “pavilhão”, local onde o meu tio costuma
guardar os seus carros de corrida e ficamos horas a falar enquanto contemplamos
os seus “filhotes”.
Ocasionalmente, também vou aos meus avós
maternos, ultimamente, menos vezes do que gostaria. Lá, também passo bons
momentos com eles, com os meus primos e os meus padrinhos.
Resumindo, os meus domingos são
preenchidos de grande alegria.
Contudo, este domingo não foi tão
especial como os outros. Devido ao facto dos meus pais e tios ainda irem
trabalhar e poderem, eventualmente, ter contactado com alguém que estivesse
contaminado, acharam melhor ficarmos todos nas nossas casas e, não contactarmos
com aqueles que mais amamos, evitando colocá-los em perigo.
Esta foi uma boa decisão, contudo,
não altera o facto de que já não estou com eles há cerca de duas semanas e as
saudades começam a apertar. Ficar em casa, neste domingo, fez-me pensar que, se
calhar, não tenho valorizado, tal como devia, a minha família e os momentos que
passo com ela.
Resta-me esperar que esta pandemia se
controle para voltar a estar com eles.
Diana Amarante (11º C)
Querido
diário, resolvi escrever-te hoje, passados tantos anos de me terem oferecido um
na minha adolescência. Decorria o ano de 1975 do mês de dezembro do dia 29. Que
contentamento! A oferta da minha irmã mais velha, professora, foi importante
porque era lá que eu podia escrever, sonhar e desabafar sobre o mundo, a minha
vida, os meus segredos típicos daquela idade… Escrevi durante muitos anos nesse
diário, que guardo religiosamente, que tem uma chave e onde escrevi e estão
relatados os momentos mais importantes da minha vida. Todavia, já não o fazia
há vinte e um anos, desde agosto de 1999. Hoje, voltei a fazê-lo de forma
diferente, através de um computador, que não está fechado à chave, sendo que os
motivos também são muito diferentes. Hoje o desabafo não é pessoal, é social. É
mais um dia a acordar com as notícias de que o mundo se encontra numa constante
luta contra este maldito coronavírus, que nos obriga a todos a estar atentos, a
sermos solidários e a olharmos para os outros como se fôssemos nós. No entanto,
este momento também nos traz algo de positivo! Sinto que as pessoas têm mais
tempo, sentem necessidade de refletir, sentem que é tempo de todos nos unirmos
e de olharmos para o lado. Aconselhamos livros, músicas, séries, filmes… Não
tenho saído de casa. Hoje o dia está convidativo, o sol brilha e apetece - me
passear… Não posso, não podemos. Apenas vou levar o Nody à rua
por breves instantes. Em casa, faço a minha sesta e leio a biografia de Nelson
Mandela. Que exemplo de vida!!! As
rotinas mantêm-se. Amanhã, será um novo dia deste tempo diferente. Começarei de
novo a pensar na Escola, nos alunos, aulas e avaliações. Tenho a esperança que
vai correr tudo bem.
Até breve,
Maria José
Bastos
22/03 /2020
Dia 7
da quarentena, 22/03/2020
Domingo
é provavelmente, de todos, o dia mais entediante. Não se faz nada... Isto se
tiveres feito alguma coisa durante a semana, como tal não aconteceu, o domingo
foi apenas mais um dia como todos os outros 6.
São já 1600 infetados em Portugal, e, felizmente, ainda não tenho nenhum familiar ou amigo com a doença
do século.
Estive
a ler os Maias nos últimos dias e fui apanhado de surpresa pela qualidade do
livro. Se não pensar muito no tamanho das descrições que mais se assemelham a
um celeiro cheio de palha, posso dizer que realmente estou a gostar.
Quanto
à guitarra, tenho aprendido alguma coisa, lá pelo meio lá sai uma nota toda
tremida, mas a pior parte são mesmo os dedos doridos, fazer o quê? São ossos do
ofício.
Agora vou fazer a mochila para a esc.... ups.
Pedro Carvalho (11ºC)
Querido diário,
Infelizmente, a resposta de hoje mudou.
Hoje é domingo, é dia de estar com a minha família após uma longa e
cansativa semana de escola.
Habitualmente, vou para a casa dos meus avós maternos e acabo por me
encontrar com os meus tios e primos. Com eles, divirto-me a jogar Monopoly®,
Risk®, ou uma simples sueca, conversamos muito e se o tempo o
permitir fazemos uma boa caminhada pelas terras do Gerês.
Ficar em casa, neste dia, depois de saber que um primo meu foi
infetado pelo novo coronavírus fez-me ficar com imensas saudades da minha
família. Saber se eles estão bem e se estão felizes são preocupações que tenho
tido. De facto, os momentos que tenho passado com eles têm contribuído e muito
para a minha felicidade e são fundamentais para me motivarem a encarar uma nova
semana de estudos.
Bem, agora já não quero que a resposta de hoje se mantenha. Quero sim
que o meu primo recupere o mais rápido possível e que mais ninguém, familiar ou
amigo meu, fique afetado pela COVID-19.
Miguel Almeida.(11ºC)
Amigo, diário
Acho que já nos podemos tratar
assim. No início, tive algum pudor. No entanto, agora que já te confidenciei
que me fazes falta, estou mais à vontade para me dirigir a ti desta forma. Hoje
foi talvez o dia mais "normal" desta quarentena. Não saí de casa, mas
isso em nada difere de quase todos os outros domingos. Bem, tenho que admitir
que faço parte dos caminhantes matinais ao Bom Jesus, recolhendo-me o
resto do dia em casa. Mas hoje não pensei sequer em tal coisa, tal como as
queridas amigas que habitualmente me acompanham. Parece que nem todos pensaram
como eu e a Polícia teve que intervir! O bom senso nem sempre nos guia, e, por
vezes, todos somos apanhados na nossa rede de imprudências.
O meu dia de hoje? Segui a
minha rotina de mãe de família e continuei com as minhas leituras. Ainda não te
tinha dito, mas voltei a pegar nos livros que ando a ler há já tanto tempo.
Nunca ando a ler só um. Decerto faço mal, mas pouco importa. As revistas
semanais e os semanários da atualidade consomem muito do tempo que dedico à
leitura, porém já estou cansada da insistência no tema, e tu bem sabes qual é.
Não te quero maçar, querido e amigo diário, hoje vou ficar por aqui. O meu gato
está a pedir comida, ele acha que é gente e por isso comporta-se como os
filhos. Insiste e é chato quando não lhe fazem a vontade!
Também a família precisa de ir jantar, eu, por mim, fazia-te companhia por mais
algum tempo. Não fiques triste, amanhã volto!
Isabel Friande
Querido diário,
É domingo e era costume acordar por
volta das 8h e ir à missa. Mas devido ao isolamento social não se pode e, além
disso, a preguiça tomou conta de mim e só acordei às 10h. Mas não deixei de ver
a missa transmitida na televisão.
Sempre achei o domingo um dia
especial. Normalmente eu, o meu irmão, a minha mãe e o meu pai (quando estava
cá) íamos visitar algum familiar, almoçar por lá ou convidávamos um tio, uma tia,
um primo… íamos a uma festa… Resumindo é o dia da família. E hoje, embora de
forma diferente, não deixou de o ser e então passamos a tarde a jogar dominó ao
som da trovoada, da chuva, da saraiva. Foi muito divertido, não porque eu
ganhei por acaso, mas porque há muito tempo que não estávamos juntos a
conviver, sem a interferência da internet, do telemóvel, do computador, da
televisão. Só tenho pena de não poder ver a minha única avó que tem alzheimer e
está acamada num estado bastante debilitado.
Este dia fez-me perceber o quão
importante é investir nas relações pessoais, no convívio, na interação e não só
nas redes sociais, nos likes, na popularidade. Por isso, uma coisa que este
tempo tem de bom é isso, uma maior aproximação entre as famílias.
E como eu te considero parte da
família, obrigada por estares aqui presente.
Amanhã conviveremos mais um pouco. Xau...
Este tempo… dia 9
22.Março.2020
Domingo… e os dias teimam em manter o seu nome mesmo quando não podem
ser quem são.
Margarida Corsino da Silva