30
de março 2020
Querido
Diário!
Hoje o céu está nublado com muito vento e frio.
Eu,
por essa razão, vou ficar em casa a estudar e brincar…
No
período da manhã estive a construir um puzzle de 1500 peças que foi oferecido
pela minha tia Anabela e representa uma imagem de uma paisagem de inverno.
No
período da tarde estive a estudar Matemática e Ciências Naturais.
No
final do dia ainda deu para brincar um pouco com a minha avó… estivemos a
cantar karaoke com músicas antigas.
E
assim passou a minha segunda-feira.
Maria
Francisca Antunes (5ºA)
30/03/2020
O mês
está a 1 dia do seu término.
E que
mês bom... que mês bom para tentar apagar da memória.
Se há
3 meses dizíamos que 2020 ia ser o ano, que tudo ia correr bem e os nossos
problemas seriam deixados para trás, março veio e atirou-nos um balde de água
fria.
Mas
não vamos culpar só março, janeiro e fevereiro foram na minha opinião os meses
que mais colaboraram para a situação onde estamos, agora estamos apenas a levar
com as consequências.
Vivemos
uma época em que tomar as melhores decisões é o mais importante e, mesmo sendo
eu a escrever isto, continuo a decidir coisas que, às vezes, me pergunto o que
me passava pela cabeça naquele momento.
Até
amanhã.
Pedro Carvalho
(11ºC)
Querido diário,
Hoje foi um dia um pouco mais
frio, nublado e bastante ventoso. Aqui, que moro à beira de floresta, foi mais
notório, pelo que as árvores abanavam imenso.
Pela manhã, apenas vi a minha
nova série, Elite. Estou muito entusiasmada com o enredo e está a
surpreender-me imenso.
De tarde, li mais um pouco do
livro Os Maias, que cada vez se torna
mais interessante e cativante. No início, a história é um pouco aborrecida, para
ser sincera, mas depois começamos a ficar contagiados com ela e queremos saber
mais e mais. Estou a adorar.
Claro que não esqueci de fazer um
pouco de exercício físico. É algo de que gosto muito e, por isso, sempre
pratico com alegria. Considero uma forma de libertação.
Quanto ao coronavírus, hoje a
subida foi um pouco menor e isso é bom sinal pois temos vindo a adiar o pico e
a fazer com que a curva de contágio não suba bruscamente, não sobrecarregando,
deste modo, os hospitais (SNS).
Amanhã trarei novas atualizações.
Marina Peixoto (11ºD)
Segunda-feira, 30 de março de 2020
Querido diário,
Estamos, hoje, no décimo quinto dia de quarentena e resolvi falar-te
da arte.
Cada vez mais, a arte tem sido desvalorizada e substituída pela
ciência, que tem vindo a ganhar mais e mais importância. Um exemplo disso é a
escola: são priorizadas disciplinas de índole científica, sendo
que as que despertam o nosso lado artístico são, de certa forma, desprezadas.
Por muito que, por vezes, a arte nos pareça ser desinteressante e sem
importância, isso não é assim – a arte, em todas as suas formas, permite
expressar sentimentos e emoções, servindo, frequentemente, como um meio de o
artista escapar da realidade e aliviar a negatividade que possa existir no seu
pensamento. E quais são as formas de arte? Consideram-se sete principais artes
(existindo, porém, várias outras): a pintura, a escultura, a música, a
literatura, a dança, a arquitetura e o cinema; e, a meu ver, todos nós
apreciamos, pelo menos, uma delas.
Associando, mais uma vez, este tema ao da pandemia: como te contei no
passado sábado, «na Holanda, um grupo de médicos, separado pelas portas do
isolamento, cantou a música “You Will
Never Walk Alone” (hino do Liverpool)». Esta forma de arte permitiu aos
médicos terem um momento de união e, portanto, esquecerem, por breves momentos,
a situação exaustiva pela qual estamos a passar.
A arte está presente em tudo o que nos rodeia e, sem ela, a sociedade
humana não existiria tal como a conhecemos – como tal, é importante que, no
futuro, desenvolvamos formas de esta ser mais valorizada.
Este tempo… dia 17
30.março.2020
Passei um bom pedaço de tempo da hora do
almoço a tentar desenvencilhar os fios de uns auriculares de que precisava. É
indescritível a forma como estavam. Por três ou quatro vezes, pensei em pô-los
de lado e desistir da ideia, mas, desistir, não seria solução.
Assim, puxando de um lado,
tirando um nó aqui e outro acolá, passando agora um fio e depois outro, tudo se
foi resolvendo. Finalmente, alguns minutos depois, sorri-lhes com aquele som
triunfante humm…hummm…Tinha conseguido. Engraçado foi que, depois,
acabei por não os usar. Mas não dei o tempo por perdido. Enquanto o fazia, dei
por mim a pensar em quantos gestos de paciência tenho de ter para com os
outros. E outros tantos que os outros têm comigo.
Recordei quantas coisas nas
nossas vidas se emaranham e precisam de tempo e delicadeza para voltar a ser
vida. Qual obra de filigrana que é arte e beleza. Como a nossa vida.
Margarida Corsino
da Silva